Anais do 16º International Conference in Accounting - 16º  2016
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RESUMO DO TRABALHO

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Código: 206

Área Temática: Área IV: Contabilidade Gerencial

Título: Avaliao da Relao entre Folga Oramentria, Estilo de Liderana e Incerteza Ambiental

Resumo:
Propsito do Trabalho:
Na concepo da Teoria da Contingncia, um ambiente organizacional no idntico a outro, e dependendo do contexto organizacional haver mudanas substanciais para adaptao s contingenciais internas e externas, considerando que contingncias externas podem influenciar os estilos de liderana e a folga oramentria. Assim, o estudo objetiva analisar a influncia da varivel contingencial Incerteza Ambiental na relao entre os estilos de liderana e a folga oramentria em indstrias txteis de Santa Catarina. Realizou-se pesquisa descritiva por meio de levantamento em uma amostra de 324 lderes de indstrias txteis sediadas em Santa Catarina, por meio da anlise fatorial exploratria e anlise fatorial confirmatria. Os resultados indicam que os lderes tm em mdia 35 anos, sendo que 141 cursaram graduao, 88 ps-graduao/especializao, 4 tem formao acadmica em mestrado/doutorado, 88 cursaram o ensino fundamental e mdio e trs respondentes no apresentaram a formao acadmica. Os resultados forneceram evidncias de que a Incerteza Ambiental no demonstra influencia dos estilos de liderana nfase na Produo e Tarefa com a Folga Oramentria. Conclui-se que h relao indireta do estilo de liderana Preciso Preditiva com a folga oramentria, mediada pela Incerteza Ambiental, indicando que os lderes das indstrias estudadas preocupam-se com incertezas externas empresa para tomada de deciso com maior preciso. A contribuio do estudo proporcionar s organizaes, academia e aos lderes, aperfeioamento do conhecimento quanto s variveis contingenciais que influenciam os estilos de liderana e a folga oramentria, contribuindo para que os diferentes envolvidos tenham mais subsdios para melhorar a gesto, utilizando melhor os recursos adicionais.

Base da plataforma terica:
Teoria da Contingncia Pesquisadores tm dado ateno a variveis contingenciais na rea gerencial, reconhecendo o papel explcito das influncias moderadoras dessas contingncias, como, por exemplo, o estudo de Waterhouse e Tiessen (1978) e Otley (1980). A questo de quais so os fatores contingenciais que influenciam o nvel de sofisticao dos sistemas gerenciais de uma organizao tem recebido considervel ateno na literatura (Tillema, 2005). A Teoria da Contingncia deve identificar aspectos especficos de um sistema gerencial que associado a certas circunstncias definidas e demonstrar uma correspondncia adequada (Otley, 1980), pois a eficcia depende da sua capacidade de se adaptar as mudanas externas e fatores internos (Haldma & Haats, 2002). A afirmao bsica dessa teoria que o ambiente no qual uma organizao opera determina a melhor maneira para que possa funcionar (Bets, 2011). A Teoria da Contingncia tem dois pressupostos bsicos: no h uma melhor maneira de se organizar e qualquer forma de organizao no to eficaz (Galbraith, 1973, apud Bets, 2011). Estilos de liderana Muir e Langfordb (1994) destacam que certos traos de personalidade gerencial afetam o estilo de gesto e incidem sobre a forma como os gestores agem e fazem as suas escolhas em diferentes situaes. Se essas aes so realizadas de forma agressiva ou impassvel, parece no ter efeito real sobre o sucesso da organizao como um todo ou a eficcia do gestor individual. Liderana requer, inevitavelmente, o uso do poder para influenciar as aes e pensamentos de outras pessoas. Um dos desafios para o gerente que ele deve desenvolver um conjunto impressionante e quase assustador de habilidades e recursos, no s nas reas tcnicas, mas tambm nas cincias do comportamento social e humano. Eficincia e eficcia podem ser consideradas os dois principais desafios de cargos e funes administrativas gerenciais (Vite, 1981). Em linguagem popular, a liderana geralmente se refere a motivar e comprometer pessoas, em suma, pessoas de ponta (Ukko, Tenhunem & Rantanem, 2007). Folga Oramentria O conceito de folga transmite a ideia de uma almofada, com excesso de recursos disponveis em uma organizao, que tente resolver problemas ou facilitar a busca de objetivos fora da realidade daqueles ditados por princpios de otimizao (Bourgeois, 1981). A folga organizacional um recurso que faz com que seja possvel organizao se ajustar a grandes alteraes no ambiente externo com um menor impacto interno, bem como a experincia com novas posturas em relao ao meio ambiente, quer pela introduo de novos produtos, quer por inovaes no negcio (Bourgeois, 1981; Fac & Csillag, 2010). A viso de folga como um recurso benfica empresa e diz respeito iniciativa gerencial para melhor adequar os recursos de folga s atividades produtivas (Lee, 2011). O efeito positivo da folga no desempenho da empresa observado por meio da iniciativa gerencial. Folga organizacional proporciona empresa liberdade para experimentar vrias oportunidades, liberdade para os gestores tomarem decises com menor quantidade de informaes disponveis (Neck, 2001). Donada e Dostaler (2005) destacam que a folga pode assumir a forma de recursos no financeiros, capacidade de produo no utilizada, ou horas de engenharia disponveis. Esses recursos podem ser armazenados na organizao, ou deixados de lado para necessidades futuras, conforme proposto por Bourgeois (1981).

Mtodo de investigao:
A pesquisa caracteriza-se como descritiva, de levantamento ou survey e abordagem quantitativa. A amostra contempla 324 respondentes, sendo 1 (um) do Oeste Catarinense, 75 (setenta e cinco) da regio Norte Catarinense e 248 (duzentos e quarenta e oito) do Vale do Itaja. No total, o estudo envolveu 7 microempresas (at 19 colaboradores), 47 pequenas empresas (de 20 a 99 colaboradores), 76 mdias empresas (de 100 a 499 colaboradores) e 118 grandes empresas (mais de 500 colaboradores). Trs constructos foram desenvolvidos para coletar as informaes sobre a varivel contingencial Incerteza Ambiental, estilos de liderana e folga oramentria. A partir das definies obtidas na literatura para a varivel contingencial Incerteza Ambiental, estilos de liderana e folga oramentria, apresentam-se a hiptese desenvolvida para o estudo. H1 A varivel contingencial Incerteza Ambiental influencia indiretamente a relao entre os estilos de liderana (Estrutura/Tarefa; nfase na Produo; Preciso Preditiva) e a folga oramentria. O instrumento de pesquisa utilizado para coleta dos dados o questionrio com escala Likert de 7 pontos. Considerando que o estudo envolve estilos de liderana, foi necessrio obter informaes de lderes das respectivas indstrias. Para o estudo, consideram-se lderes aqueles (as) responsveis por departamentos, atuando como supervisores, gerentes, lderes, chefes, gestores e outras nomenclaturas, seja da rea financeira, contbil, recursos humanos, vendas, marketing, importao/exportao, manufatura, produo e outras. O contato com as empresas txteis do Estado de Santa Catarina se deu nos meses de abril a julho/2014. As respostas das empresas em relao participao no estudo, bem como aplicaes dos questionrios iniciou-se em Abril/2014. Quanto aos procedimentos de anlise dos dados, aplicou-se a Anlise Fatorial Exploratria (AFE) e a Anlise Fatorial Confirmatria (AFC). Uma limitao metodolgica refere-se ao vis dos respondentes quanto ao instrumento de pesquisa utilizado, por duas razes: a subjetividade no entendimento dos respondentes ao ler e interpretar as questes do instrumento de pesquisa, que envolve questes com escala Likert de 7 (sete) pontos; e a quantidade de questes do instrumento, mesmo que este tenha passado por um pr-teste.

Resultados, concluses e suas implicaes:
Dos 324 respondentes que participaram da pesquisa, 127 so do gnero feminino e 194 masculino. Os lderes apresentaram em mdia 35 anos, sendo que 7 (sete) cursaram o ensino fundamental completo; 8 (oito) ensino mdio incompleto; 73 (setenta e trs) ensino mdio completo; 141 (cento e quarenta e um) cursaram graduao; 88 (oitenta e oito) ps-graduao/especializao e 4 (quatro) tm formao acadmica em mestrado ou doutorado. Observou-se que trs respondentes no apresentaram o gnero e a formao acadmica. Quando analisado o tempo de atuao na funo de lder, observou-se que 195 (cento e noventa e cinco) respondentes atuam a menos de 5 anos como lderes, 76 (setenta e seis) entre 6 e 10 anos, 22 (vinte e dois) entre 11 e 15 anos, 10 (dez) entre 16 e 20 anos, 9 (nove) entre 21 e 25 anos, 4 (quatro) e 6 (seis) respondentes atuam na funo entre 26 e 30 e mais de 31 anos respectivamente. A prxima seo apresenta a relao indireta dos estilos de liderana (tarefa, nfase na produo e preciso preditiva) com a folga oramentria. A Teoria da Contingncia sugere que os lderes so retratados como mais eficazes quando se adaptam ao ambiente. Geralmente, o ambiente definido em termos caractersticos dos seguidores (por exemplo: a capacidade, a motivao) ou elementos situacionais, como exigncias de tarefas e estruturas (Derue, 2011). De acordo com Casimir (2001), o Estilo Estrutura/Tarefa centra-se no estabelecimento de padres e canais de comunicaes definidos, organiza e define as relaes do grupo, busca novas ideias, esclarece as expectativas do grupo, agenda trabalhos, verifica o cumprimento de regras e regulamentos, fixa prazos, repassa informaes e ordens. J o lder com nfase na Produo aquele que tem como principal objetivo o processo produtivo, aumento da produo e melhorias contnuas dos produtos que so fabricados e disponibilizados ao mercado (Stogdill, 1963). O estilo Preciso Preditiva reflete o lder que expe claramente as intenes e possui capacidade de prever o resultado precisamente (Stogdill, 1963). Os recursos para serem considerados folga, de acordo com Sharfmann et al. (1988), devem ser visveis e empregveis no futuro. Podem ser usados para proteger a organizao, tanto no que se refere presses internas, quanto externas. Na concepo de Rayburn e Rayburn (1991), a Teoria da Contingncia busca explicar a estrutura das organizaes, sugerindo que o desenho da empresa depende da incerteza, da tecnologia e do tamanho. Analisando a hiptese de pesquisa, observou-se que as abordagens contingenciais relacionados aos estudos sobre liderana buscam estabelecer que o estilo ser mais eficaz em determinadas circunstncias e baseia-se na ideia de que os estilos podem ser exigidos conforme as circunstncias se modificam, considerando que nenhum estilo o melhor em todas as situaes (Otley & Pierce, 1995). No que se refere influncia indireta da varivel contingencial Incerteza Ambiental com os estilos e a folga oramentria (H1), considera-se aceita a relao indireta para a Preciso Preditiva e a Folga Oramentria, haja vista ter demonstrado ndice de significncia (p-value) de 0,003. Essa relao se justifica por considerar que a folga organizacional um recurso que faz com que seja possvel empresa se ajustar a grandes alteraes no ambiente externo com um menor impacto interno, assim como a experincia com novas posturas em relao ao meio ambiente, quer pela introduo de novos produtos ou por meio de inovaes (Bourgeois, 1981; Fac & Csillag, 2010). Por considerar que o estilo Preciso Preditiva quele em que o lder toma decises de forma precisa; que a folga organizacional caracterizada como um recurso que permite a uma organizao ajustar as mudanas brutas do ambiente externo, com um mnimo de impacto e para experimentar novas posturas em relao ao ambiente, seja por meio de novos produtos ou inovaes (Bourgeois, 1981), justifica-se tal relao indireta. Demais relaes no foram suportadas quando analisada essa varivel contingencial (Incerteza Ambiental).

Referncias bibliogrficas:
BETS, S. C. (2011). Contingency Theory: Science Or Technology? Journal of Business & Economics Research, 1(8). Bourgeois, L. J. (1981). On the measurement of organizational slack. Academy of Management Review, 6, 29-39. Donada, C. & Dostaler , I. (2005). Relational Antecedents of Organizational Slack: An Empirical Study into Supplier-Customer Relationships. M@n@gement, 8(2), 25-46. Fac, J. F. B., & Csillag, J. M. (2010). Innovativeness of Industry ConsideringOrganizational Slack and Cooperation. Journal of Operations and Supply Chain Management, 3(2), 108- 120. Haldma, T. & Hts, K. (2002). Contingencies influencing the management accounting practices of Estonian manufacturing companies. Management Accounting Research, 13, 379-400. Lee, S. (2011). How Financial Slack Affects Firm Performance: Evidence from US Industrial Firms. Journal of Economic Research, 16, 1-27. Muir, I. & Langford, D. (1994). Managerial behaviour in two small construction organisations. International Journal of Project Management, 12(4), 244-253. Neck, H. M. (2001). Firm Growth following the intial public offering: the impact of organizational slack on the productive opportunity of high technology entrepreneurial firms. Thesis (Doctor of Philosophy), University of Colorado at Boulder. Otley, D. T. (1980). The contingency theory of management accounting: achievement and prognosis. Accounting, Organizations and Society, 5(4), 413-428. Tillema, S. (2005). Towards an integrated contingency framework for MAS (management accounting systems) sophistication. case studies on the scope of accounting instruments in Dutch power and gas companies. Management Accounting Research, 16(1), 101- 129. Ukko, J., Tenhunen, J. & Rantanen, H. (2007). Performance measurement impacts on management and leadership: Perspectives of management and employees. International Journal of Production Economics, 110, 39-51. Vite, L. C. (1981). Managerial profiles. Engineering Management International, 1, 57-61. Waterhouse, J. H., & Tiessen, P. (1978). A contingency framework for management accounting systems research. Accounting, Organizations and Society, 3(1), 65-76.

 

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