Anais do 16º International Conference in Accounting - 16º  2016
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RESUMO DO TRABALHO

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Clique para abrir o trabalho de código 70, Área Temática: Área IV: Contabilidade Gerencial

Código: 70

Área Temática: Área IV: Contabilidade Gerencial

Título: Desempenho Organizacional das Micro e Pequenas Empresas Localizadas em Joo Pessoa: Estudo Comparativo entre Redes de Cooperao Horizontal e Empresas No Cooperadas

Resumo:
Propsito do Trabalho:
Tendo em vista a srie de acontecimentos que advm da virada do sculo e que representam desafios para o mercado tornando sua dinmica mais rpida, h a necessidade por parte das organizaes de implementar prticas que possam assegurar a sua sobrevivncia e competitividade. Dessa forma, as organizaes necessitam de novas ferramentas e tcnicas para sobressair-se em meio ampla concorrncia, sendo uma das solues encontradas para aplacar o problema, a formao de redes de cooperao. De acordo com Olave e Amato Neto (2001) esta corresponde a uma prtica que projeta assegurar a sobrevivncia e competitividade, em especial de pequenas e mdias empresas, de maneira que uma nova estrutura organizacional seja formada e o relacionamento entre empresas seja inovado. Verifica-se, pois, uma quantidade notria, no que diz respeito aos estudos que retratam os benefcios de MPEs que se inserem em redes de cooperao (Tondolo & Schneider, 2004; Reis, El-Kouba, Quandt, Cruz & Martins, 2008; Verschoore & Balestrin, 2008; Tureta & Pao-Cunha, 2008; Oliveira & Cndido, 2009; Magalhes, Daudt & Phonlor, 2009; Oliveira Rezende & Carvalho, 2011; Castro, Bulcagov & Hoffmann, 2011). Todavia, no se verifica a presena de pesquisas nacionais que atestem sobre o desempenho de MPEs participantes de uma rede de cooperao vis--vis aquelas no inseridas neste contexto. Neste ponto, Verschoore e Balestrin (2008), citam esta anlise como sendo uma contribuio para o avano no conhecimento da rea. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo verificar se as MPEs inseridas em redes horizontais de cooperao apresentam desempenho organizacional superior quelas que atuam independente de qualquer relao interorganizacional.

Base da plataforma terica:
Redes Horizontais de Cooperao Interorganizacional As redes constituem-se com o objetivo de agregar qualidades de todas as empresas envolvidas, de maneira que isto propicie ganhos de escala de unio e insero ao ambiente competitivo, o que se mostra benfico s MPEs, uma vez que, estas possuem dificuldades de sobrevivncia em um ambiente caracterizado pela competio (Tureta & Pao-Cunha, 2008). Pesquisas nacionais e internacionais (Podolny & Page, 1998; Gulati, Nohria & Zaheer, 2000; Brass, Galaskiewicz, Greve & Tsai, 2004; Pacagnan, 2006; Wegner, Wittmann & Dotto, 2006; Verschoore & Balestrin, 2008; Balestrin, Vargas & Fayard, 2008; Tureta & Pao-Cunha, 2008; Oliveira & Cndido, 2009; Serra & Ferreira, 2010; Froehlich, 2013) analisaram os benefcios angariados pelas empresas inseridas em uma rede de cooperao, os quais podem ser resumidos em cinco tpicos, a saber: a) Ganhos de escala e poder de mercado; b) Acesso a solues para as dificuldades das empresas; c) Condies para aprendizagem e inovao; d) Reduo de custos e riscos; e) Gerao e manuteno de relaes sociais (Verschoore & Balestrin, 2008). Tais benefcios percebidos por organizaes inseridas em redes impactam positivamente na expectativa de sobrevivncia e no desempenho das MPEs (Brass et al., 2004). Desempenho Organizacional A avaliao de desempenho propicia a anlise dos resultados das empresas, podendo ser utilizada como complemento na gesto (Boffi et al., 2010). Apesar de ser um tema relevante ainda no h um consenso sobre como caracterizar o construto desempenho e sobre como mensur-lo (Carneiro, Silva, Rocha & Hemais, 2005, p. 1). Entretanto, comumente so apontados dois pontos de vista sobre o qual o desempenho pode ser mensurado: o aspecto subjetivo, onde o desempenho das organizaes medido de acordo com sua prpria expectativa ou em relao ao seu concorrente mais prximo (Pelham & Wilson, 1996), e o mtodo objetivo, que se baseia em medidas absolutas de desempenho (Chakravarthy, 1996), tais como Retorno sobre Ativos (ROA), Retorno sobre Patrimnio Lquido (ROE) e Taxa de Crescimento de Vendas. A escolha pelo mtodo de mensurao depender de fatores, tais como, questo de pesquisa e disponibilidade de dados (Steers, 1975; Kanter & Brinkerhoff, 1981; Ford & Schellenberg, 1982; Chakravarthy, 1996). Hoque (2005) evidencia que em pesquisas realizadas com pequenas empresas so escolhidas as medidas subjetivas, uma vez que, estas no dispem dos dados necessrios, acarretando na inviabilidade de uma anlise objetiva, com indicadores financeiros. Desta feita, a utilizao de indicadores subjetivos indicada como uma soluo praticvel para uma eventual inexistncia de dados (Perin & Sampaio, 1999), ou a impossibilidade de obt-los (Lizote, Verdinelli & Nascimento, 2015). Portanto, no presente estudo foram utilizadas medidas subjetivas de desempenho, atravs da percepo dos gestores. Sendo o empresrio o maior detentor do conhecimento acerca do seu negcio, a medio do desempenho organizacional a partir da sua percepo vlida. Ademais, alguns estudos tambm relativos medio do desempenho organizacional de pequenas empresas inseridas em redes de cooperao, foram propiciados por meio da percepo dos empresrios (Brass et al., 2004; Pacagnan, 2006; Verschoore & Balestrin, 2008; Balestrin, Vargas & Fayard, 2008; Tureta & Pao-Cunha, 2008; Oliveira & Cndido, 2009).

Mtodo de investigao:
Por meio de uma survey com 67 MPEs inseridas em redes de cooperao e 154 MPEs no cooperadas analisou-se o desempenho organizacional com base na percepo do respondente, a respeito de aspectos associados s medidas de desempenho: satisfao dos clientes; satisfao dos funcionrios; crescimento da empresa; lucratividade da empresa e desempenho geral. O questionrio utilizado na pesquisa foi estruturado em sete blocos contendo 27 perguntas no total. Os itens foram analisados por meio da aplicao de questes com uma escala de 1 a 5, onde 1 corresponde ao posicionamento muito pior que a mdia, 2 equivale a pior que a mdia, 3 significa igual a mdia, 4 corresponde a melhor que a mdia e 5 equivale a muito melhor que a mdia. O conjunto de respostas obtidas dos gestores das empresas indicar a dimenso de satisfao do respondente (satisfao alta, satisfao mdia ou satisfao alta) possibilitando identificar o desempenho organizacional e comparar os grupos de empresas inseridas em redes de cooperao versus aquelas no inseridas em nenhuma relao interorganizacional. Portanto, a presente pesquisa considera desempenho organizacional de MPEs, os resultados financeiros (crescimento das vendas, participao de mercado, lucratividade) e resultados no financeiros (qualidade dos produtos e servios, satisfao dos clientes, satisfao dos funcionrios), conforme reviso apresentada por Provan e Sydow (2008). No intuito de verificar se h diferena significante entre o desempenho dos grupos investigados, adotaram-se os testes Qui-quadrado (para variveis categricas) e o teste Mann-Whitney (para as variveis contnuas ou intervalares que no possuem distribuio normal), sabendo que os resultados decididos como estatisticamente significantes possuem nveis descritivos (valor-p) menores que 0,05.

Resultados, concluses e suas implicaes:
O desempenho organizacional das empresas cooperadas e no cooperadas foram investigadas a partir das dimenses: satisfao dos clientes, satisfao dos funcionrios, crescimento e lucratividade. Estas dimenses foram mensuradas por meio da percepo do respondente comparando a situao da sua empresa com a dos seus concorrentes mais prximos. Adicionalmente, as duas ltimas dimenses, consideradas medidas financeiras foram mensuradas, tambm, a partir da percepo do respondente comparando a situao da empresa com o ano anterior, ou seja, comparando o ano de 2014 com o ano de 2013. Em relao medida satisfao dos clientes, satisfao dos funcionrios, crescimento da empresa e lucratividade da empresa em relao aos seus concorrentes, os testes de Mann-Whitney evidenciam que h diferena estatstica significante entre o grupo de empresas cooperadas e o grupo de empresas no cooperadas, sendo as empresas cooperadas aquelas que, na percepo do respondente, apresentam melhor desempenho. No entanto, quando questionados sobre o desempenho medido pelo crescimento da empresa e lucratividade da empresa em comparao ao ano anterior, o desempenho das empresas cooperadas no superior ao das empresas no cooperadas, na percepo do respondente. A partir dos escores obtidos para cada medida de desempenho foi calculado o escore total utilizado como indicador de desempenho total e de acordo com os resultados obtidos para o teste de Mann-Whitney, pode-se considerar que h diferena significante entre os grupos de empresas cooperadas e no cooperadas. De modo geral, os resultados evidenciam que as empresas inseridas em redes de cooperao apresentam desempenho superior quelas que no esto inseridas em nenhuma relao interorganizacional, na percepo do respondente. A explicao para tal fato deve-se fora que as redes vm adquirindo por representar uma alternativa vivel s MPEs concorrerem em mbito global. Alm disso, caractersticas peculiares das empresas inseridas em redes, como por exemplo, a troca de conhecimento entre os membros, gerando informaes coletivas e individuais contribui para auxiliar no compartilhamento de conhecimentos em decorrncia dos laos firmados entre os participantes da rede, de modo que a aprendizagem mtua amplificada. As redes de cooperao tm contribudo para gerar renda, favorecendo a criao de empregos e capacitando as empresas, atravs de cursos, oficinas, encontros, palestras, entre outros. Alm do que, o sucesso destas deve-se tambm ao auxlio das empresas nodais que atuam como elemento propulsor da formao da rede, realizando o devido acompanhamento, estabelecendo acordos e fornecendo informaes aos membros da rede. Adicionalmente, a empresa nodal, produz um ambiente favorvel cooperao eficaz, de modo que os objetivos da rede sejam atingidos. No que diz respeito s MPEs que no esto inseridas em nenhum tipo de relao interorganizacional, percebe-se que apesar destas encontrarem-se, em sua maioria, consolidadas no mercado apresentam desempenho inferior s empresas cooperadas. Sugere-se, portanto, que haja uma busca por parte das mesmas por capacitao, troca de conhecimento com outras empresas, treinamento de funcionrios, utilizao das ferramentas de gesto para uma melhor gerncia e consequentemente melhor desempenho. Vale ressaltar que este trabalho investiu na pesquisa em MPEs que apesar da sua indiscutvel contribuio economia do pas a pesquisa efetuada em MPE pode ser considerada mais dificultosa tendo em vista a indisposio dos dados. Por este fato, um dos fatores limitantes da presente pesquisa, diz respeito avaliao do desempenho, visto que este foi medido pela satisfao do respondente a respeito de determinadas dimenses de desempenho. Entende-se que este tipo de mensurao pode sofrer interferncias emocionais do respondente, conquanto, a medio do desempenho nas MPEs permanece sendo um desafio para a academia. Adicionalmente, almeja-se que o presente estudo possa contribuir de alguma forma para o desenvolvimento das MPEs sejam estas participantes ou no de redes de cooperao.

Referncias bibliogrficas:
Balestrin, A., Vargas, L. M., & Fayard, P. (2008). Knowledge creation in small-firm network. Journal of Knowledge Management, 12 (2), 94-106. Froehlich, C. (2013) As contribuies das relaes interorganizacionais para o empreendedorismo internacional: um ensaio terico. Revista de Gesto do Unilasalle, 2 (2), 215-225. Gulati, R., Nohria, N., & Zaheer, A. (2000). Strategic networks. Strategic Management Journal, 21 (3), 203-215. Oliveira, V. M. de, & Cndido, G. A. (2009). As Contribuies dos conceitos e modelos de Redes Organizacionais no setor varejista: Um estudo exploratrio em pequenos supermercados no estado da Paraba. Revista Eletrnica de Administrao, 15 (3), 703-728. Serra, F. R., & Ferreira, M. P. (2010). Emerging determinants of firm performance: A case study research examining the strategy pillars from a resource-based view. The Journal of the Iberoamerican Academy of Management, 8 (1), 7-24. Tureta, C., & Pao-Cunha, E. (2008). Emergncia e constituio de redes interorganizacionais de pequenas e mdias empresas: Um estudo de caso no contexto brasileiro. Revista Eletrnica de Gesto Organizacional, 6 (1), 1-24. Verschoore, J. R.; Balestrin, A. (2008). Ganhos competitivos das empresas em redes de cooperao. Revista de Administrao Eletrnica, 1 (1), 1-21. Zancan, C., Santos, P. da C. F. dos, Costa, A. C. S., & Cruz, N. J. T. da. (2013). Condicionantes de consolidao de redes de cooperao interorganizacional: um estudo de caso sobre o Rio Grande do Sul. Revista de Administrao Pblica, 47 (3), 647-669.

 

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