Resumo: O objetivo desse artigo é analisar os determinantes dos gastos individuais com assistência a saúde, desagregando por status de sobrevivência. A população avaliada é constituída de indivíduos com mais de 40 anos de idade, beneficiários de um plano de saúde administrado por uma autogestão do estado de São Paulo. A carteira e os gastos com assistência a saúde financiados pela autogestão foram acompanhamos longitudinalmente durante 6 anos. O acompanhamento permitiu observar os eventos de morte nessa população e retrospectivamente, calcular o tempo de vida restante para a fração da população não sobrevivente. A separação dos gastos entre sobreviventes e não sobreviventes, tendo em vista o efeito significativo da distancia até a morte sobre gastos tem sido amplamente discutido na literatura da última década em função da sua importância para projeções de gastos com saúde, a partir das mudanças demográficas da população. Como as taxas de mortalidade específicas por idade têm se alterado ao longo do tempo, é fundamental que perfis de gasto por idade projetados incorporem os ganhos de longevidade. Os resultados mostraram que a proximidade da morte tem um efeito importante sobre os gastos. O aumento de gasto é observado desde 3 anos antes da morte, chegando a um efeito marginal de até 430% no ano da morte. Com relação a atributos demográficos, chamou atenção a importante diferença de gasto entre homens e mulheres, que fica evidenciado quando incorporamos o grupo de variáveis associadas a morte. Em média, homens têm um gasto inferior ao das mulheres. Homens não sobreviventes, entretanto, apresentam um gasto mais elevado. |