Resumo: Diante da harmonização das práticas contábeis e da adoção das IFRS, um questionamento vem sendo feito ao porquê da não adoção da IAS29 – Reporte Financeiro em Economias Hiperinflacionárias. Um dos requisitos para a aplicação dessa norma é a indicação do estado de hiperinflação, que dentre outros fatores, se dá quando a taxa de inflação acumulada em três anos seja de 100% ou mais. O Brasil, desde 1996, ano em que cessou a prática de correção monetária, até 2009, não atingiu em nenhum triênio, taxas de inflação acumulada nesse patamar. O setor de energia elétrica, interessantemente, não faz uso dos valores a custo histórico do ativo imobilizado de suas demonstrações contábeis para determinação das tarifas que cobrará no mercado cativo, mas, sim, dos valores de mercado destes. Nesse contexto, o presente estudo buscou investigar qual foi o efeito do não reconhecimento da inflação no setor de energia elétrica nesses catorze anos sem correção monetária, no ativo imobilizado, no patrimônio líquido, no resultado do exercício e no ROE- Return on Equity, e verificou, mediante dos testes estatísticos de sinais e de Wilcoxon, que os valores históricos e nominais são significativamente diferentes dos valores corrigidos e efetivos. Adicionalmente, esta pesquisa, também, mostrou a magnitude percentual das diferenças em 2009, décimo quarto ano sem o reconhecimento dos efeitos da inflação. |