Anais do 16º International Conference in Accounting - 16º  2016
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RESUMO DO TRABALHO

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Código: 164

Área Temática: Área VIII: Tributos

Título: Desempenho Econmico-Financeiro e o Grau de Internacionalizao de Empresas Listadas no Novo Mercado da BM&FBovespa

Resumo:
Propsito do Trabalho:
Na perspectiva de manter-se em um mercado competitivo e garantir a eficincia econmico-financeira, algumas empresas adotam prticas de governana corporativa, que alm de ser um conjunto de normas do controle acionrio, possibilita atrair investidores. Alm disso, as melhorias constatadas pelas organizaes para atrair investidores, mesmo que coercivamente diante das formalidades, habilita a empresa em um grau elevado de confiana do mercado (Capron & Guilln, 2009). Portanto, alm da adeso s boas prticas de gesto para manter a vantagem competitiva, empresas procuram diversificar seus investimentos em outras atividades atravessando fronteiras. Neste contexto, a internacionalizao das empresas se coloca como uma opo de expanso do seu grupo econmico e assegura a perpetuao no mercado, que tem sido utilizada como estratgia em economias avanadas (Sapienza, Autio, George, & Zahra, 2006; Grundey, 2007). Com a expanso nos negcios, surge o grau de internacionalizao, que um indicador que mostra a extenso de determinada empresa diante de sua posio no mercado internacional (Honrio, 2009). Uma investigao com empresas que possuem essa experincia internacional e melhores nveis de governana pode retratar impactos nos indicadores econmico-financeiro. Isto posto, delineou-se a seguinte questo de pesquisa: Qual a relao entre o grau de internacionalizao e o desempenho econmico-financeiro das empresas listadas no Novo Mercado da BM&FBovespa? Para atender a problemtica, o objetivo analisar a relao entre o grau de internacionalizao e o desempenho econmico-financeiro das empresas listadas no Novo Mercado da BM&FBovespa. Dessa forma, ser estabelecido um ranking das empresas conforme seu grau de internacionalizao e desempenho econmico-financeiro.

Base da plataforma terica:
O conflito de agncia surge quando acionistas e gestores, buscam atender seus interesses, o que pode resultar em maior custo organizao e, consequentemente, reduo do seu desempenho. Ao estabelecer o conjunto de normas por meio da governana corporativa, a empresa capaz de impulsionar seu desempenho econmico-financeiro, pelo compromisso firmado em adotar boas prticas de gesto, que podem ser acompanhadas por indicadores (Tavares Filho, 2006). Com isso, Silveira, Barros e Fam (2003), dispe que pelo senso comum, h uma expectativa de que empresas com estruturas de governana corporativa mais adequadas s prticas orientadas pelos agentes de mercado, obtenham resultados mais satisfatrios. Ao fornecer informaes relevantes, a governana corporativa proporciona o acompanhamento do desempenho aos investidores. Diante disso, a expectativa de melhores resultados, fazem com que empresas busquem formas inovadoras de melhorar seu desempenho e manter sua vantagem competitiva (Tian e Ketsaraporn, 2013). Acompanhar o desempenho por meio de indicadores, tem sido um excelente instrumento de gesto, mostrando-se eficaz para maximizar os resultados, principalmente em empresas que adotam melhores prticas de governana corporativa. Com isso, a escolha de indicadores de fundamental importncia ao retratar os objetivos estratgicos da empresa do menor ao maior (Martin, 1997). Melo, Sousa Batista, Macedo e Costa (2013), encontraram maior significncia ao retorno sobre o patrimnio lquido (ROE) do que o retorno sobre o ativo total (ROA), por evidenciar o retorno dos acionistas frente ao lucro pelas boas prticas de governana. Portanto, empresas com maior exigibilidade em sua gesto resulta em maior experincia de mercado, o que contribui na anlise do desempenho econmico-financeiro diante dos investimentos diversificados, sobretudo no exterior, evidenciando-se vantagem competitiva. Com o aumento das exportaes nas dcadas de 1970 e 1980, se estabelece nas organizaes o grau de internacionalizao (Sullivan, 1994). J na dcada de 1990 vrias pesquisas passam a considerar aspectos no financeiros, sendo: expanso da empresa em diferentes regies ou mercados estrangeiros. Mesmo com o avano das exportaes de pases emergentes, como: Brasil, China, frica do Sul e ndica (Kumar, 2008), para Zen e Festerseifer (2008), esse evento no Brasil ocorreu tardiamente devido s presses competitivas posterior a abertura do mercado nos anos 1990. No obstante s vendas ao exterior, por si s, no retratam o desempenho econmico-financeiro, sendo necessria informaes adicionais para mensurar o grau de internacionalizao. Alm disso, a experincia internacional pode influenciar o desempenho da empresa no exterior, independente de pases mais distantes (Johanson & Wiedersheimpaul, 1975; Johanson & Vahlne, 1977). Alguns autores tm diferenciado a forma como deve ser mensurado o grau de internacionalizao de uma empresa, explicando as variveis que compe o ndice que mede o grau de internacionalizao. Entre os ndices mais utilizados: a) ndice de extenso da atividade transnacional, que defende a diversidade regional, b) escala de grau de internacionalizao, idealizado por Sullivan (1994), c) ndice de Hassel et al. (2003), d) ndice de Forte e Sette Jnior (2005) e e) ndice de Transnacionalizao da Unctad (1995), que utiliza informaes de vendas externas, ativos e empregados no exterior. Isto posto, nesse estudo se elegeu o ndice da Unctad (1995), que tem como proposta evitar a vantagem de proporo elevada de alguma varivel (Honrio, 2009).

Mtodo de investigao:
A pesquisa se caracteriza como descritiva, pela proposta de relatar e comparar o desempenho econmico-financeiro das empresas. Quanto aos procedimentos, a pesquisa documental e a abordagem de natureza quantitativa. A amostra so as 25 empresas com maior participao no Novo Mercado e excludas as companhias financeiras, de participao e aquelas que no possuem estoques. A coleta de dados ocorreu em 14/12/2015 na base Economtica, sites da BM&FBovespa e CVM. Foram extrados dados histricos de 2010 a 2014 e calculados os seguintes indicadores econmico-financeiro: (a) liquidez: liquidez geral, liquidez corrente, liquidez seca e liquidez imediata; (b) endividamento: imobilizao do patrimnio lquido, participao de capital de terceiros e composio do endividamento; (c) atividade: prazo mdio de estocagem, prazo mdio de pagamento a fornecedores e prazo mdio de cobrana; e (d) rentabilidade: giro do ativo, margem lquida, retorno sobre o ativo e retorno sobre o patrimnio lquido. O grau de internacionalizao das empresas, foi mensurado pelo ndice de Transnacionalizao da Unctad (1995), que a mdia aritmtica de trs variveis: proporo das vendas externas sobre as vendas totais, proporo da quantidade de empregados no exterior sobre o total de empregados e a proporo de ativos no exterior pelo total de ativos. Essas informaes foram retiradas do Formulrio de Referncia, publicados na CVM. O ranking do grau de internacionalizao, utilizou-se o resultado do ndice da Unctad (1995), em ordem decrescente. Para medir o desempenho econmico-financeiro das empresas e estabelecer o ranking entre elas, foi utilizado a ferramenta de anlise Technique for Order Preference by Smilarity the Ideal Solution (TOPSIS), desenvolvida por Hwang e Yoon (1981), que consiste em avaliar a distncia de uma empresa em relao a um ideal e a uma inversa, denominada anti-ideal, por meio de uma taxa de similitude. Dessa forma, so identificadas alternativas que esto mais prximas da soluo ideal e mais distantes da soluo anti-ideal. E por fim, para verificar a relao entre os dois rankings, desempenho econmico-financeiro e o grau de internacionalizao foi realizada uma correlao ordinal de Kendall, por meio do software SPSS, que verifica o grau de associao existente entre dois conjuntos de ordenao (Thephilo & Martins, 2009).

Resultados, concluses e suas implicaes:
O desempenho econmico-financeiro das empresas foi estabelecido por meio da anlise de 12 indicadores, por meio do mtodo TOPSIS para determinar o ranking de cada perodo e o geral, j o grau de internacionalizao foi mensurado pelo ndice de Transnacionalizao da Unctad (1995). Ainda que algumas empresas sejam privilegiadas por obterem bom desempenho e praticar bons nveis de governana corporativa, evidentemente que algumas no realizam operaes no exterior. Constatou-se a diversidade de caractersticas organizacionais que algumas empresas apresentaram no clculo do grau de internacionalizao. Isto se deve as estratgias adotadas por cada empresa, conforme a necessidade frente ao mercado internacional (Honrio, 2009). Tal diversidade de valores atribudos em alguns ndices, corrobora com a distribuio realizada pela mdia aritmtica de trs variveis com caractersticas diferentes, sendo financeiras e no financeiras, que compreende o ndice da Unctad (1995). Com isso, Honrio (2009), descreve que a proposta de utilizar esse ndice evitar a vantagem de proporo de alguma varivel elevada. Pode-se constatar que, o que justifica a empresa ser mais internacionalizada , em primeiro lugar, os ativos mantidos no exterior e, em segundo, as receitas de exportao. Essas informaes reforam os achados de Sullivan (1994), que destaca o crescente volume de vendas internacionais nas dcadas de 1970 e 1980, considerado um marco histrico para se estabelecer o grau de internacionalizao. A transio do cenrio econmico com a abertura de capital que aconteceu no Brasil em 1990, tem relao com a varivel mais significativa ao grau de internacionalizao encontrada nesta pesquisa, que so os ativos no exterior. o que relata Zen e Festerseifer (2008), ainda que tardiamente, a abertura de mercado nesse perodo aconteceu devido s presses competitivas. Para verificar a relao entre o grau de internacionalizao e o desempenho das empresas, foi calculada a correlao ordinal de Kendall entre os posicionamentos obtido em cada perodo. Os resultados indicam que em nenhum perodo apresentou correlao significativa, no tendo essa relao entre organizaes que adotam a governana corporativa. Ainda assim, constata-se baixa correlao entre os rankings do grau de internacionalizao e o desempenho. Diante da temtica, a internacionalizao caracteriza-se como uma estratgia nas organizaes, para assegurar a expanso e continuidade dos seus negcios (Sapienza et al., 2006; Grundney, 2007). No entanto, no h garantia que empresas com essa estratgia alcancem melhor desempenho entre aquelas que no so internacionalizadas ou at mesmo entre aquelas com baixo grau de internacionalizao. Como a amostra foi composta por empresas com alto nvel de exigncia em sua gesto, o que as propiciam maior experincia de mercado e tenham melhor desempenho (Aguilera & Jackson, 2003), todavia h entre elas empresas no internacionalizadas ou com baixo grau de internacionalizao, que alcanaram desempenho superior aquelas com maior grau. Isto se deve s estratgias utilizadas pelas empresas, que so influenciadas por caractersticas organizacionais, e dentre elas o grau em que se posicionam no mercado internacional (Honrio, 2009), ocasionalmente, pode ser divergente do nvel de desempenho. Este estudo apresenta uma correlao entre os rankings do grau de internacionalizao e 12 indicadores de desempenho, que mesmo apresentando limitaes de no serem analisados isoladamente, respalda-se em alguns estudos anteriores. Nos achados de Fleury et al. (2008), observa-se uma relao positiva entre o grau de internacionalizao e desempenho nas empresas at o ponto que se tornam multinacional. Ainda assim, a partir de 15% do grau de exportao os resultados chegam em at 100%, porm constatou-se o declnio dos bons resultados a medida que iniciam os investimentos no exterior. Pelos resultados dos dois rankings, no se pode afirmar que empresas com maior grau de internacionalizao tendem a ter melhor desempenho se comparadas com aquelas com baixo grau ou nenhum, embora que esse estudo se limitou em analisar as variveis do ndice da Unctad (1995).

Referncias bibliogrficas:
Aguilera, R. V., & Jackson, G. (2003). The cross-national diversity of corporate governance: Dimensions and determinants. Academy of management Review, 28(3), 447-465. Fleury, M. T. L., Borini, F. M., Fleury, A., & de Oliveira Jnior, M. M. (2008). Internationalization and performance: a comparison of Brazilian exporters versus Brazilian multinationals. Revista Economia & Gesto, 7(14), 57-84. Grundey, D. (2007). Internacionalizao dos mercados: O processo de internacionalizao das empresas dinamarquesas na Litunia. Transformation in Business & Economics, 6 (1), 85-108. Honrio, L. C. (2009). Determinantes organizacionais e estratgicos do grau de internacionalizao de empresas brasileiras. RAE-Revista de Administrao de Empresas, 49(2), 162-175. Sapienza, H. J., Autio, E., George, G., & Zahra, S. A. (2006). A capabilities perspective on the effects of early internationalization on firm survival and growth. Academy of Management Review, 31(4), 914-933. Silveira, A. D. M. D., Barros, L. A. B. D. C., & Fam, R. (2003). Estrutura de governana e valor das companhias abertas brasileiras. Revista de Administrao de Empresas, 43(3), 50-64. Sullivan, D. (1994). Measuring the degree of internationalization of a firm. Journal of International Business Studies, v. 25, n. 2, p. 325-342. Unctad. Division on transnational corporation and investment. World Investment Report, Transnational Corporations and Competitiveness, Geneva: United Nations, 1995.

 

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