Resumo: É da faculdade atribuída ao contador para decidir sobre estimativas contábeis que podem surgir resultados diferentes em situações semelhantes. Na tentativa de encontrar uniformidade para essas decisões, e “pegando carona” na afirmação de que “o que é ruim, evidencia-se já e o que é bom, aguarda-se”, surgiu a convenção do conservadorismo na contabilidade. Este artigo procura evidências no sentido de confirmar a existência do conservadorismo entre as empresas de Maiores e Melhores (MM) de Exame com ações no mercado de capitais. Foram selecionadas para análise as 39 empresas industriais que figuravam entre as 500 maiores empresas em vendas na publicação de 2006 da revista Exame, com dados referentes às demonstrações contábeis de 2005 e que também possuíssem ações na bolsa de valores de São Paulo (BOVESPA). Para verificar se as empresas desses setores têm adotado posturas conservadoras em seus resultados, utilizou-se o indicador Market-to-Book, que é a razão (ratio) entre o valor de mercado de uma empresa e o seu valor patrimonial. Testes estatísticos de análise de variância “within subjects” foram realizados para o estudo das diferenças de médias entre o Market-to-Book, entre 2001 e 2005, antes e depois de efetuadas duas das reclassificações que deixam algum grau de discricionaridade ao contador na elaboração das demonstrações contábeis. Os resultados indicaram que as empresas pesquisadas foram conservadoras no período de 2001 a 2004, mas não se pode afirmar o mesmo para 2005.
Palavras-chave: Conservadorismo. Accruals. Market-to-Book.
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