Resumo: O objetivo principal da presente pesquisa é avaliar os efeitos da configuração da estrutura de propriedade sobre o reconhecimento assimétrico de perdas. Foi aplicado o modelo de Basu (1997) como forma de avaliar a propensão média das companhias em reconhecer de maneira assimétrica as perdas econômicas. A configuração da estrutura de propriedade foi avaliada em três aspectos: (i) dispersão acionária, (ii) controle acionário estrangeiro e (iii) sistema legal do país de origem do controle acionário. A amostra é formada por 283 companhias abertas não financeiras com ações negociadas na BM&FBovespa. As evidências sugerem que não há conservadorismo nos resultados apresentados no mercado brasileiro de forma geral, em linha com estudos anteriores. Além disso, as evidências indicam ainda de forma consistente que a configuração da estrutura de propriedade afeta o reconhecimento assimétrico de perdas de maneira significativa. Esta conclusão central acerca da relação entre estrutura de propriedade e conservadorismo é inédita para o Brasil e suscita o debate acerca dos incentivos percebidos pelas companhias para incorporar as perdas econômicas em seus resultados de maneira mais tempestiva do que os ganhos. |