Anais do XIV Congresso USP de Controladoria e Contabilidade
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RESUMO DO TRABALHO

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Clique para abrir o trabalho de código 374, Área Temática: Área III: Contabilidade Financeira

Código: 374

Área Temática: Área III: Contabilidade Financeira

Título: Fatores de Impacto sobre o Saldo de Caixa: Um Estudo em Empresas Brasileiras do Setor de Consumo

Resumo:
Propsito do Trabalho:
Esta pesquisa tem como objetivo identificar os fatores que causam impactos sobre o saldo de caixa das empresas brasileiras, especificamente no setor de consumo c�clico e n�o c�clico, contribuindo para promover uma melhor gest�o, uma vez que a organiza��o visa maximizar seu valor, de modo que seja verificado se a necessidade de manter recursos em caixa � uma decis�o relevante a ser tomada pelas empresas. Al�m disso, o presente estudo apresenta sua contribui��o nos seguintes aspectos: (i) desenvolvimento de um levantamento bibliogr�fico sobre os fatores de impacto sobre o saldo de caixa; (ii) realiza��o de um levantamento de dados sobre os fatores de impacto sobre o caixa apresentados na literatura recente e (iii) an�lise dos fatores de impacto sobre o caixa em empresas brasileiras. Visando esclarecer o conte�do da tem�tica em pauta, al�m da introdu��o, o trabalho � composto pelo Referencial Te�rico, o qual traz uma breve explana��o sobre as tr�s teorias que norteiam os fatores determinantes do saldo de caixa das empresas: Static Tradeoff, Pecking Order e Free Cash Flow, bem como a explica��o das vari�veis em estudo. Posteriormente, apresenta-se a metodologia, seguido dos resultados obtidos e da an�lise. Por fim, s�o relatadas as considera��es finais e as refer�ncias bibliogr�ficas.

Base da plataforma terica:
Entender os motivos que levam as organiza��es a possuir a necessidade de manter recursos em caixa � fundamental para uma melhor gest�o financeira. Com isso, podem ser apontados alguns motivos para a manuten��o do saldo de caixa, conforme propostos por Keynes (1982): � O primeiro, motivo-neg�cio, � explicado pela necessidade que uma empresa apresenta de manter dinheiro em caixa para efetuar os pagamentos oriundos de suas opera��es normais e certas; � O segundo motivo abordado por Keynes refere-se � precau��o. O n�vel de caixa exigido pelo motivo-precau��o � em fun��o da flexibilidade que uma empresa apresenta na capta��o de recursos nos exatos momentos em que h� necessidades extraordin�rias; � O terceiro motivo citado baseia-se na especula��o. Os maiores investimentos em caixa podem ser justificados pelo motivo-especulativo, pois o aproveitamento de oportunidades especulativas em rela��o a itens n�o monet�rios pode ser vantajoso desde que a empresa acredite numa valoriza��o de seus pre�os. Este t�pico discorre sobre os tr�s principais modelos te�ricos que podem auxiliar na identifica��o das caracter�sticas da firma que determinam as decis�es quanto ao n�vel de caixa corporativo. - Fatores de Impacto no Caixa A vari�vel objetivo, ou seja, aquela que se deseja identificar, tamb�m chamada de vari�vel dependente, empregada no estudo � o n�vel de caixa mantido pelas empresas, definido como o logaritmo natural (ln) da soma de caixa, equivalentes de caixa e aplica��es financeiras de curto prazo, dividido pelo ativo total deduzido de caixa e equivalentes de caixa, conforme utilizado por Dittmar et al. (2003) e Opler et al. (1999). As demais vari�veis que comp�em as caracter�sticas das empresas, sendo definidas como determinantes do n�vel de caixa corporativo (vari�veis independentes), s�o propostas pelos trabalhos dos seguintes autores: Opler et al (1999); Pinkowitz e Williamson (2001); Jensen (1986); Dittmar, Mahrt-Smith e Servaes (2003); Ferreira e Vilela (2004); Ozkan e Ozkan (2004); Kim e Srinivasan (1986); Stulz et al (2009). Com base nos trabalhos analisados, � poss�vel identificar os seguintes determinantes de n�vel de caixa, os quais s�o explicados a seguir: tamanho da empresa, endividamento, matura��o da d�vida, alavancagem, oportunidade de investimento, dividendos, ativos l�quidos, fluxo de caixa, governan�a corporativa e despesas de capital. Os demais determinantes identificados nos estudos foram exclu�dos do modelo emp�rico, devido � dificuldade de obten��o das informa��es ao longo do tempo, inviabilizando a forma��o da base de dados.

Mtodo de investigao:
Com o intuito de atender ao objetivo de pesquisa proposto, t�m-se como metodologia o uso de pesquisa bibliogr�fica, de modo que foi poss�vel identificar, na literatura, os principais fatores de impacto positivos e negativos sobre o saldo de caixa, bem como os principais m�todos aplicados nos estudos. As empresas que comp�em a amostra est�o ativas na Bolsa de Valores de S�o Paulo (BM&FBOVESPA) e pertencem ao setor de consumo c�clico e n�o c�clico, o qual possu�a maior n�mero de empresas listadas, no ano de 2011. Para fins de an�lise, foram obtidas oitenta e cinco empresas, as quais possu�am dados completos para c�lculo de todas as vari�veis em estudo, ou seja, para ser considerada na amostra, cada empresa deveria possuir o per�odo completo de dados dispon�veis para o c�lculo das vari�veis escolhidas. Al�m disso, foram exclu�das as empresas que n�o reportaram balan�os em todos os anos analisados. Ap�s esse levantamento, foi elaborado um banco de dados com as informa��es considerando as demonstra��es financeiras referentes aos anos de 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011. Foram obtidas demonstra��es financeiras padronizadas, tais como Balan�o Patrimonial, Demonstra��o do Resultado do Exerc�cio e Demonstra��o de Fluxo de Caixa e demais informa��es que se consideraram relevantes, como as Informa��es Anuais (IAN). Os dados foram coletados por meio do software Econom�tica e est�o em moeda americana (d�lar), com o objetivo de facilitar o ajuste inflacion�rio do per�odo. As vari�veis comp�em as caracter�sticas das empresas como determinantes do n�vel de caixa corporativo foram apresentadas anteriormente, no referencial te�rico. Para fazer as an�lises dos fatores de impacto sobre o saldo de caixa, foram utilizadas as seguintes t�cnicas: (i) An�lise de Regress�o: regress�es lineares que possibilitam o desenvolvimento de modelos para mensura��o das vari�veis de impacto no caixa, com base em dados transversais (de v�rias empresas em um mesmo per�odo) e (ii) Dados em Painel: a composi��o de dados unindo s�ries temporais e dados transversais possibilita uma an�lise mais completa, com dados longitudinais, analisando o efeito das vari�veis explicativas ao saldo de caixa das diferentes empresas ao longo do tempo.

Resultados, concluses e suas implicaes:
A gest�o financeira precisa estar baseada e orientada por um planejamento de suas disponibilidades para ser eficaz. O planejamento financeiro a longo prazo busca antecipar o impacto da implementa��o de a��es projetadas acerca da situa��o financeira da empresa, indicando ao gestor se haver� excesso ou insufici�ncia de recursos financeiros. J� o planejamento financeiro a curto prazo procura estimar detalhadamente as entradas e as sa�das de dinheiro geradas pela pr�pria atividade da empresa. E, por �ltimo, o planejamento operacional destina-se ao controle preciso das disponibilidades para minimizar os encargos financeiros dos empr�stimos e maximizar os rendimentos das aplica��es financeiras (Groppelli & Nikbakht, 1998). Cabe ressaltar que h� limita��es no per�odo que abrange as demonstra��es cont�beis em estudo, uma vez que possui importantes acontecimentos que podem impactar nos resultados obtidos, por�m, estes acontecimentos afetaram o mercado como um todo, uma vez que a mais recente crise financeira internacional de 2008/2009 afetou o mercado, principalmente de cr�dito e cambial, colocando em risco a sobreviv�ncia de v�rias empresas. Al�m disso, a amostra possui um per�odo relativamente curto (cinco anos) e limitado � ado��o das pr�ticas cont�beis internacionais, com a introdu��o da Lei 11.638/07, a qual provocou uma s�rie de mudan�as nos padr�es cont�beis e que pode influenciar nos resultados obtidos. Pode-se concluir que os fatores determinantes do saldo de caixa mantido pelas empresas, notadamente, �quelas pertencentes ao setor de consumo, s�o: Ano, Pagamento de Dividendos, Endividamento e N�vel de Ativos L�quidos. Estes resultados encontram respaldo, principalmente, ao per�odo de crise financeira, dado que algumas empresas buscam manter saldos consider�veis de caixa e equivalentes de caixa, estes, principalmente, pelo risco ser menor. Isto pode ser explicado pelo fato de que as empresas tendem a manter um colch�o de liquidez para evitar risco de insolv�ncia, pois ao mesmo tempo em que acumulam caixa, as empresas tamb�m acumulam d�vidas. Por isso, a abrang�ncia de per�odos maiores de tempo, sobretudo, p�s-crise, poderiam favorecer os achados, proporcionando resultados mais consistentes aos referenciais te�ricos. Por meio de todos esses expostos, a autora acredita ter cumprido os objetivos propostos. No entanto, sabe-se o estudo de determinantes de saldo de caixa das empresas encontra-se longe de ter sido suficientemente explorado, demandando, assim, o desenvolvimento de novas pesquisas e, sobretudo, com o uso de amostras e per�odos de abrang�ncia maiores. Diante disso, as pesquisas que envolvam fatores que interferem no saldo de caixa das empresas abrem novas oportunidades de investiga��o, pois s�o abrangentes e envolvem diferentes teorias, de modo que an�lises mais profundas que envolvam a gest�o de caixa das empresas s�o sugest�es para investiga��es futuras. Assim sendo, o presente estudo encoraja as empresas a um melhor gerenciamento do saldo de caixa, al�m de uma maior compreens�o dos impactos econ�micos sobre esses recursos, demonstrando que um planejamento eficiente de recursos � uma decis�o relevante a ser tomada pelas empresas, principalmente em per�odos de instabilidade econ�mica, pois sendo o caixa o �sangue� de todas as empresas, pode-se garantir que administr�-lo corretamente pode ser de grande valia para uma melhor gest�o financeira da organiza��o, uma vez que sem ele, a empresa n�o sobrevive o bastante para realizar seus lucros.

Referncias bibliogrficas:
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