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Anais do XI Congresso USP de Iniciação Científica em Contabilidade
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RESUMO DO TRABALHO |
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Código: 509 |
Área Temática: Área VI: Educação |
Título: Crescimento ou Retração: que tendências os Indicadores de Oferta de Vagas, Matrículas e Concluintes dos Cursos de Ciências Contábeis Brasileiros expõem |
Resumo: Propsito do Trabalho: Os desafios que se colocam paralelo ao processo de expansão e de avaliação da Educação Superior são identificar, apresentar e analisar as possíveis tendências relativas aos indicadores: cursos autorizados, matrículas, oferta e demanda por vagas, vagas ociosas, concluintes e evasão nas modalidades de presencial e de educação à distância dos cursos de graduação de Ciências Contábeis. As políticas de expansão, de ampliação de acesso e de avaliação do SES brasileiro, institucionalizadas pelo governo, serão consideradas para compreender as tendências observadas. A principal fonte de dados utilizada foram os microdados do Censo de Educação Superior (CES) de 1995 a 2012.
As questões de pesquisa que direcionam este trabalho são: (i) qual foi o comportamento na autorização de cursos credenciados? (ii) qual foi o comportamento no oferecimento e preenchimento das vagas do curso? (iii) qual foi o comportamento do número de estudantes que concluíram e da evasão no curso? (iv) quais foram as principais ações políticas do governo brasileiro relacionadas as tendências aos indicadores analisados? Responder essas questões pode contribuir para: (i) observar a periodicidade de flutuações no número de vagas oferecidas, matrículas e concluintes; (ii) apontar se existe tendência de expansão, estabilidade ou contração nesses números; (iii) chamar a atenção dos gestores das Instituições de Educação Superior (IES) e dos cursos da área para refletir sobre a evolução desses indicadores no contexto de ações políticas de expansão, de acesso e de avaliação da educação superior.
Base da plataforma terica: Existe interesse pelo tema tanto pela literatura internacional como nacional. No âmbito internacional, o tema foi explorado por pesquisadores da sociologia, economia e da educação, em especial abordando os efeitos da expansão como política para o aumento da equidade, de oportunidades e de acesso dos indivíduos à Educação Superior, como, por exemplo, os estudos de Schofer and Meyer (2005), Bratti, Checchi and Blasio (2008) e McCoy and Smyth (2011). No Brasil, destacam-se os trabalhos de Loch e Reis (2004), Barreiro e Terribili Filho (2007), Neves; Raizer e Fachienetto (2007), Pfeifer e Giareta (2009), Segenreich e Castanheira (2009), que focaram em contextos específicos, como, por exemplo, na região metropolitana de Curitiba, nas universidades estaduais paulistas, entre outros.
No campo das Ciências Contábeis, não foram encontrados estudos que empregaram o enfoque deste trabalho. Nesse sentido, este trabalho pretende fazer uma contribuição original ao explorar as possíveis tendências dos indicadores de vagas oferecidas, matrículas e concluintes nas modalidades de presencial e de educação à distância da área de Ciências Contábeis.
Na opinião de Pfeifer e Giareta (2009), a principal política adotada pelo governo para aumentar o número de vagas ofertada foi o credenciamento de cursos “que demandam baixo investimento em infraestrutura, como na área da Formação de Professores e da Administração, entre outros das áreas sociais e humanas, que não exigem equipamentos e maquinários para laboratórios de alta tecnologia”, em IES privadas e do EAD. Sob o ponto de vista de Belfield and Levin (2010), o fornecimento de serviços educacionais predominantemente pelas instituições privadas não significa que o setor esteja sendo privatizado. Para os autores existem diferentes formas de elevar o envolvimento de entidades não governamentais no patrocínio, financiamento e fornecimento de educação. Conforme Plank and Davis (2010, p 302), em geral, o Estado escolhe entre duas opções de ações políticas para ampliar a econômica de escala do serviço de Educação. A primeira é manter grandes escolas e, por conseguinte, gerar monopólio. A segunda é encorajar a competição com o surgimento de pequenas escolas. No caso do governo brasileiro, as duas opções foram escolhidas em momentos diferentes do período de 1995 a 2012.
Mtodo de investigao: A principal estratégia metodológica empregada foi a análise descritiva de dados. A base de dados utilizada foi a do CES, extraídas no sítio do INEP. O período analisado foi de 1995 a 2012 e a amostra é os cursos de graduação em Ciências Contábeis nas modalidades de presencial e de educação a distância.
Essa base de dados permite descrever a quantidade de cursos, o número de vagas oferecidas, de candidaturas as vagas ofertadas, de estudantes ingressantes, matriculados e concluintes. Além dessas variáveis é possível calcular os indicadores candidaturas por vagas oferecidas, ingressos por vagas oferecidas, número médio de estudantes matriculados por curso e a taxa relativa de evasão ou retenção de estudantes. As variáveis e os indicadores podem ser segregados por Categoria Administrativa (CA), classificadas em pública (Federal, Estadual e Municipal) e privada, por Organização Acadêmica (OA), cuja classificação é a seguinte: Universidades, Centros Universitários, Faculdades e Institutos Federais.
A análise das variáveis possibilitará compreender a evolução da expansão ao longo do período analisado por CA e OA. Os indicadores permitirão observar o comportamento da relação entre número médio de candidatos que concorreram a uma vaga oferecida e se estas foram de fato preenchidas.
As considerações finais do estudo serão fundamentadas nas evidências obtidas por esses procedimentos descritivos e pela análise do movimento de tendência desses indicadores em conjunto com as políticas de expansão, de ampliação de acesso e de avaliação do Sistema de Educação Superior (SES) brasileiro institucionalizadas pelo governo ao longo do período de 1995 a 2012.
Resultados, concluses e suas implicaes: As questões de pesquisa que direcionam este trabalho são: (i) qual foi o comportamento na autorização de cursos credenciados? (ii) qual foi o comportamento no oferecimento e preenchimento das vagas do curso? (iii) qual foi o comportamento do número de estudantes que concluíram e da evasão no curso? (iv) quais foram as principais ações políticas do governo brasileiro relacionadas as tendências apontadas pelos indicadores analisados? Responder essas questões pode contribuir para: (i) observar a periodicidade de flutuações no número de vagas oferecidas, matrículas e concluintes; (ii) apontar se existe tendência de expansão, estabilidade ou contração nesses números; (iii) chamar a atenção dos gestores das Instituições de Educação Superior (IES) e dos cursos da área para refletir sobre a evolução desses indicadores no contexto de ações políticas de expansão, de acesso e de avaliação da educação superior.
Os resultados sugerem que o ritmo de crescimento na oferta de vagas foi expressivo e contínuo, ao longo do período. Entretanto, esse movimento não foi acompanhado na mesma proporção pelo número de candidatos interessados em concorrer por uma vaga no curso de Ciências Contábeis. Nesse contexto, sugere-se investigar se a concorrência com outros cursos de graduação, o fato do estudante não ter sido selecionado, o superdimensionamento no número de vagas ofertadas, a redução na demanda, a falta de interesse pela carreira de Contador são fatores que podem explicar a ociosidade no preenchimento de vagas na área. Além disso, verificou que existe ociosidade no preenchimento das vagas ofertadas, em especial nas IES privadas. Esse contexto pode gerar no SES o fechamento e a fusão de instituições, possível ajustamento dos custos e dos preços cobrados pelas IES privadas pelos seus serviços e o relaxamento do processo de seleção em razão da busca por futuros estudantes. Outra evidência indicada pelos instrumentos de avaliação dos cursos foi de possíveis problemas na oferta do serviço de educação e deficiências na formação dos estudantes da área Ciências Contábeis.
Outro resultado observado foi que a evolução da taxa de matrícula nos cursos EAD é inconstante. Ademais, existe concentração de estudantes matriculados em um número menor de IES de natureza pública, em contraste com uma distribuição pulverizada de matrículas entre um número maior de IES privadas. A taxa de conclusão na área de Ciências Contábeis apresenta períodos alternados de alta e baixa na modalidade presencial. Mas, existe evidência para elevado índice de evasão e/ou retenção.
Referncias bibliogrficas: Barreiro, I. M.; & Terribili Filho, A.. Educação superior no período noturno no Brasil: políticas, intenções e omissões. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 15, n. 54, p. 81-102, jan./mar. 2007.
Bratti, M.; Checchi, D.; & Blasio, G. de. Does the Expansion of Higher Education Increase the Equality of Educational Opportunities? Evidence from Italy. Discussion Paper Series 3361, Alemanha: Forschungsinstitut zur Zukunft der Arbeit, Institute for the Study of Labor, 2008.
Loch, J. M.; Reis, D. R. dos. A Expansão do ensino superior: um comparativo do crescimento no Brasil, no Paraná e na região metropolitana de Curitiba. Anais World Congress on Engineering and Technology Education, 2004, São Paulo, SP, Brasil, 2004, 1.
McCocy, S.; Smyth, E.. Higher education expansion and differentiation in the Republic of Ireland. High. Educ., n. 61, p. 243–260, 2011.
Neves, C. E. B.; Raizer, L.; Fachienetto, R. F.. Acesso, expansão e equidade na educação superior: novos desafios para a política educacional brasileira. Sociologias, Porto Alegre, ano 9, n. 17, p. 124-157, jan./jun. 2007.
Pfeifer, M.; Giareta, P. F.. Expansão da educação superior no Brasil: panorama e perspectiva para a formação de professores. Anais Congresso Nacional de Educação e Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogica, 2009, Curitiba, PR, Brasil, 9 e 3.
Schofer, E.; & Meyer, J. W. The Worldwide expansion of higher education in the twentieth century. American Sociological Review, v. 70, n. 6, p. 898-920, dec. 2005.
Segenreich, S. C. D.; & Castanheira, A. M.. Expansão, privatização e diferenciação da educação superior no Brasil pós - LDBEN/96: evidências e tendências. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 17, n. 62, p. 55-86, jan./mar. 2009.
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