Anais do 16º International Conference in Accounting - 16º  2016
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RESUMO DO TRABALHO

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Clique para abrir o trabalho de código 102, Área Temática: Área II: Auditoria e Perícia

Código: 102

Área Temática: Área II: Auditoria e Perícia

Título: Influncia de Fatores Individuais de Auditores Independentes da Regio Sul do Brasil no Comportamento Disfuncional na Auditoria

Resumo:
Propsito do Trabalho:
Pesquisas recentes tm apontado que alm dos conhecimentos e habilidades tcnicas, as competncias do auditor relacionadas as atitudes e comportamentos, tem se tornado cada vez mais importante para a qualidade da auditoria das demonstraes contbeis (Dutra, Alberton, Camargo & Camargo, 2013). Assim, no ambiente de auditoria destaca-se a possibilidade de ocorrncia do comportamento disfuncional do auditor (Alderman & Deitrick, 1982; Otley & Pierce, 1995), que pode ter impactos diretos e indiretos na auditoria, acarretando na reduo da qualidade da auditoria (Donnelly, Quirin & Bryan, 2003; Kingori, 2003), constatada a partir do momento em que os procedimentos necessrios no so aplicados pelo auditor, cuja ao pode ocultar informaes que deveriam ser sinalizadas no relatrio de auditoria (Andani & Mertha, 2014) e ainda se transformar em risco para a auditoria (Wahyudi, Lucyanda & Suhud, 2011). As evidncias encontradas na literatura apresentam resultados que no so suficientemente generalizados e conclusivos quanto ao estudo das relaes, causas e efeitos de fatores individuais do auditor no comportamento disfuncional na auditoria (Smith & Hutton, 2011). Como questo de pesquisa tm-se: Qual a influncia de fatores individuais de auditores independentes no comportamento disfuncional na auditoria? Assim, o objetivo deste estudo verificar a influncia de fatores individuais de auditores independentes no comportamento disfuncional na auditoria. A pesquisa justifica-se na identificao dos impactos negativos que o comportamento disfuncional pode incorrer nos procedimentos de auditoria, sinalizando aos rgos reguladores brasileiros a ocorrncia de comportamentos disfuncionais, identificado como uma preocupao constante para a profisso e para o mercado financeiro.

Base da plataforma terica:
Estudos como o de Donnelly, Quirin e Bryan (2003) e Paino, Thani e Idris (2012) sugerem que a aceitao do comportamento disfuncional na auditoria est relacionada aos fatores individuais que respondem ao comportamento do auditor no estabelecimento e atendimento das etapas e procedimentos necessrios para a realizao de auditoria das demonstraes financeiras. Desta forma, pesquisas realizadas em torno do comportamento disfuncional apontam diversas associaes, como com o locus de controle (Bryan, Quirin & Donnelly, 2005), que sugere que as expectativas dos indivduos sobre o seu sucesso dependem da sua prpria conduta pessoal, (locus de controle interno) ou por foras externas (locus de controle externo) (Rotter, 1966). Associaes com a Autoavaliao de Desempenho (AUTO.DES) que a avaliao que o auditor atribui a si mesmo na execuo de seus trabalhos, apontada como a medida que busca avaliar o desempenho dos auditores em relao as tarefas executadas nos processos de auditoria, como por exemplo o planejamento, coordenao, superviso, dentre outros procedimentos executados no processo de auditoria (Donnelly, Quirin & Bryan, 2003). Associaes com o comprometimento organizacional, que conforme Mowday, Steers e Porter (1979), tem por objetivo identificar o comprometimento dos indivduos com a organizao e/ou tambm com a profisso. Tambm h ainda a possibilidade de identificar efeitos moderadores, ou seja, efeito da mediao das variveis exgenas sob a varivel endgena, que se busca explicar, como a observao da autoavaliao de desempenho do auditor como varivel mediadora do efeito do locus de controle externo e interno no comportamento disfuncional e o comprometimento organizacional como uma varivel mediadora da influncia do Locus de Controle Externo e Interno no Comportamento Disfuncional na Auditoria. Assim, considerando os estudos anteriores disponveis na literatura relacionada, como o de McNair (1991); Donnelly, Quirin e Bryan (2003); Donnelly, Quirin e Bryan (2011); Agoglia, Hatfield e Lambert (2011); Fatimah (2012); Paino, Smith e Ismail (2012); Alkautsar (2014); Akhsan e Utaminingsih (2014); Paino, Ismail e Smith (2014); Chairunnisa e Idrus (2015); dentre outros que suportam o tema de investigao proposto, foram determinadas 8 hipteses de pesquisa, sendo: H1 O Locus de Controle Externo (LOC.EXT) influencia positivamente no Comportamento Disfuncional na Auditoria (C.DISF). H2 - O Locus de Controle Interno (LOC.INT) influencia negativamente no Comportamento Disfuncional na Auditoria (C.DISF). H3 Maior Autoavaliao de Desempenho (AUTO.DES) influencia negativamente no Comportamento Disfuncional na Auditoria (C.DISF). H4 O Comprometimento Organizacional (CO) influencia negativamente no Comportamento Disfuncional (C.DISF). H5 Menor Autoavaliao de Desempenho (AUTO.DES) incrementa a influncia positiva do Locus de Controle Externo (LOC.EXT) no Comportamento Disfuncional na Auditoria (C.DISF). H6 - Maior Autoavaliao de Desempenho (AUTO.DES) incrementa a influncia negativa do Locus de Controle Interno (LOC.INT) no Comportamento Disfuncional na Auditoria (C.DISF). H7 O Comprometimento Organizacional (CO) diminui a influncia positiva do Locus de Controle Externo (LOC.EXT) no Comportamento Disfuncional (C.DISF). H8 O Comprometimento Organizacional (CO) incrementa a influncia negativa do Locus de Controle Interno (LOC. INT) no Comportamento Disfuncional (C.DISF).

Mtodo de investigao:
A pesquisa caracterizou-se como descritiva, realizada por meio de uma survey com uma abordagem quantitativa. A populao compreende 164 auditores seniors, scios e assistentes de auditoria das Firmas Big Four de auditoria localizadas na regio sul do Brasil, cujos contatos foram extrados conforme a aplicao de filtros na rede de contatos profissionais da LinkedIn, utilizando o nome das Firmas Big Four de auditoria e sua localizao, ativos na rede durante o perodo de consulta no ms de junho e julho do ano de 2015. A amostra da pesquisa considerou o retorno de 84 questionrios utilizveis, que representa 51,22% de retorno da populao investigada. A coleta de dados ocorreu por intermdio de um questionrio encaminhado por e-mail, com acesso atravs do seguinte link: . O questionrio foi dividido em cinco sees, compreendendo a caracterizao do respondente, sem a identificao do mesmo, o locus de controle (LOC) interno e externo (16 questes) com base em Spector (1988), o comportamento disfuncional do auditor (C.DISF) (12 questes), a autoavaliao de desempenho (AUTO.DES) (7 questes), ambas com base em Donnelly, Quirin e Bryan (2003) e o comprometimento organizacional (CO) (27 questes) com base em Siqueira (2008). Totalizando 67 questes fechadas, disponibilizadas para coleta no perodo de 1 de julho de 2015 a 10 de agosto de 2015. O tratamento estatstico dos dados foi realizado em cinco etapas. A primeira etapa compreendeu a estatsticas descritivas da pesquisa, a segunda etapa compreendeu a verificao do coeficiente do alfa de Cronbach (acima de 0,700) para estabelecimento da confiabilidade dos dados, a terceira etapa correspondeu a aplicao da anlise fatorial (Bartlett significativo e/ou KMO acima de 0,500) para estabelecimento da validade dos dados e a quarta etapa compreendeu a aplicao de correlao de Pearson e a anlise das trajetrias (path analysis), realizados por meio do software SPSS Estatistics verso 22. Os modelos de regresso para Anlise de Trajetrias empregados foram: AUTO.DES=_YX1 (LOC.EXT_1 )+_YX2 (LOC.INT_2 )+e_Y CO=_YX3 (LOC.EXT_3 )+_YX4 (LOC.INT_4 )+e_Y C.DISF=_ZX5 (LOC.EXT_5 )+_ZX6 (LOC.INT_6 )+_ZY7 (AUTO.DES_7 )+_ZY8 (C0_8 )+e_Z

Resultados, concluses e suas implicaes:
Os principais resultados extrados dos fatores individuais dos auditores independentes pesquisados indicam, considerando a mediana da escala Likert de 5 pontos, que o nvel mdio do LOC.EXT se concentrou na escala que representa o nvel 2, mostrando um baixo nvel do LOC.EXT nos auditores independentes participantes da pesquisa. Destaca-se que o nvel mdio do LOC.INT se concentrou no nvel 4, apontando um nvel forte do LOC.INT presente nos auditores independentes. Em relao a AUTO.DES, os resultados indicam de modo geral que auditores se encontram no patamar acima da mdia (mediana 4). Os resultados de forma geral (mediana 4) indicam que os respondentes esto muito comprometidos afetivamente com a organizao. Destaca-se um nvel baixo de Comprometimento Organizacional Calculativo (mediana 2) na amostra investigada da pesquisa e um nvel baixo de Comprometimento Organizacional Normativo (mediana 2). Observa-se um baixo nvel de aceitao de aceitao da finalizao antecipada dos procedimentos e etapas de auditoria sem a aplicao de testes substantivos (mediana 2), indicando que os auditores independentes da regio sul do Brasil tm baixa propenso de incorrer neste comportamento disfuncional. Evidenciou-se um nvel baixo (mediana 2) de aceitao da subnotificao de tempo, sinalizando que na amostra pesquisada a uma baixa propenso dos envolvidos no processo de auditoria desenvolverem este tipo de comportamento disfuncional. Percebeu-se uma mediana prxima de 3, indicando um nvel mdio de aceitao do C.DISF em relao a Alterao ou Substituio dos Procedimentos de Auditoria, sinalizando na amostra uma preocupao quanto a esta aceitao do comportamento disfuncional, que pode estar ligada a um possvel excesso de confiana por parte do auditor. Em resposta ao problema de pesquisa, conclui-se que na amostra utilizada, fatores individuais do auditor de LOC.INT e de CO no apresentam influncia direta no C.DISF. Este resultado pode estar relacionado a instituio de sistemas de controle como mecanismos de governana corporativa para reduo de riscos de manipulaes e fraudes, bem como comportamentos oportunistas, corroborados com o estabelecimento de polticas e valores bsicos das firmas, a fim de proporcionar maior comprometimento dos auditores com os objetivos e a integridade da firma. O LOC.EXT no apresentou influncia significativa no CO e na AUTO.DES, resultado que implica que as baixas expectativas dos auditores independentes pesquisados so percebidas no seu desempenho e no seu nvel de comprometimento organizacional. O LOC.INT evidenciou uma influncia significativamente positiva sobre a AUTO.DES e com o CO, resultados que indicam que os auditores sob esta caracterstica tendem a se esforar e dedicar-se mais para alcanar um bom desempenho na firma de auditoria, bem como esto comprometidos com o sucesso da organizao. Sobre o C.DISF, o LOC.EXT exerce uma influncia positivamente significativa, dado que implica que os auditores pesquisados que apresentam essas caractersticas so facilmente influenciados pelo ambiente (presses, complexidade das tarefas). Em vista a dificuldade enfrentada apresentam maiores probabilidades de desenvolverem comportamentos irregulares para atingir seu objetivo pessoal. A AUTO.DES do auditor mostrou uma influncia negativamente significativa sobre o C.DISF, resultado que sinaliza que as expectativas de bom desempenho fazem com que os mesmos tenham menores probabilidades de agir de forma irregular no desenvolvimento de seu trabalho, atendendo aos princpios e normas contbeis, bem como aos cdigos de boa governana corporativa. Ainda, observou-se que a AUTO.DES fortalece uma influncia negativa do LOC.INT no C.DISF, indicando que os auditores independentes pesquisados que apresentaram caractersticas individuais voltadas ao LOC.INT, esforo e dedicao refletem positivamente no seu nvel de desempenho, contribuindo para a obteno de sucesso na firma, sem que auditor sinta a necessidade de estabelecer prticas disfuncionais para o alcance de seus objetivos.

Referncias bibliogrficas:
Alderman, C. W., & Deitrick, J. W. (1982). Auditors perceptions of time budget pressures and premature sign-offs: A replication and extension. Auditing: A Journal of Practice & Theory, 1(2), 54-68. Bryan, D. O., Quirin, J. J., & Donnelly, D. P. (2011). Locus Of Control And Dysfunctional Audit Behavior. Journal of Business & Economics Research (JBER), 3(10). Donnelly, D. P., Quirin, J. J., & Bryan, D. (2003). Auditor acceptance of dysfunctional audit behavior: An explanatory model using auditors' personal characteristics. Behavioral Research in Accounting, 15(1), 87-110. Donnelly, D. P., Quirin, J. J., & OBryan, D. (2011). Attitudes toward dysfunctional audit behavior: The effects of locus of control, organizational commitment, and position. Journal of Applied Business Research (JABR),19(1). Paino, H., Smith, M., & Ismail, Z. (2012). Auditor acceptance of dysfunctional behaviour: An explanatory model using individual factors. Journal of Applied Accounting Research, 13(1), 37-55. Paino, H., Thani, A., & Idris, S. (2011). Attitudes Toward Dysfunctional Audit Behavior: The Effect of Budget Emphasis, Leadership Behavior, and Effectiveness of Audit Review. Journal of Modern Accounting and Auditing, 7(12), 1344-1351. Paino, H., Ismail, Z., & Smith, M. (2014). Modelling dysfunctional behaviour: individual factors and ethical financial decision. Procedia-Social and Behavioral Sciences, 145, 116-128. Rotter, J. B. (1966). Generalized expectancies for internal versus external control of reinforcement. Psychological Monographs: General and applied,80(1), 1.

 

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