Anais do XI Congresso USP de Iniciação Científica em Contabilidade
Anais do XI Congresso USP de Iniciação Científica em Contabilidade
Anais do
XI Congresso USP de Iniciação Científica em Contabilidade
Página inicial Voltar para a página anterior Fale conosco

RESUMO DO TRABALHO

Abrir
Arquivo

Clique para abrir o trabalho de código 338, Área Temática: Área IV: Contabilidade Gerencial

Código: 338

Área Temática: Área IV: Contabilidade Gerencial

Título: Um Estudo Sobre a Gestão Ambiental e Operacional das Lavanderias Têxteis do Pólo de Confecções do Agreste de Pernambuco

Resumo:
Propsito do Trabalho:
Desde a revolução industrial, no século IX que as empresas buscam aumento na produtividade. O se refletia no consumo por recursos, recursos estes às vezes não renováveis. Assim a produtividade tendeu ao crescimento, no entanto os recursos auferidos nestas ações tornaram-se escassos. Viñolas i Marlet (2005, p. 14) acredita que “o homem sempre alimenta algum modo de transformar o existente para que se adapte melhor as suas limitações, usando tecnologias e mecanismos produtivos, criando a relação poder do homem superior ao da natureza (impacto)”. Historicamente, o desenvolvimento econômico vem atrelado à exploração dos recursos naturais. Ribeiro (2006) afirma que o desenvolvimento industrial desencadeou não só a riqueza dos polos industriais, mas a poluição para equipar a infraestrutura das empresas. O Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco gera um grande volume de renda para o desenvolvimento da Região e é responsável por 16% da produção de jeans no País e esse produto é um tipo de confecção que necessita de um acabamento de uma lavanderia (SEBRAE, 2012). Diante dessas discussões, o objetivo dessa pesquisa é realizar um mapeamento das lavanderias Têxteis do Pólo de Confecções do Agreste de Pernambuco no que se diz respeito ao perfil dos respondentes, caracterização das empresas, aspectos ambientais e a gestão operacional dessas lavanderias. Assim, a questão que rege esse estudo é: de que forma as lavanderias Têxteis do Pólo de Confecções do Agreste de Pernambuco estão sendo geridas, do ponto de vista ambiental e operacional?

Base da plataforma terica:
LAVANDERIAS TÊXTEIS Quando se fala de lavanderia têxtil é necessário tratar um pouco da história do jeans. Em 1893, durante a corrida pelo ouro nos Estados Unidos da América, os trabalhadores necessitavam de uma roupa forte, que aguentasse o trabalho pesado nas minas, então Levi Strauss, vendedor de lonas de carroças, confeccionou a primeira calça provinda do tecido marrom das lonas. O tecido era resistente, mas rígido, então Strauss buscou um tecido de algodão sarjado, o denim, que era utilizado pelos marinheiros genoveses, que chamavam suas calças de “genes”, daí a palavra jeans, que só depois de tempos tornou-se azul devido a um corante de uma planta chamada Indigus. (CORDEIRO, 2012). Em pesquisa divulgada pela Dinâmica Lavanderias (2010) o denim é o principal tecido do vestuário brasileiro considerando que cada brasileiro tem em média três calças de jeans são mais de 500 milhões. O Brasil é o segundo maior mercado de jeans do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Nos anos 70, com a customização do jeans pelos hippies, o mercado começou a exigir uma peça com diversidade de tipos, e para atender ao mercado consumidor o jeans passa a ser beneficiado através de processos de lavagem. E por volta de 1980, aconteceu a revolução nas lavanderias domésticas, deixando apenas de ter máquinas de lavagem e centrifugas, mas sim toda uma central de processamento do jeans, amaciando, tingindo e o modificando conforme o mercado exigia, surgindo assim às lavanderias têxteis de jeans (REVISTA GBL JEANS, 2013). CONTABILIDADE AMBIENTAL A contabilidade é uma ciência social, portanto deve ser respaldada a cumprir com as necessidades da sociedade, sejam em fatores, econômicos, financeiros, sociais ou até mesmo ambientais. Farias et al. (2012, p.107) acreditam que: “a contabilidade, por sua vez, vem buscando estabelecer parâmetros de mensuração e registro para que se possa analisar a convivência da entidade com o meio ambiente e a evolução econômica e patrimonial desta relação” A contabilidade ambiental surgiu da contabilidade financeira para atender a alguns propósitos básicos. Bonelli e Robles Júnior (2012) relata estes propósitos são: Auxiliar na elaboração do Planejamento estratégico; Servir de parâmetro no gerenciamento das atividades-alvo e Fornecer informações internas e externas no sentido de prestação de contas dessas atividades. Para Ribeiro (2006, p. 45) contabilidade ambiental são uma identificação e avaliação dos eventos econômico-financeiros, relacionados com proteção, preservação e recuperação ambiental, que afetam o patrimônio e os resultados da organização. Por este motivo, são um sistema destinado a prestar informações dos impactos ao meio ambiente, apresentando os problemas e soluções cabíveis as empresas para que as decisões evitem os impactos ambientais. A importância destes dados é destacada por Tinoco e Kraemer (2011, p. 134) “os dados da contabilidade ambiental são valiosos para a iniciativa da gerência com o foco ambiental especifico. Fornece não somente dados de custos necessários para avaliar o impacto financeiro dessa atividade, mas também na informação física do fluxo de materiais”. Compreende-se, então que o objeto de estudo da contabilidade ambiental também é a avaliação do patrimônio, e todos os fatos referentes ao meio ambiente, tendo em vista que esse patrimônio é de interesse de todas as pessoas. E que proporciona igualmente informações específicas e diferenciadas sobre o meio ambiente.

Mtodo de investigao:
METODOLOGIA ESTRATÉGIA DA PESQUISA Em um primeiro momento foi aplicado questionário nas lavanderias com o intuito de obter informações sobre o perfil dos respondentes, características das empresas, aspectos operacionais e gestão ambiental das lavanderias. Para dar embasamento a identificação dos custos ambientais utilizou-se algumas questões indicadas pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, no Manual de Contabilidade para Gestão Ambiental (2001). POPULAÇÃO E AMOSTRA Verificou-se através do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Fiação e Tecelagem de Caruaru – SINDITEXTIL que são cadastradas 145 lavanderias, que estão distribuídas da seguinte forma: 72 (setenta e duas) estão localizadas na cidade de Caruaru, outras 2 (duas) na cidade de Santa Cruz do Capibaribe, em Toritama-PE estão 48 (quarenta e oito) lavanderias têxteis e finalizando o universo existem em atividade 23 (vinte e três) lavanderias na Cidade de Riacho das Almas, que não faz parte do polo de confecções do agreste Pernambucano. Entretanto, nos dois últimos anos, a cidade vem instalando diversas lavandeiras, e por isso foi considerada como pertencente ao universo de pesquisa. A amostra foi escolhida pelo método não probabilístico intencional que segundo Martins e Theóphilo (2009, p. 123) “é um método que o investigador se dirige, intencionalmente, a grupos de elementos dos quais deseja saber opiniões”. Para tanto, foi selecionado um grupo representativo da população com base no cadastro disponível no SINDITEXTIL e a partir deste grupo chegou-se a um número final de 45 lavanderias pesquisadas.

Resultados, concluses e suas implicaes:
Esta pesquisa teve como objetivo realizar um mapeamento das lavanderias Têxteis do Pólo de Confecções do Agreste de Pernambuco no que se diz respeito ao: perfil dos respondentes, caracterização das empresas, aspectos ambientais e a gestão operacional dessas lavanderias. Quanto ao perfil dos respondentes, observou-se predominância masculina, em sua maioria proprietários, com tempo na função de até dez anos e com grau de instrução o ensino médio. Apenas 17,8% cursaram ensino superior, desses, 11,1% cursou administração. Sobre a caracterização das empresas, boa parte se localiza nos municípios de Toritama e Caruaru (outros dois municípios aparecem na amostra, Riacho das almas e Santa Cruz do Capibaribe), atuam no mercado até dez anos, empregam até dez funcionários, tem até dez clientes e uma capacidade produtiva de até cinquenta mil peças por mês. Para confirmar o porte degradador também foi perguntado qual o tamanho da indústria, na qual 28,9% das lavanderias têm de 101 a 300 m2, em seguida 24,4% das lavanderias informaram ter entre 601 a 1.200 m2, logo após 20% das empresas indicaram ter até 100 m2. Quanto aos aspectos ambientais, boa parte indicou ter todas as documentações regulamentares ambientais, afirmaram também ter conhecimento sobre as leis ambientais e que a maioria nunca pagaram multas relativas a danos ao meio ambiente, porém quase 30% já pagaram algum tipo de multa, que variou de R%5.000,00 a R$40.000,00. Observou-se também que boa parte das lavanderias emite resíduos, que são decorrentes de suas atividades, mas que também fazem uso de praticas sustentáveis como, por exemplo, reaproveitamento da água. Sobre a gestão operacional, a maioria dos respondentes afirmou gastar entre quarenta centavos e um real por peça com lavagem simples. Dentre as que lidam com lavagem complexa, a maioria afirmou que gasta entre noventa centavos e três reais por peça. A maioria dos respondentes afirmou ainda gastar entre mil e quinze mil reais com folha de pagamento do pessoal da produção, até dez mil reais com matéria prima utilizada na lavagem, até mil reais com gastos com água e três mil reais com energia elétrica. Ainda sobre o aspecto operacional, chama a atenção de que 82,2% da amostra afirma não saber o seu faturamento. Desta forma, a pesquisa atingiu seus objetivos, e pode-se concluir que as lavanderias estudadas apresentam preocupação e certo grau de conhecimento acerca de aspectos ambientais, porém, quanto aos aspectos operacionais, boa parte demonstrou não ter conhecimento sobre os dados ou mesmo demonstrou receio em responder as questões. Como sugestão para pesquisas futuras indica-se utilizar o método de equacionar os custos ambientais externos como indicam Thomas e Callan (2010), para assim controlar a externalidade negativa, contudo, serão necessários dados de valoração ambiental para os referidos rios ou o valor do impacto ambiental subsequente.

Referncias bibliogrficas:
ALMEIDA, F. O bom négocio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002. BARBIERI, J. C. Gestão Ambiental Empresarial. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2011. BONELLI, V.; ROBLES JÚNIOR, A.. Contabilidade ambiental como ferramenta para o gerenciamento sustentável. Revista cientifica Hermes-FIPEN, v. 9, 2013. CORDEIRO, M. C.. A história do jeans. Disponível em: <http://www.portaisdamoda.com.br/noticiaInt~id~17825~n~a+historia+do+jeans.htm>. Acesso em: 28 out. 2013. DINÂMICA LAVANDERIAS. Curiosidades sobre lavanderias têxteis. 2010. Disponível em: <http://www.dinamicalavanderia.com.br/curiosidades3.php> Acesso em out. 2013. DONAIRE, D. Gestão Ambiental na empresa. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2011. FARIAS, J. A.; MATOS, A. G.; MATA, C. R.; JESUS JÚNIOR, R. R.. O espaço do meio ambiente na Ciência contábil: um diagnostico entre futuros contadores e principais periódicos acadêmicos no Brasil. Revista Brasileira de Contabilidade. n° 194. Edição, 2012. MACIEL, C. V.; LAGIOIA, U. C. T.; LIBONATI, J. J.; RODRIGUES, R. N.. Contabilidade Ambiental: um estudo exploratório sobre o conhecimento dos profissionais de contabilidade. Revista Contemporânea em Contabilidade, vol. 1, núm. 11, 2009. MARTINS, G. A.; THEÓPHILO, C. R.. Metodologia da iniciação cientifica para ciências sociais aplicadas. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2009. NAÇÕES UNIDAS. Contabilidade da Gestão Ambiental Procedimentos e Princípio. Divisão para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas - PNUD. Tradução: Constança Peneda e Miguel Marçal. Nova Iorque, 2001. PAIVA, P. R.. Contabilidade Ambiental: evidenciação dos gastos ambientais com transparência e focado na prevenção. – São Paulo: Atlas, 2003. RAIBORN, C. A.; BUTLER, J. B.; MASSOUD, M. F. Environmental Reports: Towards enhanced the quality of information. Business Horizons, v. 54, p. 425-433, 2011. REVISTA GBL JEANS. Lavandeiras de jeans. 2013.Disponível em: <http://www.gbljeans.com.br/noticias_view.php?cod_noticia=4933>. Acesso em 28 out. 2013. RIBEIRO, M.S.. Contabilidade Ambiental. São Paulo: Saraiva, 2006. SEBRAE. Crescimento das lavanderias. 2012.Agência do Estado - SEBRAE-PE. Disponivel em: <http://www.sebrae-sc.com.br/novos_destaques/oportunidade/default.asp?materia=20072> Acesso em: 25 jan. 2013. THOMAS, Janet M.; CALLAN, Scott J.. Economia ambiental: aplicações, políticas e teoria. Tradução Antonio Claudio Lot e Mata Reyes Gi L Passos. São Paulo: Cengage Learning, 2010. TINOCO, J. E. P.; KRAEMER, M. E. P.. Contabilidade e gestão ambiental. – 3º ed. São Paulo: Atlas, 2011. VIÑOLAS I MARLET, J. Diseño ecológico: hacia un diseño y uma producción en armonía con la naturaleza. 1. Ed. Barcelona – ESP: Art. Blume, 2005.

 

APOIO
REALIZAÇÃO
PATROCINADORES
Logos dos Realizadores Logos dos Patrocinadores
Anais do XI Congresso USP de Iniciação Científica em Contabilidade