Resumo: Este estudo investiga o conservadorismo condicional como reflexo da qualidade do lucro contábil ex post a promulgação da Lei 11.638/07. Utilizando-se do Modelo de Basu (1997) em uma amostra de 169 empresas de capital aberto listadas na BM&FBovespa, foi analisado o período compreendido pelas divulgações das demonstrações contábeis do 1º trimestre de 2010 ao 2º trimestre de 2011. A seleção do período deu-se em função de que a obrigatoriedade da adoção completa dos pronunciamentos contábeis foi exigida apenas na entrega das demonstrações contábeis do último trimestre de 2010 e, sendo assim, seus efeitos sobre a qualidade do lucro seriam melhor averiguadas após este período. Os resultados apontaram ainda significância estatística para os coeficientes que capturam o efeito do conservadorismo condicional sobre o lucro contábil trimestral, indicando que o conservadorismo diminuiu após a obrigatoriedade da adoção completa das novas normas contábeis para as companhias de capital aberto listadas na BM&FBovespa, uma vez que o sinal obtido para o coeficiente, ao contrário do que se espera, foi negativo e não positivo, contrariando os achados de Santos et al., (2011) cujo estudo não identificou significância estatística para esta variável, arguindo não haver conservadorismo nas demonstrações compreendidas entre o primeiro trimestre de 2005 até o terceiro trimestre de 2009. |