Anais do XV Congresso USP de Controladoria e Contabilidade
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RESUMO DO TRABALHO

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Clique para abrir o trabalho de código 219, Área Temática: Área III: Contabilidade Financeira

Código: 219

Área Temática: Área III: Contabilidade Financeira

Título: O Processo da Divulgacao das Informacoes sobre a Comercializacao dos Creditos de Carbono e sua Influencia nos Indicadores de Rentabilidade

Resumo:
Propsito do Trabalho:
Os creditos de carbono sao classificados como ativos intangiveis que surgiram da preocupacao da sociedade em geral com o futuro do planeta. Desta preocupacao, primeiramente surgiu o Protocolo de Quioto em 1997 e a partir dele, o mercado de creditos de carbono, que mesmo ainda incipiente, vem crescendo nos ultimos anos. Investir na comercializacao de Creditos de Carbono e sustentavel para o planeta e rentavel para as empresas. Para o resultado ser favoravel, e preciso vontade e determinacao, pois esse nao e um projeto que se comeca e nao se termina, seus investimentos sao altos, e futuramente nao trarao somente beneficios as organizacoes mas tambem a toda sociedade, sejam financeiros ou de sustentabilidade. Sendo assim, esta pesquisa apresenta a seguinte questao problema: a forma de evidenciacao das operacoes contabeis sobre Credito de Carbono influencia os indicadores de rentabilidade das empresas? O presente estudo tem como objetivo analisar se a forma de evidenciacao das operacoes contabeis sobre Creditos de Carbono influencia nos indicadores de rentabilidade das empresas. Espera-se, com a realizacao desta pesquisa, contribuir para a ciencia contabil, na forma de ampliar o conhecimento sobre o tema central deste artigo, contribuindo como possivel referencia para futuros trabalhos que venham surgir proporcionando assim, uma maior familiaridade quando se tratar deste assunto, destaca-se que os resultados aqui encontrados podem servir como auxilio para os investidores durante o processo de tomada de decisao.

Base da plataforma terica:
A plataforma teorica esta estruturada em 3 partes onde a primeira parte apresenta o embasamento teorico sobre o processo de divulgacao da informacao que segundo Rover et al. (2012) a teoria da divulgacao se baseia em evidencias empiricas e modelos de analise advindos da teoria economica para explicar e predizer a realidade formando-se como um campo de estudo positivo da contabilidade nas decadas finais do seculo XX. De acordo com Yamamoto e Salotti (2006), o ambiente de divulgacao da informacao financeira, em uma empresa com otimas perspectivas tem um incentivo maior para demonstrar seus detalhes, confiando que os gastos relacionados a essa divulgacao serao compensados pelos beneficios que a empresa podera obter, porem a nao divulgacao dessa informacao podera levara o mercado a interpretar que as perspectivas financeiras dos proximos anos serao ruins. A segunda parte descreve sobre a importancia da evidenciacao das informacoes contabeis onde os autores Deegan e Rankin (1997), Cormier, Gordon e Magnan (2004) e Hasseldine, Salama e Toms (2005) a evidenciacao contabil, e um processo em que empresa e sociedade permanecem em constante comunicacao. Finalizando, o ultimo topico apresenta alguns estudos nacionais que tiveram como tema principal creditos de carbono destacando os resultados encontrados nos estudos de Folster, Ferreira (2012) demonstrou que o processo de aquisicao dos creditos de carbono e longo e burocratico, pois e necessario ter certificacao junto a ONU e outros orgaos. A obtencao destes creditos traz muitos outros beneficios para empresa alem da receita, como por exemplo, a facilidade de obtencao de financiamentos. Foi possivel tambem reconhecer os tratamentos contabeis para os creditos de carbono, que e reconhecido como outras receitas dentro do grupo de Receitas Operacionais. Atraves da pesquisa de Silva e Macedo (2012) foi possivel demonstrar o funcionamento do comercio dos Creditos de Carbono e como os RCEs podem ser adquiridos. Tambem, foram demonstrados os elementos participantes deste mercado bem como as instituicoes que validam e intermediam sua negociacao. Alem disso, visou-se discutir quais sao as suas perspectivas com relacao a retorno sobre o capital investido e seu futuro. Os estudos de Santos, Beuren e Haussman (2012), objetivou identificar o tratamento tributario aplicado nas operacoes com creditos de carbono em empresas brasileiras que estao desenvolvendo projetos no ambito do MDL, onde os resultados encontrados indicaram que nao ha uniformidade de entendimento sobre a tributacao nessas empresas, o que se justifica por ainda nao haver legislacoes tributarias especificas sobre creditos de carbono.

Mtodo de investigao:
A delimitacao do metodo este sera quantitativo, sendo os conceitos testados e examinados por meio de uma clara definicao de variaveis, as quais serao observaveis, utilizando-se determinados procedimentos. Quanto a amostra, este estudo foi realizado com as 28 empresas listadas na Bolsa de Mercadorias e Futuros e da Bolsa de Valores de Sao Paulo (BM&F BOVESPA), que compoem o Indice de Carbono Eficiente (ICO2). As variaveis dependentes escolhidas para a conducao deste estudo, as quais representam os indicadores de rentabilidade das empresas sao: Retorno sobre os Ativos (ROA) e Retorno sobre o Capital Proprio (ROE), que foram extraidas do estudo de Reis, Moreira e Franca (2013) que teve como objetivo verificar se as empresas que possuem acoes concretas de protecao ambiental, representadas pelos valores investidos no meio ambiente, melhoraram seu desempenho economico. As informacoes para a construcao da varavel disclosure foram extraidas dos Demonstrativos Contabeis e dos Relatorios de Sustentabilidades referentes aos exercicios financeiros anuais, de 2010, 2011, 2012 e 2013, estes demonstrativos foram extraidos atraves do sitio da BM&FBOVESPA, do site das empresas que fazem parte da amostra. As variaveis de controle necessarias para conducao deste estudo e utilizadas para a elaboracao da equacao de regressao sao: o nivel de endividamento, o indicador alavancagem e o tamanho da empresa Foram testados dois modelos de Regressao Linear Multipla com dados em painel, que de acordo com Gujarati e Porter (2011), trabalha com duas dimensoes, sendo uma espacial (no caso deste estudo, as empresas), e outra, temporal. Como limitacao deste estudo esta a definicao operacional da variavel de indice de disclosure. Tal variavel foi definida apenas com quatro perguntas sobre operacoes contabeis que envolvam creditos de carbono. A segunda limitacao refere-se a amostra nesta pesquisa, que foi obtida em um espaco de tempo limitado e a quantidade de variaveis de controle utilizadas para explicar os indicadores de rentabilidade ROA e ROE.

Resultados, concluses e suas implicaes:
Como a operacionalizacao dos modelos de regressao foi realizada por meio de dados em painel nao balanceado aplicou-se os seguintes testes para suas respectivas validacoes: o teste de Chow (Teste F), para avaliar a utilizacao de Efeitos fixos versus Pooled; de Breusch-Pagan, para verificar a utilizacao do modelo de Efeitos Aleatorios versus Polled; de Hausman, para verificar se os coeficientes de Efeitos Fixos e Efeitos Aleatorios sao sistematicamente diferentes. De acordo com os resultados dos testes apresentados atraves verifica-se que o modelo final utilizado para a explicacao da variavel ROA sera de efeitos aleatorios nao autocorrelacionado e heterocedastico e o modelo de efeitos fixos utilizado para a explicacao da variavel ROE sera autocorrelacionado e heterocedastico. Os resultados encontrados mostraram que alguns dos coeficientes encontrados exercem uma influencia positiva com a variavel dependente, porem o valor do coeficiente indice de disclosure, o coeficiente de alavancagem e o coeficiente que representa o tamanho da empresa apresentaram valores negativos para estimar o valor do ROA. No modelo de estimacao do ROE a principal variavel de interesse o indice de disclosure apresentou um valor de probabilidade que esta dentro de uma area aceitacao, o que contribui de forma para elevar o valor do indicador retorno sobre o capital proprio uma vez que o sinal encontrado em seu coeficiente de regressao se comportou de forma positiva. Quanto ao tema disclosure das informacoes ambientais compara-se esta pesquisa com os trabalhos de Murcia et al. (2008); Rover, Borba e Murcia (2009); Rover et al. (2012); Bachmann, Carneiro e Espejo (2013); Carneiro e Silva (2013); Burgwal e Vieira (2014), que identificaram de forma geral quais caracteristicas e fatores que determinam a divulgacao voluntaria das informacoes ambientais das empresas que foram amostras dos respectivos estudos. Os achados destes estudos contribuem de forma a ampliar o conhecimento sobre o processo da divulgacao das informacoes ambientais. Destaca-se a pesquisa de Rover et al. (2012) que verificou como os indicadores de rentabilidade ROA e ROE, impactam no disclosure ambiental e os resultados demonstraram que haver um impacto positivo dos indicadores no nivel de disclosure ambiental. Ja os resultados encontrados nos estudos de Reis, Moreira e Franca (2013), que teve como objetivo evidenciar por meio de uma amostra de nove empresas pertencentes ao ICO2 a relacao entre os investimentos em meio ambiente e o desempenho economico destas empresas que foi medido pelo ROA e ROE, corroboram com os achados desta pesquisa com onde os resultados encontrados mostraram que os investimentos e meio ambiente relacionam positivamente com o desempenho das empresas. Outra pesquisa que pode ser comparada e a de Burgwal e Vieira (2014), que identificou quais variaveis tem impacto significativo no nivel das praticas de divulgacao ambiental adotadas por companhias abertas holandesas, porem o resultado encontrado com as variaveis ROA e ROE nao demonstram evidencias estatisticamente significativas para explicar a relacao entre lucratividade e nivel de divulgacao de informacao ambiental, sendo estes resultados contrarios aos achados deste estudo. As conclusoes encontradas estao de acordo a hipotese deste estudo, a qual mencionava que o nivel de divulgacao das informacoes contabeis sobre operacoes de credito de carbono impactava nos indicadores de rentabilidade ROA e ROE, onde o indice de disclosure encontrado contribui para diminuir o ROA e no segundo modelo o mesmo indice apresentou um resultado aumentando o ROE. Propoe-se, a titulo de sugestao para futuras pesquisas, que um estudo dessa natureza seja realizado com mais informacoes para a construcao do indice de disclosure sobre operacoes de credito de carbono, que seja tambem realizado com uma amostra maior de empresas e com a inclusao de mais variaveis exogenas, com o intuito de que se possa explicar melhor os indicadores de rentabilidade ROA e ROE das empresas.

Referncias bibliogrficas:
CORMIER, D., GORDON, I. M.; & MAGMAN, M. (2004). Corporate environmental disclosure: contrasting management's perceptions with reality. Journal of Business Ethics, 49(2), 143-165. DEEGAN, C., & RANKIN, M. (1997). The materiality of environmental information to users of annual reports. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 10(4), 562-583. FOLSTER, A., & FERREIRA, L. (2013). Aspectos contabeis do credito de carbono em uma empresa produtora de energia limpa. Revista de Contabilidade da UFBA, 7(1), 5-20. 2013. GUJARATI, D. N., & PORTER, D. C. (2011). Econometria basica (5a. ed.). Sao Paulo: Mcgrawhill Bookman. HASSELDINE, J., SALAMA, A. I., & TOMS, J. S. (2005). Quantity versus quality: the impact of environmental disclosures on the reputations of UK Plcs. The British Accounting Review, 37(2), 231-248. REIS, E. M., MOREIRA, M. A., & FRANCA, R. S. (2013). Investimento em meio ambiente e o desempenho economico das empresas aderias ao Indice de Carbono Eficiente ICO2. Revista Educacao Pesquisa em Contabilidade. 7(4), 372-386. ROVER, S., TOMAZZIA, E. C., MURCIA, F. D. R., & BORBA, J. A. (2012). Explicacoes para a divulgacao voluntaria ambiental no Brasil utilizando a analise de regressao em painel. Revista de Administracao - RAUSP. 47(2), 217-230. SANTOS, V., BEUREN, I. M., & HAUSSMAN, D. C. S. (2012). Tratamento tributario nas operacoes com creditos de carbono em empresas brasileiras com projetos de MDL. Revista Educacao Pesquisa em Contabilidade. 6(2), 121-140. SILVA, L. F., & MACEDO, A. H. (2012). Um estudo exploratorio sobre creditos de carbono como forma de investimento. Revista Eletronica em Gestao, Educacao e Tecnologia Ambiental, 8(8), 1651-1669.

 

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