Anais do XV Congresso USP de Controladoria e Contabilidade
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RESUMO DO TRABALHO

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Código: 75

Área Temática: Área III: Contabilidade Financeira

Título: Alavancagem financeira e desempenho econmico financeiro: anlise no agronegcio brasileiro

Resumo:
Propsito do Trabalho:
Conforme Wanderley (2012), nas ?ltimas tr?s d?cadas, o agroneg?cio brasileiro vem melhorando seu desempenho e gerando ganhos de produtividade, o que permite o equil?brio na balan?a comercial e uma gera??o de divisas para o pa?s. Devido a esse desempenho, torna-se importante a busca pela efici?ncia na gest?o empresarial de empresas do agroneg?cio brasileiro, dada a notoriedade do setor no Brasil. Um dos meios para isso, ? a an?lise de desempenho econ?mico-financeiro, que permite uma avalia??o da empresa quanto suas atividades passadas e, permite realizar um planejamento para a??es futuras. Segundo Perez e Fam? (2008), um bom desempenho econ?mico-financeiro retrata uma situa??o de sustentabilidade da empresa no meio em que atua. Tendo em vista a realidade brasileira, as mudan?as ocorridas na alavancagem financeira geram varia??es na tangibilidade das empresas, fato que pode ser explicado pela grande busca de financiamentos garantidos por aliena??o fiduci?ria de ativos imobilizados, o que facilita o acesso ao cr?dito por parte das empresas do setor do agroneg?cio, aumentando os prazos de pagamento e diminuindo os juros (Bonacim; Gaio; Ambrozini, 2009). Contudo, para os autores, h? a necessidade de se explorar de forma mais profunda as quest?es determinantes da estrutura de capital das empresas do agroneg?cio. Dessa forma, instiga-se a realiza??o deste estudo, que visa responder a seguinte quest?o problema: qual a rela??o entre a alavancagem financeira e o desempenho econ?mico financeiro nas empresas familiares e n?o familiares do agroneg?cio brasileiro? Assim, o objetivo do estudo consiste em analisar a rela??o entre a alavancagem financeira e o desempenho econ?mico financeiro nas empresas familiares e n?o familiares do agroneg?cio brasileiro.

Base da plataforma terica:
As discuss?es acerca da estrutura de capital ganharam import?ncia nos estudos de Modigliani e Miller na d?cada de 1958, destacando que na estrutura de financiamento, o valor de mercado de uma empresa independe de sua estrutura de capital; seu valor ? determinado pelo valor presente das expectativas de retorno futuro, descontados a uma taxa proporcional relacionado ao risco inerente ao seu segmento. Dessa forma, n?o importa como a organiza??o ? financiada, se com capital pr?prio ou com recurso de terceiros (Modigliani; Miller, 1958). Para Myers (1977), a teoria de finan?as deve ser capaz de explicar por que as vantagens fiscais de financiamento da d?vida n?o levam as empresas a tomar recursos emprestado tanto quanto poss?vel, bem como explicar por que algumas empresas tomam financiamentos mais do que outras, alguns com empr?stimos de curto prazo e porque outras se utilizam de instrumentos de longo prazo. A corrente de estudos em finan?as direcionada por Myers e Majluf (1984), introduz a Pecking Order Theory, na qual sugere que as empresas seguem uma hierarquia de fontes de financiamento, captam recursos com uma ordem de prefer?ncia, sendo respectivamente reten??o de recursos gerados internamente, emiss?o de d?vida e emiss?o de novas a??es. Segundo Myers (1984), tem-se refletido sobre as implica??es acerca da estrutura ?tima de capital, mas as teorias n?o explicam a real forma de financiamento; parecem estar longe de explicar tais decis?es. Myers compara duas formas de pensar sobre a estrutura de capital: a estrutura Trade Off est?tico, em que a empresa visa definir uma rela??o de endividamento alvo e, uma estrutura de hierarquia de endividamento em que a empresa prefere o financiamento interno ao financiamento externo ou ent?o a d?vida de capital se emitir a??es de valores mobili?rios. Na teoria hierarquia pura, a empresa n?o tem bem definido alvo rela??o d?vida-valor (Myers, 1984). Estudos de Titman e Wessels (1988) indicam que os custos de transa??o pode ser um determinante importante na escolha da estrutura de capital; ?ndices de endividamento de curto prazo mostraram-se negativamente relacionada com o tamanho da empresa, possivelmente refletindo a alta dos custos de transa??o que as pequenas empresas enfrentam quando da emiss?o de instrumentos financeiros de longo prazo. Procurando verificar quais seriam os fatores indutores do endividamento das empresas brasileiras, Perobelli e Fam? (2002) encontraram resultados indicando que no Brasil o grau de endividamento de curto prazo e os atributos tamanho e crescimento dos ativos est?o negativamente relacionados, revelando que empresas brasileiras de menor porte s?o mais propensas ao endividamento de curto prazo, enquanto empresas em crescimento tendem a utilizar mecanismos de financiamento de longo prazo. Encontraram rela??o negativa entre lucratividade das empresas e o grau de endividamento de curto prazo, indicando que, no caso brasileiro, empresas com alto giro tendem a ser menos endividadas no curto prazo que empresas com baixo giro.

Mtodo de investigao:
Para analisar a rela??o entre a alavancagem financeira e o desempenho econ?mico financeiro das empresas familiares e n?o familiares do agroneg?cio brasileiro, realizou-se uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa, por meio de pesquisa documental. O aspecto descritivo ? observado na discuss?o da alavancagem financeira e desempenho econ?mico financeiro das empresas, apresentando assim, uma descri??o da amostra analisada. Em rela??o aos procedimentos, classifica-se como pesquisa documental por utilizar-se de informa??es constantes nas demonstra??es cont?beis das empresas. Quanto ao m?todo, o estudo classifica-se como quantitativo que, por utilizar-se de dados num?ricos e aplica??o de c?lculos estat?sticos. A popula??o da pesquisa compreendeu as companhias abertas listadas no sub-setor de Agropecu?ria e Alimentos Processados do setor de Consumo N?o C?clico da BM&FBovespa, ativas no ano de 2014. Devido quantidade de informa??es dispon?veis nesta base de dados Econom?tica?, a amostra compreendeu as 18 empresas, sendo 13 empresas familiares e 5 empresas n?o familiares. Os dados relacionados aos indicadores de desempenho das empresas foram coletados na base de dados Econom?tica? para o per?odo de 5 anos, sendo os anos de 2009 a 2013. A coleta dos dados nesta base deu-se em junho de 2014. Utilizou-se como vari?veis de alavancagem financeira o endividamento total. Para o desempenho econ?mico financeiro das empresas, foram utilizadas as seguintes vari?veis: lucro operacional, lucro l?quido, tamanho, lucro por a??o, retorno sobre os ativos, retorno sobre o patrim?nio l?quido, e retorno sobre as vendas. Para a defini??o das vari?veis procurou-se abranger aquelas que podem explicar a influ?ncia da alavancagem financeira no desempenho econ?mico financeiro das empresas da amostra. A fim de alcan?ar o objetivo do estudo, utilizou-se da an?lise de dados em painel. Para a realiza??o desta an?lise utilizou-se o do software STATA? 12.

Resultados, concluses e suas implicaes:
O objetivo do presente estudo consistiu em analisar a rela??o entre a alavancagem financeira e o desempenho econ?mico financeiro nas empresas familiares e n?o familiares do agroneg?cio brasileiro. Realizou-se uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa, por meio de pesquisa documental. A an?lise de dados se deu pela an?lise de dados em painel. Os resultados das estat?sticas descritivas demonstram similaridades entre o endividamento m?dio e do lucro operacional das empresas familiares e n?o familiares. Com rela??o as correla??es entre as vari?veis, pode-se observar que somente as vari?veis TAM e ROE n?o apresentaram correla??es estatisticamente significantes com a vari?vel de endividamento total, no caso das empresas familiares. J? nas empresas n?o familiares, somente a vari?vel LPA apresentou uma correla??o estatisticamente significante com a vari?vel de endividamento total. Com rela??o ? an?lise do modelo geral, utilizando-se tanto das empresas familiares quanto n?o familiares, obteve-se que somente as vari?veis ROA e ROE foram significativas para o modelo, sendo o sinal dos dois coeficientes negativo. Dessa forma, quanto maior o endividamento total, menor s?o os retornos sobre os ativos e sobre o patrim?nio l?quido das empresas; e vice-versa. Observa-se que o ?ndice de endividamento total das empresas familiares variou entre 0,25 e 2,17, sendo em m?dia de 0,67. Esse ?ndice indica que para cada R$ 1,00 de d?vidas de curto e longo prazo que as empresas familiares possuem, elas t?m, em m?dia, R$ 0,67 para pag?-las. Com rela??o ao lucro operacional, tem-se que as empresas familiares obtiveram um ?ndice entre -1,02 e 0,21, sendo em m?dia de 0,02. Isso significa que com os ativos totais dispon?veis ?s empresas, o lucro operacional est? sendo, em m?dia, de 0,02. Observa-se que o ?ndice de endividamento total das empresas n?o familiares variou entre 0,24 e 1,30, sendo em m?dia de 0,67. Esse ?ndice indica que para cada R$ 1,00 de d?vidas de curto e longo prazo que as empresas n?o familiares possuem, elas t?m, em m?dia, R$ 0,67 para pag?-las. Com rela??o ao lucro operacional, tem-se que as empresas familiares obtiveram um ?ndice entre -0,25 e 0,36, sendo em m?dia de 0,02. Isso significa que com os ativos totais dispon?veis ?s empresas, o lucro operacional est? sendo, em m?dia, de 0,02. Essas duas vari?veis se igualaram, em m?dia, entre as empresas familiares e n?o familiares. A an?lise do modelo das empresas familiares seguiu a mesma l?gica da an?lise conjunta dos dados, sendo que somente as vari?veis ROA e ROE foram significativas para o modelo. O sinal dos dois coeficientes foi negativo, podendo-se inferir que quanto maior o endividamento total, menor s?o os retornos sobre os ativos e sobre o patrim?nio l?quido das empresas; e vice-versa. J? o modelo das empresas n?o familiares, pode-se observar que somente o TAM, o ROS e a constante foram significativas para o modelo. Com rela??o ao tamanho, o coeficiente obteve sinal negativo, indicando comportamento contr?rio ao do endividamento. J? a vari?vel ROS obteve sinal positivo indicando comportamento paralelo ao endividamento. Ou seja, quanto maior o endividamento da empresa, maior s?o seus investimentos, e vice-versa. Como limita??es do estudo destaca-se o n?mero de empresas n?o familiares do agroneg?cio brasileiro, com dados dispon?veis no momento da pesquisa. Al?m disso, a verifica??o do quesito familiar e n?o familiar torna-se de extrema dificuldade, uma vez que n?o h? nos relat?rios p?blicos das empresas, obrigatoriedade de divulga??o dessa informa??o. Como recomenda??o para estudos futuros tem-se a an?lise do modelo com outros segmentos da economia brasileira, ou mundial e assim realizar-se um comparativo.

Referncias bibliogrficas:
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