Resumo:
Propsito do Trabalho:
Cada individuo possui um metodo proprio para desenvolver sua aprendizagem e, tomando como base esse contexto, existem diversos estilos de aprendizagem que, se conhecidos, tornam-se ferramentas eficientes tanto para uso dos docentes, no aperfeicoamento dos curriculos e das tecnicas de ensino, e discentes no tocante ao conhecimento daquelas que favorecem o seu aprendizado.
Assim, identificando as preferencias e caracteristicas que os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem desenvolvem, pode-se, a partir desse ponto, identificar ou elencar os diversos estilos a serem estudados, considerando as diferencas individuais sem desmerecer a importancia da melhor forma de aprendizado do sujeito envolvido no caso, os discentes. Ao mesmo tempo, na perspectiva dos docentes, torna-se relevante o conhecimento desses estilos, como tambem o metodo de sua aplicacao, para a obtencao de exito no campo da educacao, visto que, a medida que sao oferecidas possibilidades para o desenvolvimento cognitivo, pode-se tracar estrategias e assim aprimorar os metodos de ensino, vislumbrando as particularidades dos discentes.
Dessa forma, o estudo permite analisar quais possibilidades de adaptacao dos metodos dos estilos de ensino-aprendizagem na graduacao do curso de ciencias contabeis e que contribuem para o aprimoramento desse processo como um todo, contribuindo para tomada de decisoes de provaveis adaptacoes do ensino aos estilos de aprender dos alunos, na implementacao de metodos mais efetivos de ensino.
Base da plataforma terica:
Estilos de aprendizagem satisfazem aos diversos meios que as pessoas fazem uso para aprender, absorver e compreender algo a longo prazo, afinal o ato de aprender nao e algo estatico e sim continuo. Quando se refere a um estilo de aprendizagem percebe-se que e a forma utilizada por um individuo para adquirir conhecimento, se relacionando com o seu comportamento durante o aprendizado e nao necessariamente com o que ele consegue aprender.
Esses estilos estao diretamente ligados a pessoalidade, pois sao uma forma particular de absorver conhecimentos e habilidades atraves de tempos dedicados aos estudos, sendo algo continuo, tambem rem relacao com as questoes do ambiente em que se da o aprendizado, com sua personalidade, a forma como se processam as informacoes recebidas, suas preferencias pessoais de aprendizagem e adequacoes a esse meio por parte dos envolvidos no caso - alunos e professores.
Cabe lembrar que o aprendizado ocorrera quando o aluno alcanca uma representacao pessoal do conteudo objeto da aprendizagem, e assim e capaz de integrar ou internalizar aos conhecimentos que ja detem, atribuindo, portanto, certos graus de significancia. Sendo assim, o discente torna-se o sujeito de sua propria aprendizagem e o docente fica incumbido de instigar, desafiar todo o processo com o intuito que o discente busque o conhecimento e que tenha necessidade desse proposito. Existem algumas incompatibilidades na sala de aula, na maioria das vezes causada pela desarmonia entre o metodo empregado pelo professor para ensinar, bem como as diferentes maneiras de aprender dos alunos. Esse desequilibrio entre a preferencia por ensinar e por aprender normalmente gera situacoes desagradaveis e comportamentos improdutivos como alunos desatentos, desinteressados ou demonstrando falta de compromisso e responsabilidade.
Tomando como base o descrito acima, pode-se inserir a existencia de diversas formas de aprendizagem dentro da sala de aula, os chamados estilos de aprendizagem, alguns aprendem vendo e ouvindo, porem outros refletindo e estabelecendo comparacoes ou construindo modelos que os auxiliem melhor. Portanto, entende-se por aprendizagem, de uma maneira abrangente, um processo cognitivo atraves do qual a pessoa adquire conhecimento e se torna capaz de interagir com o mundo.
Segundo Kolb (1984), existem preferencias diferenciadas com relacao a um determinado estilo de aprendizagem unico e diferente. Diversos fatores influenciam o estilo preferido de um individuo, tais como: o ambiente social, as experiencias de ensino ou a estrutura cognitiva basica do aluno. Seja qual for o motivo que direcione a escolha do estilo, a propria preferencia de estilo de aprendizagem e, na verdade, duas escolhas diferenciadas, que Kolb apresenta como linhas de eixo, cada qual com aspectos conflitantes em cada extremidade.
Na visao de Kolb (1984), cada variavel nao pode ser aplicada em um unico eixo ao mesmo tempo, pois pensar e sentir sao processos de escolhas distintas. Esses eixos, aos quais se refere, compreende o eixo leste-oeste que seria processos continuos (refere-se a aproximacoes de tarefas) e o eixo norte-sul assim que se trata de percepcoes continuas (tem relacao com o emocional, ou o metodo como pensamos ou sentimos sobre determinada situacao).
Mtodo de investigao:
O desenvolvimento da citada pesquisa tomou como universo aqueles alunos do curso de Ciencias Contabeis da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) totalizando 253 discentes.
O instrumento de coleta de dados teve como base o Inventario de Estilos de Aprendizagem de Kolb, aplicado nos referidos periodos do curso, obtendo respostas de 158 discentes, constituindo dessa forma a amostra desta pesquisa. Os questionarios forma aplicados no periodo de 18 a 25 de fevereiro de 2014, sendo empregados aos academicos que se dispuseram, voluntariamente, a responde-los.
O Inventario de Kolb e composto por 12 sentencas e cada sentenca e composto por 04 terminacoes (A, B, C, D) a serem ordenadas de forma crescente pelo aluno, numa escala de um a quatro, de acordo com a maior e menor maneira como o aluno atua ao ter que aprender algo. Entao, fazendo uso do espaco disponivel, os discentes classificariam com "04" a sentenca que descreve como ele aprende melhor e, no outro extremo, com "01" para a sentenca que consideraria que e a maneira menos provavel de como aprenderiam algo.
Apos o retorno dos questionarios, cada resposta foi classificada conforme modelo desenvolvido por Kolb (Cerqueira, 2000)
De acordo com Kolb nenhum modo descreve de forma completa o estilo de aprendizagem de um individuo, por esse motivo o estilo de aprendizagem de cada pessoa e uma combinacao dos quatro modelos basicos (Cerqueira, 2000).
Os dados obtidos a partir dos questionarios foram organizados e estruturados em tabelas para melhor analisa-los, de forma a permitir sua confrontacao com o referencial teorico apresentado, permitindo fazer inferencias sobre itens relativos aos objetivos da pesquisa. A tabulacao e analise dos dados foram realizadas por meio da ferramenta Microsoft Excel 2007.
Resultados, concluses e suas implicaes:
De acordo com os Estilos de Aprendizagem de Kolb, que compreendem quatro estilos, assim definidos como Divergente, Assimilador, Convergente, Acomodador, verifica-se que, em sua maioria, 47,20% do total dos respondentes, predominou o grupo que possuem o perfil do Estilo de Aprendizagem descrito como Assimilador.
A utilizacao desse estilo revela pessoas com raciocinio indutivo que possuem habilidades para desenvolver modelos abstratos. O perfil Assimilador preocupa-se menos com o uso das teorias que os Convergentes. Percebe-se naqueles que apresentem esse perfil uma ordenacao ampla e organizacao logica, possuem interesses mais pela ressonancia logica de uma ideia do que seu valor pratico, em algumas situacoes tem mais interesses pelas ideias do que pelas pessoas. A utilizacao excessiva desse estilo, resulta em um apego as ideias, limitando a efetivacao dos conhecimentos em situacoes praticas. Por outro lado, aqueles que subutilizam o estilo Assimilador sao incapazes de aprender com os erros e nao enfocam os problemas de maneira sistematica. Professores, advogados, bibliotecarios, matematicos e biologos apresentam predominancia desse estilo de aprendizagem.
O estilo de aprendizagem menos identificado foi o Divergente. Individuos com esse estilo se destacam por suas aptidoes para contemplar as situacoes de diversos pontos de vista e organizar muitas relacoes em um todo especificado, apresentam-se receptivos a novos conceitos, portanto bem criativos, geradores de opcoes, reconhecendo os problemas e compreendendo as pessoas. Algumas profissoes que representariam bem esse estilo sao os terapeutas, as assistentes socias, as enfermeiras, os musicos, os atores etc.
O Estilo Acomodador, identificado em 5,6% dos pesquisados, diz respeito a individuos com maior facilidade de adaptar-se as circunstancias imediatas, aprendem sobretudo, fazendo coisas, aceitando desafios, tendendo a atuar mais pelo que sente do que por uma analise do tipo logico. Fazem parte desses perfis profissionais os bancarios, os administradores, os politicos, os vendedores, os gerentes etc.
O estilo Convergente foi identificado em 42,40% dos discentes, percentual proximo ao perfil Assimilador. O referido estilo compreende pessoas que atuam melhor em situacoes que ocorram apenas uma unica solucao correta. Outro ponto forte diz respeito a aplicacoes praticas das ideias, portanto sao pessoas que utilizam o raciocinio, definindo bem os problemas e tomando as devidas decisoes. Perfis adeptos do citado estilo, compreendem profissoes como economistas, os engenheiros, os medicos, os fisicos etc.
Portanto, os diferentes estilos exigem dos docentes mais tempo para preparacao de aulas expositivas, pois estes docentes devem repassar nao apenas o conhecimento para seus discentes, mas precisam estimular a habilidade de criacao e adaptacao em diferentes ambientes. Portanto, percebe-se a relevancia de trabalhar os estilos de aprendizagem aliados as habilidades no ambito educacional (Sonaglio, 2012).
Os resultados exibidos sao uteis, pois pode explicar que, embora o Estilo de Aprendizagem predominante encontrado foi, em sua maioria, a Observacao Reflexiva, ocorreram variacoes entre os demais estilos de aprendizagem, sendo que, desta forma, o docente deve estar ciente, quando do exercicio profissional, das diferencas de Estilos de Aprendizagem existentes nos alunos. Portanto e algo continuo, o ato de aprender, como tambem pessoal e intransferivel, o individuo vai se adaptando a varios tipos de estilos e assim descobre qual representa melhor seu processo cognitivo.
Referncias bibliogrficas:
Cerqueira, Teresa Cristina Siqueira (2000). Estilos de aprendizagem em
Universitarios. 2000. Tese (Doutorado) Faculdade de Educacao da Universidade
Estadual de Campinas. Sao Paulo, SP, Brasil. Disponivel em: http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000197620.
Kolb, D. A. (1984). Experiential learning: experience as the source of learning and development. Englewood Cliffs/NJ: Prentice Hall.
Kolb, D. A (1999a). Inventario de estilos de aprendizaje (IEA). Version 3. TRB Hay/MacBer.
Kolb, D. A. (1999b). Learning style inventory version 3: technical specifications. Boston: Hay/McBer.
Kolb, D. A Boyatzis, R. & Mainemelis, C. (2001). Experiential learning theory: previous research and new directions. In: Sternberg, R. & Zhang, L. (Ed.). Perspectives on cognitive learning, and thinking styles.Mahwah/NJ: Lawrence Erlbaum Associates.
Hamann, Evandro Vieira (2011). Influencia cultural sobre os estilos de aprendizagem dos estudantes de Ciencias Contabeis do Distrito Federal: um estudo empirico sobre as abordagens de Hofstede e Kolb. Dissertacao (Mestrado em Ciencias Contabeis) - Programa Multiinstitucional e Inter-Regional de Pos-graduacao em Ciencias Contabeis da UnB, UFPB, UFPE e UFRN. Brasilia, DF, Brasil. Disponivel em: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/8693/1/2011_EvandroVieiraHamann.pdf
Lum Lillie, Bradley Pat, Rasheed Nikhat (2011): Accommodating learning styles in international bridging education programs. Higher Education, Skills and Workbased Learning, v. 1, n. 2, p.147 168.
Oliveira, Daniele Eufrasio de (2012). Impacto dos estilos de aprendizagem no desempenho academico do ensino de contabilidade: uma analise dos estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Dissertacao (Mestrado em Ciencias Contabeis)Programa Multiinstitucional e Inter-Regional de Pos-Graduacao em Ciencias Contabeis, Universidade de Brasilia, Universidade Federal da Paraiba, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil. Disponivel em: repositorio.unb.br/bitstream/10482/.../2012_DanieleEufrasiodeOliveira.p.
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