Resumo: O objetivo do trabalho é analisar a variação nos gastos com internações hospitalares públicas no Brasil entre 2000 e 2010, por status de sobrevivência, a partir do método de decomposição por componentes. A decomposição foi aplicada aos gastos médios, gastos totais e gastos totais dos não sobreviventes. Os gastos médios foram decompostos em dois componentes: (1) gasto real médio da internação; (2) estrutura etária da internação. O gasto total foi decomposto em três componentes: (1) gasto real médio da internação; (2) razão de sobrevivência da internação e (3) tamanho da população internada. A decomposição dos gastos totais dos não sobreviventes procurou avaliar a parcela da diferença no gasto real total para não sobreviventes no período que pode ser explicada por: (1) gasto real médio per capita; (2) percentual de óbitos ocorridos no ambiente hospitalar em relação ao total de óbitos na população; (3) taxa específica de mortalidade por idade e (4) tamanho da população. Os resultados mostram que o envelhecimento populacional contribuiu com menos de 20% do crescimento nos gastos médios entre 2000 e 2010. A contribuição da estrutura etária foi maior para os sobreviventes que para os não sobreviventes. O componente mais importante para o crescimento nos gastos totais foi o aumento no gasto médio real da internação (principalmente para não sobreviventes), seguida do aumento no tamanho da população. O aumento da taxa de mortalidade hospitalar teve contribuição positiva para o crescimento dos gastos dos não sobreviventes. A redução da taxa de mortalidade populacional contribuiu negativamente. Os resultados sugerem que políticas direcionadas à redução da mortalidade em idades avançadas podem ajudar a diminuir o gasto hospitalar. |