Resumo: Apesar de os ativos intangíveis não possuírem corporeidade eles também devem ser classificados como ativos. Para serem reconhecidos eles precisam atender a definição de ativos, que é principalmente ter expectativa de geração de benefícios econômicos futuros em favor da entidade e serem mensurados com confiabilidade. Entretanto, muitos dos intangíveis não são passíveis de reconhecimento por não atender completamente a definição das normas, como aqueles ativos gerados internamente pela empresa. Nesse sentido, este estudo tem por objetivo analisar as expectativas do mercado que não são explicadas pelo valor contábil da empresa, ou seja, pelos ativos intangíveis não reconhecidos no balanço patrimonial, e se essa expectativa está relacionada com a rentabilidade. Foram analisadas as empresas brasileiras listadas na bolsa de valores de São Paulo no período de 2000 a 2010, selecionadas de acordo com o critério de liquidez dos papeis negociados, totalizando 788 observações em 180 empresas. O estudo se enquadra na linha de pesquisa que se propõe a analisar influência dos ativos intangíveis no mercado financeiro, e se diferencia dos estudos anteriores na medida em que aplica uma metodologia de análise estatística de dados para o mercado brasileiro com os dados em painel. Os resultados obtidos sugerem que o grau de intangibilidade exerce um impacto positivo sobre o retorno sobre o patrimônio líquido, e que as empresas classificadas como intangíveis-intensivas apresentam uma maior rentabilidade do que as empresas tangíveis-intensivas. |