Resumo:
Esta pesquisa teve como objetivo investigar se elementos não aleatórios do comportamento humano, especificamente, o que a literatura aponta como “efeito de auditoria”, poderiam ser determinantes na modificação dos valores de despesas em prestação de contas municipais. A pesquisa partiu do pressuposto de que grandes municípios apresentam uma estrutura administrativa mais elaborada, ensejando controles mais eficazes do que as pequenas municipalidades. A Lei de Newcomb-Benford (NB-Lei) é usada para medir a distribuição esperada da posição de dígitos em um número. A suposição que se faz é que os dígitos de números que não sofrem modificações ou não são fabricados aleatoriamente estão em conformidade com a NB-Lei. Utilizou-se o modelo do fator de distorção (DF) desenvolvido por Nigrini (1992) que quantifica a extensão e direção das modificações digitais. Foram selecionadas 225.421 notas de empenho de 40 municípios investigados de acordo com volume de recursos geridos, sendo estratificada a amostra em grandes e pequenos municípios. Os resultados encontrados não confirmam a hipótese de que municípios menores seriam tendentes a apresentarem uma distorção maior quando comparados com as grandes municipalidades. Já o fator de distorção apontou que os grandes municípios têm uma tendência de apresentarem os valores das despesas acima da média esperada. Por outro lado, os pequenos municípios evidenciaram valores dos dispêndios públicos abaixo do previsto pela NB-Lei. |
