Estrutura de capital é um tema ainda controverso na teoria de finanças. A partir da discussão entre a teoria tradicional, que defendia a existência de uma estrutura de capital que levaria à maximização do valor da empresa, e a proposta por Modigliani e Miller (1958), que considerava a estrutura de capital irrelevante para o valor da empresa, diversas pesquisas empíricas têm sido realizadas com o objetivo de identificar os fatores que explicam a forma como as empresas se financiam. Nesse contexto, o presente artigo analisa a estrutura de capital das maiores empresas que atuam no Brasil, investigando a relação entre o nível de endividamento e os fatores apontados pela teoria como seu determinante. O estudo utilizou dados contábeis das empresas no período compreendido entre 1998 e 2002, tendo sido aplicada a técnica estatística da análise da regressão linear múltipla. Os resultados indicaram que as empresas no Brasil em média se endividam mais a curto prazo do que a longo prazo. Os fatores risco, tamanho, composição dos ativos e crescimento se mostraram determinantes da estrutura de capital das empresas analisadas, enquanto os fatores rentabilidade e tipo de capital não se mostraram relevantes para a forma com que as empresas se financiam. |