Anais do XII Congresso USP de Iniciação Científica em Contabilidade
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RESUMO DO TRABALHO

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Clique para abrir o trabalho de código 69, Área Temática: Área III: Contabilidade Financeira

Código: 69

Área Temática: Área III: Contabilidade Financeira

Título: Os mltiplos efeitos dos componentes do valor patrimonial sobre o preo das aes de companhias abertas brasileiras

Resumo:
Propsito do Trabalho:
A rela??o entre o valor patrimonial e o pre?o das a??es vem sendo amplamente discutida, e em especial, um dos seus componentes: o lucro l?quido. Entretanto, os demais elementos do patrim?nio l?quido e do lucro tamb?m podem fornecer informa??es relevantes ao mercado. Nesta abordagem, pode-se verificar como o mercado avalia a forma??o e destino do resultado cont?bil, bem como a relev?ncia dos projetos de investimento das empresas. Tais observa??es a depender dos efeitos: tamanho da empresa e o n?vel de antecipa??o dos investidores, por influenciar a referida discuss?o. Assim, busca-se analisar tais prerrogativas e verificar seu impacto sobre o pre?o das a??es de 131 companhias abertas brasileiras, no per?odo 2004-2013. Para tanto, os componentes do valor patrimonial, bem como a varia??o dos referidos efeitos e vari?veis de controle (tamanho e antecipa??o) foram utilizados como vari?veis explicativas do pre?o das a??es das empresas. Para tratamento dos dados utilizou-se a t?cnica de an?lise de dados em painel, com o intuito de levar em conta particularidade de cada firma. Primeiramente, busca-se verificar o n?vel de relev?ncia, para os acionistas, do valor patrimonial como um todo e posteriormente a transi??o para os seus elementos, a fim de constatar o ganho informacional. Portanto, este trabalho ao trazer uma an?lise detalhada dos m?ltiplos efeitos dos componentes do valor patrimonial sobre o valor das companhias, amplia e traz novas concep??es para a discuss?o da relev?ncia da informa??o cont?bil no mercado de capitais nacional.

Base da plataforma terica:
A problem?tica de relacionar vari?veis cont?beis com o valor de mercado das empresas foi inicialmente abordada por Ball e Brown (1968), que evidenciaram que os retornos anormais e os lucros anormais das empresas listadas na Bolsa de Nova York estavam intimamente relacionados. Este trabalho seminal, que comprovou a rela??o entre o comportamento do mercado de capitais e a contabilidade, foi o grande motivador de v?rias outras pesquisas, como a de May (1971) e Foster (1975). Por?m, Lev (1989) colocou em d?vida estas evid?ncias, apresentando diversos trabalhos internacionais que evidenciavam o baixo poder explicativo dos lucros para o mercado (Tse, 1989; Bernard e Thomas, 1989; 1990). Diante deste cen?rio, diversos autores buscaram compreender esta evid?ncia, sendo poss?vel citar duas grandes raz?es ou defici?ncias dos trabalhos realizados: limitar o conte?do informacional da contabilidade e n?o levar em conta os diversos efeitos que podem alterar esta rela??o. A primeira raz?o se concentra na premissa de que o mercado n?o reage exclusivamente ao lucro cont?bil, por existirem outras vari?veis cont?beis relevantes. Nesse sentido, ? poss?vel se destacar os trabalhos de Ohlson (1995) e Feltham e Ohlson (1995), que comprovam que o patrim?nio e os lucros anormais s?o fatores explicativos do valor das empresas. Esta abordagem ? relevante e alinha-se com os resultados de Collins et al. (1997), em que o poder explicativo dos lucros se reduziu nos quarenta anos anteriores; na medida em que o do patrim?nio aumentou. Ainda, entende-se que o patrim?nio possui outros componentes que s?o informativos, como as reservas de lucros e os dividendos. Desta forma, um dos componentes do valor patrimonial, o lucro l?quido, pode ser desmembrado em receitas e despesas. Como foi verificado por Swaminathan e Weintrop (1991) e Ertimur et al. (2003), o mercado reage mais fortemente a receitas e despesas acima do previsto do que a lucros. No mercado brasileiro ainda h? poucos trabalhos sobre o tema, com destaque para Dantas (2005) e Santos e Lustosa (2008). Estes trabalhos verificaram o relacionamento entre vari?veis cont?beis que comp?em o resultado e o valor de mercado das companhias e, em sua maioria, constataram que estas se apresentam relevantes para o mercado. A segunda raz?o est? relacionada aos efeitos que alterariam o relacionamento entre as informa??es cont?beis e a rea??o do mercado, sendo eles, principalmente: tamanho da empresa e antecipa??o do mercado. O tamanho da empresa, como Chaney e Jeter (1992) apontaram, impacta os coeficientes informacionais das vari?veis cont?beis e, segundo Collins et al. (1997), seria a causa da maior relev?ncia do patrim?nio l?quido frente aos lucros e aumentaria a antecipa??o destes pelo mercado. Outro efeito seria a antecipa??o dos lucros: o mercado estaria prevendo o conte?do informacional cont?bil. Posteriormente, Beaver, Lambert e Morse (1980) reiteraram esta quest?o, afirmando que os pre?os das a??es incorporam informa??es a respeito dos lucros futuros. Desta forma, os lucros assimilam de forma atrasada as informa??es j? contidas nos pre?os das a??es, evid?ncia emp?rica que criou a hip?tese ?Price Leads Earnings?. Na tentativa de adequa??o da hip?tese ao mercado de capitais nacional, surgiram alguns trabalhos, dentre eles: Galdi e Lopes (2008), Sales (2011) e Santos, et al. (2013). Tais trabalhos analisaram a rela??o de casualidade entre lucro cont?bil e pre?o das a??es e em quanto tempo o mercado estaria antecipando os lucros.

Mtodo de investigao:


Resultados, concluses e suas implicaes:
Como principais resultados, encontra-se que a transi??o do valor patrimonial como um todo para os seus componentes, ao longo dos per?odos, houve um incremento m?dio do poder explicativo de 2,82% para 39,56% para pequenas empresas e de 9,93% para 16,88% para as grandes. A causa seria o aumento de vari?veis, componentes, e a maior relev?ncia destas. Esta afirma??o est? em linha com Santos e Lustosa (2008) para o lucro l?quido, de que o seu conte?do informacional dependeria de seus componentes. No grupo das pequenas empresas, constatou-se que o n?vel de antecipa??o de maior import?ncia foi de um a dois anos. Ao examinar elementos formadores do resultado cont?bil, apurou-se que as receitas e os custos t?m relev?ncias pr?ximas, e ambos s?o mais relevantes que as despesas l?quidas, atribuindo tal fato a maior alavancagem operacional neste est?gio de tamanho. Al?m disso, a distribui??o de dividendos se mostrou desfavor?vel, em contrapartida as reversas de lucro que se mostraram favor?veis pelos agentes de mercado. Tal evid?ncia decorre a reten??o dos lucros obtidos para investimentos. No entanto, a principal fonte de financiamento, segundo os investidores, seria o capital social orientado para investir em capital de giro da opera??o. J? no grupo das grandes empresas, a antecipa??o dos componentes do valor patrimonial ? delimitada ao ano corrente, possivelmente via as informa??es trimestrais. A respeito dos elementos do resultado pode-se dizer que h? a aten??o ?s receitas ? superior aos custos e despesas l?quidas, pois os s?cios a participa??o de mercado alcan?ada pela empresa e se n?o ser? conquistada por outros concorrentes. Al?m de que h? maior considera??o a cerca das despesas l?quidas ? maior do que a respeito dos custos, fato que pode ser explicado pelo acompanhamento a cerca da efici?ncia das despesas como fonte de lucratividade, uma vez que n?o ? mais poss?vel haver corte de custos. Ainda, os dividendos e as reservas de lucros apresentam rela??o positiva com o pre?o da a??o, contudo a primeira vari?vel tem maior signific?ncia do que a segunda. Isto ocorreria pelo ritmo de investimentos ser menor que no passado para as grandes empresas e, conseq?entemente, haver menor reten??o de lucros e maior distribui??o de resultados. Entretanto, o capital social seria a principal fonte de financiamento de capital pr?prio nas grandes empresas para a realiza??o dos seus projetos de investimento. Por fim, ao comparar os grupos, nos per?odos de maior antecipa??o, mediante a an?lise dos coeficientes angulares, entende-se que a maneira como o resultado cont?bil foi formado ? mais importante para as pequenas empresas que para as grandes. Entretanto, como o resultado formado ser? destinado, ? mais marcante para as grandes. Para estas, o destino do resultado auferido ? quase t?o significativo quanto ? forma como foi gerado. Al?m do mais, o aumento de capital tem relev?ncia semelhante, apesar de ter finalidade diferente para cada grupo. Nas pequenas empresas, para administra??o do capital de giro e nas grandes orientado para grandes projetos de investimento. Portanto, o poder explicativo mostrou-se maior no primeiro grupo, evid?ncia que contraria Atiase (1985) e Freeman (1987), que mostraram que para o lucro l?quido, o poder explicativo do grupo de pequenas empresas seria menor que o das grandes. Diante dos resultados evidenciados, as hip?teses inicialmente formuladas? H1: Os componentes do valor patrimonial afetam o pre?o das a??es das companhias; e H2: O impacto dos componentes do valor patrimonial sobre o pre?o depende dos fatores de Tamanho e Antecipa??o. Mediante os resultados obtidos n?o foi poss?vel rejeitar ambas as hip?teses, visto que a signific?ncia estat?stica e econ?mica dos elementos do valor patrimonial. Como confirmado pela an?lise de dados em painel, por meio dos coeficientes angulares, notou-se que os m?ltiplos efeitos (tamanho e antecipa??o) influenciaram de forma significativa a rela??o de relev?ncia atribu?da pelo mercado a cada componente do patrim?nio l?quido e refletida nos pre?os das a??es.

Referncias bibliogrficas:
Ayers, B. C., & Freeman, R. N. (2000). Why do large firms? prices anticipate earnings earlier than small firms? prices? Contemporary Accounting Research, 17(2), 5?16. Chaney, P., & Jeter, D. (1992). The effect of size on the magnitude of long-window earnings response coefficients. Contemporary Accounting & Economics, 28(2), 83?115. Collins, D., Kothari, S.P., & Rayburn J. (1987). Firm size and the information content of prices with respect to earnings. The Journal of Accounting and Economics, 9, 111?138. Freeman, R. (1987). The association between accounting earnings and security returns for large and small firms. The Journal of Accounting and Economics, 9, 195?228. Galdi, FC., & Lopes, AB. (2008). Rela??o de longo prazo e casualidade entre o lucro cont?bil e o pre?o das a??es: evid?ncias do mercado latino-americano. Revista de Administra??o da USP (RAUSP), 43(2), 186?201. Kothari, S. P., & Zimmerman, J. L. (1995). Price and return models. Journal of Accounting and Economics, 20(2), 155?192. Santos, M. A. C., & Lustosa, P. R. B. (2008). O efeito dos componentes do lucro cont?bil no pre?o das a??es. Revista UnB Cont?bil, 11(1?2), 87?103. Santos, M. A. C., Mol, A. L. R., Anjos, L. C. M., & Santiago, J.S. (2013). Prices lead earnings no Brasil? Revista Contabilidade e Finan?as, 24(63), 245?255.

 

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