Anais do 13º Congresso USP de Iniciação Científica em Contabilidade - 13º  2016
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RESUMO DO TRABALHO

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Clique para abrir o trabalho de código 219, Área Temática: Área IV: Contabilidade Gerencial

Código: 219

Área Temática: Área IV: Contabilidade Gerencial

Título: A Prtica Oramentria de Uma Empresa do Setor de Transporte Coletivo Metropolitano Integrado do Norte do Paran: Um Estudo de Caso

Resumo:
Propsito do Trabalho:
Com a tecnologia avanada na contemporaneidade, os oramentos tendem a ser executados com grandes possibilidades de acerto. Entretanto, com base no estudo realizado em uma empresa do setor de transporte coletivo, verificam-se dificuldades nesses aspectos em decorrncia das grandes variaes oramentrias obtidas no final do ano oramentrio. Diante disso, este trabalho teve como objetivo analisar os processos de implantao, operacionalizao e controle oramentrio juntamente com as variaes do perodo de 2014 e compar-las com o planejamento empresarial. Quanto ao delineamento, o trabalho caracteriza-se como qualitativo, a unidade de anlise foi desenvolvida pelo mtodo estudo de caso nico integrado sendo conduzido por meio de levantamento bibliogrfico aplicado aos resultados encontrados. A coleta de dados realizou-se por meio de mltiplas fontes de evidncias visando certificao de um mesmo fato ou fenmeno. Neste estudo, foi realizada a triangulao de dados com as seguintes fontes de evidencias: grupo focal, entrevista aberta, aplicao de questionrios e observaes diretas no oramento da empresa. A partir do estudo de caso, foi possvel alcanar todos os objetivos propostos no incio da pesquisa, ou seja, observar e descrever um contexto especfico da empresa de transporte: sua estrutura oramentria. Os resultados evidenciaram que o oramento da empresa no participativo e grande parte das variaes oramentrias por consequncia da defeituosa implantao oramentria e que a cultura de planejamento da organizao contrria ao que a literatura expe como ideal, sendo elaborado primeiramente o oramento e sobre o oramento so criados os planejamentos de curto prazo, ficando limitados s premissas oramentria.

Base da plataforma terica:
2 PLANEJAMENTO O planejamento figura como a primeira funo administrativa por ser exatamente a que serve de base para as demais funes. a funo administrativa que determina, antecipadamente, quais so os objetivos que devem ser atingidos e como se deve fazer para atingi-los da melhor maneira possvel. O planejamento est relacionado, diretamente, com imagens do futuro, pois o homem busca, no presente, programar as aes vindouras. Para Lopes (1976, p.36), o planejamento, em outras palavras, : a sofisticao tecnolgica, os imensos mercados que se abriram e as maneiras de se chegar a eles, a produo em massa, a concepo de tecnoestrutura empresarial, a acirrada competio inter e intranacional exigem do administrador extraordinria ateno necessidade, com razovel antecedncia, estabelecer misses e objetivos da empresa, estudar e selecionar os caminhos alternativos, implantar a estrutura e implementar os planos e ideias escolhidas. O planejamento insere-se na etapa da definio da misso da empresa, na qual se define os objetivos determinados e as diretrizes de continuidade que se denominam objetivos naturais. Assim, so frutos de um planejamento a determinao dos objetivos a serem atingidos e o estabelecimento dos meios pelos quais estes devem ser alcanados (MOSIMANN; FISCH, 2009). Desse modo, o planejamento a ponte, o elo, entre o estgio presente e o futuro. Contudo, pode-se verificar que as premissas do cumprimento da misso e da continuidade tm um impacto grande e direto sobre o planejamento, assim, devem estar sempre em plena integrao para que a misso seja cumprida e a continuidade mantida. Outros fatores que impactam, fortemente, o planejamento so: a responsabilidade social da empresa e o modelo de processo de gesto, ambos frutos das crenas e dos valores dos gestores. O processo de gesto caracteriza-se pelo ciclo: planejamento, execuo e controle. O planejamento classificado em trs tipos de amplitude ou nveis de atuao: i) Planejamento Estratgico; ii) Planejamento Operacional; e iii) Planejamento Programa (MOSIMANN et al, 1993), tendo em vista que o planejamento ttico focado, neste estudo, como planejamento estratgico de cada rea. O planejamento programa, que envolve um horizonte temporal de curto prazo, um ano, e tem como caracterstica mensurar os programas existentes, necessrios para o exerccio seguinte, que decorrem dos planos operacionais em execuo. A ferramenta bsica da programao o oramento, e o objetivo apresentar um modelo de deciso para apurar, metodologicamente, as decises (PADOVEZE, 2005). O planejamento de longo prazo deve compreender os objetivos da entidade e um plano apropriado para o cumprimento destes, alm de um oramento, que representa, em termos monetrios, as condies para a concretizao desse plano. Desse modo, o planejamento de longo prazo o guia para a elaborao do oramento anual, que constitui o primeiro momento do planejamento (FIGUEIREDO; CAGGIANO, 2008). O oramento tem uma ligao direta com o plano estratgico, pois usam dados e informaes atuais e busca um realinhamento das receitas e das despesas, atividade que deve ficar sob o controle de um centro de responsabilidade, ou seja, de um determinado executivo (ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2008). Um oramento um plano da organizao para um perodo especfico, geralmente, um ano. 2.1 ORAMENTO EMPRESARIAL 2.2 PRTICA ORAMENTRIA 2.2.1 Implantao, Operacionalizao e Controle

Mtodo de investigao:
Para atender os objetivos propostos e responder a questo levantada, a presente pesquisa utilizou, como mtodo, o estudo de caso nico, pois este consiste em profundo estudo de um ou poucos objetos, de forma que permite seu amplo e detalhado conhecimento, tarefas praticamente impossveis a partir de outro delineamento metodolgico (GIL, 2010). O mtodo de abordagem de cunho qualitativo, uma vez que esse tipo de pesquisa possibilita a anlise profunda de uma unidade de estudo e a modalidade preferida de quem procura saber como e por qu se do certos fenmenos. A unidade de anlise do presente trabalho foi desenvolvida por meio de estudo de caso nico integrado, pois a unidade principal pesquisada foi uma organizao como um todo e envolveu mais de uma anlise. Outra metodologia utilizada foi a pesquisa-ao, que se d pela insero do pesquisador no ambiente pesquisado em busca de transformar a realidade, o que propicia uma produo cooperativa de conhecimento especfico sobre a realidade vivida. A pesquisa-ao compreende aes integradoras que levam a uma autorregulamentao do objeto em estudo, sendo a empresa em questo contestada em relao s estruturas oramentais. A coleta de dados realizou-se por meio de mltiplas fontes de evidncia, o que se constituiu como ponto forte da pesquisa e permitiu a abordagem de uma variao maior de aspectos histricos e comportamentais. A vantagem mais importante apresentada pelo uso de fontes mltiplas de evidncia, no entanto, o desenvolvimento de linhas convergentes de investigao, sendo a triangulao de dados (YIN, 2010, p. 143). Neste estudo, foram utilizadas as seguintes fontes de evidncias: . Observao direta: tcnica que consiste em evidncia observacional, uma ferramenta til para oportunizar informaes adicionais sobre o tpico estudado (YIN, 2010). Esta ferramenta foi utilizada para analisar as principais rubricas divergentes entre o realizado e orado. . Grupo Focal: pequenos grupos de pessoas que se renem para discutir, avaliar e identificar problemas (GLAZIER, 1992). Este tipo de coleta de dados foi escolhido com o intuito de, a partir de fatos encontrados na observao direta, colocar em ao as discusses sobre os erros oramentrios e debater quais os fatos internos e externos que causaram as grandes variaes oramentrias. . Entrevista aberta. . Aplicao de questionrio.

Resultados, concluses e suas implicaes:
A partir do estudo de caso, foi possvel alcanar todos os objetivos propostos no incio da pesquisa, ou seja, observar e descrever um contexto especfico da empresa de transporte: sua estrutura oramentria. Assim, buscou-se levantar: os tipos, funes, modelos e planos em que a empresa se enquadra; os processos de implantao, operacionalizao e controle oramentrio da empresa; as principais rubricas que contriburam para a existncia de diferenas nos resultados; os fatores internos e externos imprevistos na elaborao do oramento; e as variaes entre os resultados oramentrios e o planejamento da empresa. Em resposta questo de pesquisa, a prtica oramentria realizada, primordialmente, com o objetivo de exercer o controle financeiro da empresa e, com base na filosofia da empresa, tambm para forar a administrao a dedicar mais ateno ao efeito de tendncia otimista esperada das condies econmico- financeiras, perseverando o propsito de produzir um oramento para que este seja um meio de constituir os planejamentos. Ao longo desta investigao, tambm ficou evidente que a empresa no produz um oramento participativo, pois, na realizao do controle oramentrio, as variaes no so discutidas com os colaboradores e as metas oramentrias no so propostas e incentivadas. Assim, o oramento visto pelos colaboradores da empresa como uma ferramenta til apenas para que os gestores da alta direo elaborem planos para seu grupo de empresas e proponham metas apenas para os acionistas, no as repassando para o baixo escalo. Por conseguinte, constatou-se, tambm, que no houve uma implantao oramentria na empresa, pois o oramento foi imposto pela alta direo, logo que a empresa foi comprada pelo novo grupo de holdings. Consequentemente com base nos dados evidenciados, identificou-se que o oramento feito, porm, no implantado, pois os colaboradores no conhecem a importncia desta ferramenta e nem as metas monetrias que a empresa visa a atingir. Com base no objetivo e no propsito oramentrio, verificou-se que a prtica oramentria da empresa se embasa no conceito tendncia de oramento, pois se alicera em eventos passados para projetar suas estimativas. Isso confirma o que foi exposto na literatura, ou seja, que tal tipo de oramento uma prtica muito comum e muito utilizada pelas empresas, tendo em vista a forte tendncia de eventos passados se reproduzirem. Em relao aos passos para a execuo oramentria, a empresa inicia a preparao do oramento seis meses antes do incio do ano oramentrio. O primeiro passo fixar premissas para os departamentos envolvidos projetarem suas peas oramentrias, em seguida, tais peas so encaminhadas para o setor oramentrio, onde a analista oramentria une todas as peas oramentrias e as envia para a diretoria, que as analisa e, posteriormente, as envia para a alta direo, onde so discutidas e aprovadas pelos acionistas. Por fim, pode-se afirmar que a prtica oramentria adotada pela empresa foco deste estudo realizada para preparar o planejamento e exercer o controle financeiro da alta direo sobre todas as empresas do grupo, sendo contraditrio ao que a literatura expe como ideal. Assim, as metas e as variaes no so repassadas para os demais departamentos subordinados, sendo conhecidas apenas pela direo do setor financeiro, pela diretoria e pelos acionistas.

Referncias bibliogrficas:
ANTHONY, Robert N.; GOVINDARAJAN, Vijay. Sistema de Controle Gerencial. 12 Edio. So Paulo: Atlas, 2008. ATKINSON, Anthony A.; BANKER, Rajiv D.; KAPLAN, Robert S.; YOUNG, Mark S. Contabilidade Gerencial. So Paulo: Atlas, 2000. FIGUEIREDO, Sandra; CAGGIANO, Paulo C. Controladoria, Teoria e Prtica. 4 Edio. So Paulo: Atlas, 2008. FREZATTI, Fabio. O oramento Empresarial: Planejamento e controle gerencial. 3 Edio. So Paulo: Atlas, 2006. FREZATTI, Fabio. O oramento Empresarial: Planejamento e controle gerencial. 5 Edio. So Paulo: Atlas, 2009. GARRISON, Ray H.; NORREN, Eric W. Managerial accounting: concepts for planning, control, decision making. 7 Edio, Illinois: Irwin, 1996. GUERREIRO, Reinaldo. Modelo Conceitual de Sistema de Informao de Gesto Econmica: Uma contribuio Teoria de Comunicao da Contabilidade. Tese de Doutorado, FEA/USP. So Paulo: 1989. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projeto de pesquisa. 5 Edio. So Paulo: Atlas, 2010. GLAZIER, Jack D.; POWELL, Ronald R. Qualitative research in information management. Englewood, CO: Libraries Unlimited, 1992. HANSEN, Don R.; MOWEN, Maryanne M. Gesto de custos: contabilidade e controle. So Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001. HORNGREN, Charles T. Introduo Contabilidade Gerencial. 5 Edio. Rio de Janeiro: LTC, 1985. HORNGREN, Charles T.; SUNDEM, Gary L.; STRATTON, Pepperdine O. Contabilidade Gerencial. 12 Edio. So Paulo: Pearson, 2004. LEONE, George S. G. Curso de contabilidade: custeio ABC. So Paulo: Atlas, 1994. LORANDI, Joisse Antonio. O oramento empresarial no setor metalrgico de Caxias do Sul - estudo de casos. 1990. 193 p. Rio de Janeiro. Disponvel em: . Acesso em: 6 abr. 2015. KENSKI, A. C. C. Manual de Oramento na Empresa. 8 Edio. Rio de Janeiro: Convenio CNI-SESI/DN-SENAI/DN, 1987. LOPES, Carlos T. G. Planejamento e estratgica empresarial. 5 Edio. So Paulo: Saraiva, 1976. LUNKES, Rogrio J. Manual de oramento. 2 Edio. So Paulo: Atlas, 2007. OLIVEIRA, Luis M.; PEREZ JR, Jos H.; SILVA, Carlos A. S. Controladoria Estratgica. 4 Edio. So Paulo: Atlas, 2007. MARCONI, Marina A.; LAKATOS, Eva M. Fundamentos de Metodologia Cientfica. 7 Edio. So Paulo: Atlas, 2010. MILES, Matthew. B.; HUMBERMAN, Michael. Qualitative data analysis: An expanded sourcebook. Thousand Oaks. CA: Sage, 1994. MOSIMANN, Clara P.; ALVES, Osmar C., FISCH, Silvio. Controladoria: seu papel na administrao de empresas. Florianpolis: Editora da UFSC, 1993. MOSIMANN, Clara P.; FISCH, Silvio. Controladoria. Seu Papel na Administrao de Empresas. 2 Edio. So Paulo: Atlas, 2009. NAKAGAWA, M. Introduo Controladoria. So Paulo: Atlas, 2002. OLIVEIRA, Luis M.; PEREZ JR, Jos H.; SILVA, Carlos A. S. Controladoria Estratgica. 4 Edio. So Paulo: Atlas, 2007. OTLEY, David. Performance management: a framework for management control systems research. Management Accounting Research. 10, 363-382, 1999. PADOVEZE, Clovis L. Controladoria Avanada. 1 Edio. So Paulo: Thomson, 2005. PADOVEZE, Clovis L. Controladoria Estratgica e Operacional. 3 Edio. So Paulo: Cengage Learning, 2013. PADOVEZE, Carlos. L.; TARANTO, F. C. Oramento empresarial: novos conceitos e tcnicas. So Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010. S, Carlos A.; MORAES, Jose R. O oramento estratgico: uma viso empresarial. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. WELSCH, Glenn A. Oramento empresarial. 4 Edio. So Paulo: Atlas, 1983. YIN, Robert K. Estudo de Caso, Planejamento e Mtodos.

 

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