Estudos acerca dos incentivos, práticas e formas de detecção de earnings management têm sido desenvolvidos nos últimos vinte anos. Neste sentido, este trabalho avalia a possibilidade de introdução dos “grupos estratégicos” como variável com poder explicativo para a detecção de gerenciamento de resultados. Utilizando-se dados das companhias brasileiras com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, entre os anos de 2000 e 2003, tornou-se possível a identificação de vinte e um grupos estratégicos existentes entre dez setores da economia brasileira. A amostra final consistiu em 348 observações, sobre as quais foram aplicados os modelos de detecção de earnings management propostos por Dechow, Sloan & Sweeney (1995) e Kang & Sivaramakrishna (1995) os modelo Jones modificado DSS (1995) e KS (1995) respectivamente, inserindo-se a variável “grupo estratégico”. Foram encontradas evidências de gerenciamento de resultados em sete grupos estratégicos segundo o modelo de Jones modificado DSS (1995) e em nove grupos estratégicos segundo o modelo KS (1995). Desta forma, os resultados indicam que é possível a existência de práticas heterogêneas de gerenciamento de resultados entre companhias de um mesmo setor, sugerindo-se a análise por meio de grupos estratégicos. Assim, este artigo contribui com a discussão emergente acerca das práticas de gerenciamento de resultados, sugerindo uma nova unidade de análise situada entre o nível setorial e o da firma: os “grupos estratégicos”. |