Resumo: O presente estudo tem como foco principal verificar se os saldos de diferentes contas (verticalmente), em determinados momentos, mensurados e evidenciados nos balancetes analíticos obedecem à distribuição teórica de probabilidade da Lei de Newcomb e Benford - LNB, também conhecido como fenômeno do primeiro dígito. Nosso escopo deteve-se a uma empresa, escolhida aleatoriamente, do ramo de concessões de rodovias federais. A LNB atesta que, sob determinadas circunstâncias, a probabilidade que determinado número inicie-se com 1 é superior à que se inicie com 2, e assim sucessivamente, tendo como algarismo inicial de menor probabilidade o dígito 9. E, define uma probabilidade esperada para cada algarismo. A partir daí, confrontamos 36 conjuntos de dados (todos os meses de um triênio), e suas respectivas frequências com aquelas descritas pela LNB. Utilizou-se o teste de Qui-Quadrado, com 8 graus de liberdade e nível de significância de 0,05. Notamos como resultado que, nas análises verticais dos saldos, as frequências observadas alinham-se significativamente à curva teórica, mesmo quando estatisticamente rejeitada a hipótese nula. A hipótese nula do teste é que os balancetes são conjuntos de dados que observam as determinações da LNB. Mostramos que em 32 dos 36 casos, isto é em 88,9% dos casos, no relatado nível de significância de 0,05, não se pode refutar a hipótese nula. A conclusão obtida com a análise destes dados dos balancetes é interessante para a auditoria, já que em regra há uma tendência a seguir a “normalidade” probabilística da LNB e, numa amostragem de auditoria, situações anormais, ou seja, fora deste padrão podem ser passíveis de distorções relevantes. |