Resumo: Este trabalho tem como objetivo investigar a relação entre informações contábeis e macroeconômicas, avaliando o efeito dos investimentos de longo prazo realizados por empresas brasileiras de diversos setores econômicos no produto agregado, visto que os gastos com investimentos são uma parcela do PIB sob a ótica do dispêndio. As justificativas teóricas mostram que as empresas investem para manter ou aumentar a capacidade instalada e obter lucros com suas produções futuras. Por outro lado, apontam a existência de problemas no sistema contábil e no sistema de contas nacionais que podem distorcer a realidade econômica que pretendem retratar. O estudo utiliza dados em painel de uma amostra de 122 empresas de capital aberto, agrupadas em 18 setores econômicos, e realiza testes econométricos usando regressões combinadas de efeitos fixos. Evidências indicam que os investimentos ou desinvestimentos produtivos não explicam as variações no produto agregado nacional. Os achados globais sugerem, também, a importância dos coeficientes lineares estimados, indicando que o PIB, em determinada data, carrega os efeitos de eventos anteriores de todos os setores. Os testes individualizados por setores evidenciam que os PIB dos setores também não são explicados pelos investimentos de longo prazo, exceto para os setores “Máquinas Industriais” e “Telecomunicações”. Constitui limitação do estudo, a disponibilidade de dados, que condiciona o tamanho e o perfil da amostra e o período de coleta. |