Anais do XV Congresso USP de Controladoria e Contabilidade
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RESUMO DO TRABALHO

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Clique para abrir o trabalho de código 154, Área Temática: Área III: Contabilidade Financeira

Código: 154

Área Temática: Área III: Contabilidade Financeira

Título: Ciclo de Vida das Empresas, Book-Tax Differences e a Persistencia nos Lucros

Resumo:
Propsito do Trabalho:
O presente estudo busca responder a seguinte questao de pesqO estudo parte da premissa que as informacoes relativas ao ciclo de vida das empresas sao cruciais para compreensao dos requisitos para qualidade dos lucros. Com base nas informacoes contabeis e possivel capturar o ciclo de vida das empresas. Este ciclo possui fases distintas que resultam em alteracao do fluxo de caixa, a partir de atividades estrategicas desenvolvidas por uma empresa (DICKINSON, 2011). Um substituto eficiente e economico para o ciclo de vida e a utilizacao dos padroes de fluxo de caixa. Os padroes fornecem indicadores do estagio do ciclo de vida em distribuicoes uniformes. O retorno sobre o ativo (ROA) e a margem de lucro e um exemplo desses padroes (DICKINSON, 2011). O presente estudo busca responder a seguinte questao de pesquisa: o ciclo de vida da empresa explica a relacao entre os Book-tax Differences e a persistencias nos lucros? Assim, o objetivo desse trabalho e: diagnosticar os BTDs das empresas brasileiras, fundamentando-se nos estudos de Hanlon (2005), Dickinson (2011) e Drake (2013). Em termos praticos deseja-se mostrar se o ciclo de vida explica a relacao entre os Book-tax Differences e a persistencia nos lucros, documentados nos estudos de Drake (2013). Como objetivos especificos tem-se: i) analisar os BTDs nos ciclos de vida de uma empresa; ii) verificar as persistencias nos lucros nos estagios do ciclo de vida; iii) analisar a relacao entre grandes BTDs e a persistencia nos lucros nos estagios do ciclo de vida, baseando-se nos estudos de Drake (2013).

Base da plataforma terica:
Os primeiros a apresentarem um estudo sobre a utilizacao do ciclo de vida de uma empresa foram Anthony e Ramesch (1992). Eles buscaram explicar o desempenho do mercado. No entanto, seu periodo de amostragem terminou antes da demonstracao dos fluxos de caixa, uma divulgacao exigida pelos administradores. Drake (2013) esclarece que a teoria do ciclo de vida de uma empresa descreve a forma como ela cresce, amadurece e declina, diferentemente do que e o ciclo de vida de um produto. Neste contexto, a empresa e uma combinacao dos estagios do ciclo de vida. O objetivo de se estudar o ciclo de vida e fazer uma analise do quadro de variaveis, dentre essas os incentivos e as estrategias ao longo do ciclo de vida da empresa. Em resumo, o ciclo de vida fornece o quadro economico alternativo para o estudo das empresas. Para Jenkins, Kane e Velury (2004), a teoria do ciclo de vida de uma empresa e o seu progresso dependem dos diferentes estagios do seu ciclo de vida, que por sua vez sao determinados em funcao das caracteristicas dos seus produtos e servicos, sendo que esses estagios sao: o crescimento, a maturidade e a estagnacao. Dickinson (2011) identifica cinco fases do ciclo de vida de uma empresa: fase de introducao; fase de crescimento; fase de maturidade; fase de turbulencia (shake-out); e fase de declinio. Esses ciclos sao atribuidos aos periodos de anos das empresas e utilizam as varias fases dos sinais dos componentes da demonstracao do fluxo de caixa. Usando esta medida, a autora documenta a variacao esperada nas medidas de desempenho da empresa (margem de lucro, a persistencia dos lucros e giro do ativo), em todos os estagios do ciclo de vida de uma empresa. Ainda compara as persistencias dos lucros com o estagio do ciclo de vida de uma empresa e da convergencia da rentabilidade dos lucros, identificando o retorno sobre os ativos operacionais liquidos. Drake (2013) procura expandir a literatura sobre o ciclo de vida, examinando a relacao entre o ciclo de vida de uma empresa e os Book-tax Differences, sendo que este estudo examina varios pontos como: as estrategias, incentivos, investigacao, desenvolvimento e despesas de capital, politica de pagamento, bem como as reacoes dos precos face as acoes.

Mtodo de investigao:
A amostra usada neste trabalho consiste em empresas brasileiras com acoes listadas na Bolsa de Valores de Sao Paulo (BM&F BOVESPA), durante o periodo de 2009 a 2013. Foram utilizadas as informacoes das demonstracoes contabeis do banco de dados Economatica. Apos os ajustes referentes aos modelos de regressao, usou-se 1.308 observacoes para os testes de t, entre as fases do ciclo de vida das empresas; e 1.131 observacoes para a persistencia dos lucros e a relacao entre os BTDs e o ciclo de vida, que incorporam os mesmos dados usados nos estudos de Hanlon (2005), Dickinson (2011) e Drake (2013). O estudo iniciou-se apos a implantacao das Leis 11.638/07 e 11941/09, e do Regime Tributario de Transicao (RTT), uma vez que a demonstracao do fluxo de caixa so foi obrigatoria a partir das referidas leis. Nesta perspectiva, o periodo investigado comeca em 2009, como base para explicar 2010, pois a obrigatoriedade das demonstracoes foi estabelecia a partir de 2010. Tal criterio garantiu uma contabilidade consistente para os Book-tax-Differences, no periodo da amostra (DRAKE, 2013). Salienta-se que foram excluidas da amostra as empresas do setor financeiro, por apresentarem regulamentacao contabil especifica, e regras contabeis e tributarias diferentes dos demais setores, fato que poderia prejudicar na interpretacao financeira das demais empresas. Dickinson (2011) apresenta os modelos de estagio do ciclo de vida, com base nos tres componentes da demonstracao do fluxo de caixa: os padroes de fluxo de caixa das operacoes, de investimento e de financiamento. Conforme Drake (2013), o modelo de fluxo de caixa fundamenta-se na combinacao do sinal de cada um dos tres componentes dos fluxos de caixa, com vistas a classificar as empresas em um dos cinco estagios de ciclo de vida: introducao, crescimento, maturidade, shake-out e declinio. Exemplificado por Drake (2013), empresas na fase de introducao estao associadas a um fluxo de caixa negativo no operacional; negativo no de investimentos; e positivo nas atividades de financiamento. Empresas em fase de crescimento apresentam um fluxo de caixa positivo no operacional; negativo no investimento; e positivo no financiamento. As empresas na fase madura mostram-se positivas no fluxo de caixa operacional; negativo no de investimento; e negativo no fluxo de caixa de financiamento.

Resultados, concluses e suas implicaes:
Os resultados mostraram uma relacao entre BDTs e persistencia nos lucros, variando nos estagios do ciclo de vida. As empresas com grandes BTDs positivos estao associadas a uma mudanca para a fase de crescimento no periodo seguinte. Estes resultados no Brasil, confirmam achados de Hanlon (2005) e Drake (2013). Os modelos utilizados por Hanlon (2005), aprimorados por Drake (2013) e modificados para padroes do Brasil - trocando-se PTBI para LAIR na legislacao brasileira - para documentar o ciclo de vida explica parcialmente a relacao BTDs e a persistencia nos lucros. O estudo desenvolvido fornece uma explicacao alternativa por que as empresas tentem evitar mais impostos do que outras. Se o BTDs varia de acordo com ciclo de vida, e interessante examinar os estudos tributarios em outras empresas que parecem evitar impostos sobre os rendimentos. No geral, o estudo fornece um quadro economico ao considerar BTDs em geral e, exclusivamente, em relacao a literatura sobre persistencia dos lucros e o BTDs. Os resultados deste estudo remetem a necessidade de investigacoes futuras, considerando que o periodo da presente pesquisa tenha sido muito pequeno - de cinco anos o que nao satisfez os questionamentos. Portanto, para novas pesquisas e necessario que a analise abarque um periodo maior para satisfazer os questionamentos, pois todas as pesquisas como a de Drake (2013) consideram o periodo entre 1994 e 2010; e as de Dickinson (2011) o periodo entre 1998 e 2005.

Referncias bibliogrficas:
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