Anais do 16º International Conference in Accounting - 16º  2016
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RESUMO DO TRABALHO

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Código: 61

Área Temática: Área VI: Educação

Título: Tecnologias da Educao e o Reflexo no Desempenho Acadmico

Resumo:
Propsito do Trabalho:
1 Introduo A utilizao de tecnologias nos cursos presenciais, na forma de tecnologias educativas, representa uma forma de contribuir para o processo de aprendizado. Neste sentido, as tecnologias podem ser usadas para criar diversas opes educacionais, com diferentes experincias de aprendizagem. O chat, segundo McLeod, Dawson e Berg (2002), oferece a oportunidade para os estudantes esclarecer e elucidar questes dentro de um curto perodo de tempo, facilitando a comunicao com professores e colegas. Os fruns de discusso permitem aos usurios postar seus temas e questes de aprendizagem para discusso. Assim, a aprendizagem online parece ser um caminho mais atrativo, por incentivar o interesse e a motivao (Chen, Chang, & Wang, 2008; Chou & Liu, 2005). Assim, a combinao de fatores como motivao e interesse dos estudantes, planejamento e organizao das instituies, conhecimento dos professores, e a forma de abordar o contedo, garantem condies mnimas para o desenvolvimento de programas apoiados em ambiente educacional online (Cornachione, 2004). Neste sentido, este trabalho se justifica, pois a gerao de estudantes que hoje ingressa no ensino superior , cada vez mais, composta por nativos digitais, que so contemporneos das novas tecnologias. A questo central do presente estudo o contexto atual, em que os estudantes utilizam e so atrados pelo uso frequente de tecnologias, tendo como resultado grande fluncia e versatilidade na sua aplicao. Desta maneira, o uso da tecnologia e a adequao do processo de avaliao podem aprimorar o aprendizado. Define-se assim, a seguinte questo de pesquisa: como o uso de chats e fruns de discusso pode refletir no desempenho acadmico dos estudantes em um curso de graduao presencial de Cincias Contbeis?

Base da plataforma terica:
2 Tecnologias da educao A tecnologia vem provocando mudanas no sistema de ensino. Um nmero crescente de instituies tm efetivamente integrado a tecnologia no ambiente de aprendizagem para apoiar novas abordagens de ensino e melhorar trabalho em equipe, em um esforo para reformar a educao (Schrum & Levin, 2010). Conforme Atif (2012) os estudantes universitrios so considerados nativos digitais, pois cresceram em meio tecnologia. No entanto, apesar de ter havido uma evoluo multidimensional com os discentes, nas salas de aulas, que o local em que os estudantes constroem a sua experincia de ensino, poucas mudanas ocorreram. Atif (2012) realizou um experimento, concebendo um ambiente de sala de aula com base em um leiaute de tecnologia avanada, incluindo uso de quadro interativo, tablet, painel de controle para o professor, unidade telepresencial, tela touch screen e clulas/grupos de trabalho. O modelo de aprendizagem foi desenvolvido na sala de aula Os resultados sugerem que, com base em indicadores de avaliao padro, o desempenho da aprendizagem foi melhor em relao ao modelo de aprendizagem convencional, na sala de aula tradicional. Para Jena (2011) o cenrio tecnolgico mundial tem pavimentado o caminho para novas pedagogias no processo de ensino-aprendizagem com foco no ambiente de aprendizagem baseado em tecnologia e seu impacto sobre o desempenho do aluno. Jena (2011) realizou um estudo experimental para determinar a eficcia do ambiente de aprendizagem baseado em tecnologia no desempenho dos alunos em ingls como lngua estrangeira. Os resultados da pesquisa evidenciaram que h diferena significativa entre os escores mdios dos grupos de tratamento e de controle. Ou seja, o ensino e a aprendizagem atravs de tecnologias da educao podem ser adotadas para aumentar a capacidade de aprendizagem da lngua dos alunos. Zhao, Lei, Yan, Lai e Tan (2005) constataram que, em estudos de ensino distncia, aplicaes que combinam comunicao sncrona e assncrona tendem a gerar mais efeitos positivos do que aplicaes com apenas uma destas interaes. Ao focar a comunicao no ambiente assncrono, Cornachione, Lawanto, Githens e Johnson (2012) destacam um componente importante da educao online que seria importante investigar - formas especficas com que os novatos e profissionais experientes tendem a se relacionar com seus pares e com o instrutor -, e o contedo de temas especficos. 2.1 Desempenho Acadmico A cultura de avaliao precisa ser desenvolvida ao longo do tempo, e envolve as professores e estudantes, para trabalharem em conjunto no desenvolvimento de objetivos e definio de critrios. A avaliao fornece feedback til para todos, que pode ser usado para melhorar a aprendizagem, tanto pelos professores, como pelos estudantes (Havnes, Smith, Dysthe, & Ludvigsen, 2012). A avaliao contribui para apreciar a eficcia da didtica e dos recursos pedaggicos utilizados, favorecendo a tomada de decises no decorrer do processo de ensino-aprendizagem, com o objetivo de melhorar a qualidade do conhecimento que se est desenvolvendo (Luckesi, 2005). No ambiente online, uma alternativa importante para medir as formas de avaliao concentrar-se em questes de processo, em vez de produto. Esse enfoque vai, de alguma forma, no sentido de resolver o problema de inferir o desempenho dos estudantes. Onde as estratgias orientadas para processos de avaliao esto mais bem definidas, percebe-se uma perspectiva nova e importante para a avaliao (Oliver & Harvey, 2002).

Mtodo de investigao:
3 Procedimentos Metodolgicos O estudo foi realizado em uma universidade federal. Os participantes foram os estudantes do primeiro semestre do curso de Cincias Contbeis que estavam inscritos na disciplina Contabilidade Introdutria. Foi realizado um experimento em uma turma dividida em duas da disciplina Contabilidade Introdutria, cuja principal diferena era o uso das tecnologias da educao, com o intuito de identificar os impactos do uso dessas tecnologias no desempenho dos estudantes. O desenho experimental, parte da composio os grupos de forma aleatria, por meio de um sorteio. O experimento teve durao de dois bimestres. No incio do experimento foi aplicada uma prova inicial, para servir de comparativo com o desempenho final e para fazer a comparao entre os grupos. As tecnologias que foram utilizadas no experimento so: um frum de discusso e dois chats, em cada bimestre. Os fruns e os chats serviram para compor um ambiente de aprendizagem interativo, e foram escolhidos por representar formas de abordagens diferentes: uma sncrona (chat) e a outra assncrona (fruns). Alm disso, so meios de interao acessveis aos estudantes, independentemente do local e equipamento que eles utilizem, e tambm so opes sobre as quais o professor pode manter maior controle quanto participao dos estudantes. No incio do segundo bimestre, os grupos foram invertidos, ou seja, o GT do primeiro bimestre passou a ser GC, e o GC do primeiro bimestre passou a ser GT. Todos os estudantes assinaram termo de consentimento concordando em participar do experimento. Durante a realizao do experimento, o pesquisador acompanhou o andamento de forma virtual, por meio do sistema Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment), em que ocorreram as interaes tecnolgicas, de forma a observar a possvel influncia de outras variveis relevantes. Alm disso, foram analisados os resultados da avaliao final, para verificar a existncia de diferenas entre o desempenho dos dois grupos. Para a insero das tecnologias (chat e frum) foi considerado o contedo programtico da disciplina escolhida para a realizao do tratamento (Contabilidade Introdutria). O contedo e as atividades desenvolvidas nas turmas foram os mesmos, e a diferena entre os grupos de controle e tratamento foi exclusivamente o uso das tecnologias.

Resultados, concluses e suas implicaes:
4 Resultados A Tabela 11 mostra que a turma A teve desempenho final mdio, nos dois bimestres, superior turma C, mas comparando a variao percentual entre a nota inicial e a final observa-se que no 1 bimestre a maior variao ocorreu na turma A, que era o GT, e no 2 bimestre a maior variao ocorreu na turma C, que era o GT naquele bimestre. Esse fato um indicativo de que, de alguma forma, o uso de tecnologia beneficiou as turmas no momento em que eram GT. Isso pode indicar que os estudantes que tm mais habilidade com o uso da tecnologia podem atingir um crescimento no desempenho superior ao que teriam se no estivessem utilizando a tecnologia. A comparao das notas entre os bimestres tem uma limitao, em relao possvel diferena entre o grau de dificuldade dos contedos de um bimestre para outro. No primeiro bimestre, os contedos ministrados trataram de noes iniciais de Contabilidade, e considerando que parte das turmas j possua curso tcnico ou experincia profissional, esses contedos seriam de fcil entendimento para esses estudantes. No segundo bimestre, os contedos foram um pouco mais avanados, no entanto, com a base de conhecimento obtida no primeiro bimestre, os grupos tinham condies de apresentar desempenho semelhante. Tabela 11 Desempenho mdio dos grupos nos bimestres Turma A Nota inicial Nota final Diferena 1 bimestre - Grupo de Tratamento 2,77 6,74 3,97 2 bimestre - Grupo de Controle 1,54 7,27 5,73 Diferena 1,23 -0,53 1,76 Turma C Nota inicial Nota final Diferena 1 bimestre - Grupo de Controle 3,90 6,59 2,69 2 bimestre - Grupo de Tratamento 0,92 6,17 5,25 Diferena 2,98 0,42 2,56 No que se refere idade, a Tabela 12 evidencia que o uso da tecnologia pode interferir no desempenho. Na turma A essa situao mais evidente, pois os estudantes com idade at 25 anos tiveram desempenho superior quando a turma era o GT e os estudantes acima de 25 anos tiveram melhor desempenho quando a turma era o GC. Na turma C, as notas mdias finais foram menores quando ela era o GT, independentemente da idade, com exceo da faixa entre 20 e 25 anos, onde a mdia foi maior quando ela era GT. Tabela 12 Desempenho mdio por grupo etrio nos bimestres Turma A Turma C Idade Nota final GT 1 bimestre Nota final GC 2 bimestre Variao Nota final GT 2 bimestre Nota final GC 1 bimestre Variao menos de 20 anos 6,87 6,29 -0,58 5,61 5,86 0,25 entre 20 e 25 anos 7,98 6,56 -1,42 6,67 7,05 0,38 entre 26 e 30 anos 6,23 8,10 1,87 5,30 6,44 1,14 mais de 30 anos 6,21 8,58 2,37 7,70 7,26 -0,44 5 Concluso O presente estudo teve como objetivo identificar o reflexo do uso de chat e frum de discusso no desempenho acadmico. Para isso, foi feita uma comparao entre os desempenhos inicial e final dos dois grupos (tratamento e controle), em funo de se haver constatado, no decorrer do estudo, que um dos grupos teve um desempenho mdio inicial estatisticamente superior ao outro. Conforme Gall et al. (2002), quando as notas iniciais no confirmam a hiptese de igualdade entre as mdias dos grupos torna-se necessria a comparao da variao entre os desempenhos inicial e final. O desempenho superior, possivelmente, pode ser atribudo a uma caracterstica observvel, a insero no mercado de trabalho, que se refletiu nas notas iniciais diferentes, mesmo com a aleatorizao dos grupos. Este resultado encontra respaldo nos trabalhos de Byrne & Flood (2009) e Miranda et al. (2013), que mostram que o conhecimento prvio adquirido no mercado de trabalho tem reflexo positivo no desempenho dos estudantes na graduao. No entanto, quando comparada a variao entre o desempenho no incio e o resultado ao final de cada bimestre, observa-se que o desempenho do grupo que utilizou a tecnologia foi superior ao do outro grupo. Com isso, concluiu-se que o desempenho acadmico pode ser aumentado com o uso das tecnologias, em particular chat e frum. Deve-se destacar que a varivel idade afetou o desempenho dos estudantes: os mais jovens atingiram um desempenho melhor com o uso da tecnologia, e os estudantes com idade superior a 25 anos tiveram pior desempenho no bimestre em que tiveram contato com a tecnologia.

Referncias bibliogrficas:
Atif, Y. (2012). Conversational learning integration in technology enhanced classrooms. Computers in Human Behavior, 1-8. Byrne, M., & Flood, B. (2009). Examining the relationships among background variables and academic performance of first year accounting students at an Irish University. Journal of Accounting Education, 26(4), 202-212. Chen, G. D., Chang, C. K., & Wang, C. Y. (2008). Ubiquitous learning website: scaffold learners by mobile devices with information-aware techniques. Computers & Education, 50(1), 7790. Chou, S., & Liu, C. (2005). Learning effectiveness in a Web-based virtual learning environment: a learner control perspective. Journal of Computer Assisted Learning, 21(1), 6576. Cohen, L, Manion, L, & Morrison, K. (2007). Research Methods in Education (6th ed.).New York: Taylor & Francis e-Library. Cornachione, E. B., Jr. (2004). Tecnologia da educao e curso de Cincias Contbeis: modelos colaborativos virtuais. Tese de livre-docncia, Universidade de So Paulo, So Paulo, SP, Brasil. Cornachione, E. B., Jr., Lawanto, O., Githens, R. P., & Johnson, S. D. (2012). The Role of Students' Professional Experience in Online Learning: Analysis of Asynchronous Participation. MERLOT Journal of Online Learning and Teaching, 8(2). Gall, M., Gall, J., & Borg, W. (2002). Educational Research (7th ed.) White Plains, New York: Longman. Havnes, A., Smith, K., Dysthe, O., & Ludvigsen, K. (2012) Formative assessment and feedback: Making learning visible. Studies in Educational Evaluation, 38(1), 21-27. Jena, P. C. (2011). Effect of Technology Based Learning Environment on Academic Achievement. Techno LEARN, 1(2), 221-229. Luckesi, C. C. (2005). Avaliao da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando a prtica. Salvador: Malabares Comunicao e Eventos. McKechnie, J., Dunleavy, K., & Hobbs S. (2005). Student employment and its educational impact: a Scottish study. Scottish Educational Review, 37(1), 58-67. McLeod, S., Dawson, S., & Berg L. (2002). Using online chat to enhance peer learning while on fieldwork placements. International Journal of Innovation in Science and Mathematics Education, 8(1). Miranda, G. J., Lemos, K. C. S., Pimenta, A. S. O., & Ferreira, M. A. (2013, Braslia). Determinantes do Desempenho Acadmico na rea de Negcios. Anais do Encontro de Ensino e Pesquisa em Administrao e Contabilidade, Florianpolis, SC, Brasil, 4. Novak, J. D. (2010). Learning, Creating, and Using Knowledge: concept maps as facilitative tools in schools and corporations. New York: Taylor & Francis. Oliver, M., & Harvey, J. (2002). What does impact mean in the evaluation of learning technology? Educational Technology & Society, 5(3), 18-26. Schrum, L., & Levin, B. B. (2010). Leading 21st-century schools: Harnessing technology for engagement and achievement. Thousand Oaks, CA: Corwin Press. Soin, D. (2011). Challenges of Information and Communication Technology in Students Motivation and Learning. Techno LEARN: An International Journal of Educational Technology, 1(2), 205-213. Strang, K. D. (2011). How can discussion forum questions be effective in online MBA courses? Campus-Wide Information Systems, 28(2), 80-92. Zhao, Y., Lei, J., Yan, B., Lai, C., & Tan, H. S. (2005). What makes the difference? A practical analysis of research on the effectiveness of distance education. Teachers College Record, 107(8), 1836-1884.

 

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