Resumo: O estudo buscou identificar empiricamente relações entre o endividamento por meio de captações no exterior e os principais indicadores contábeis e financeiros preconizados nas teorias sobre estrutura de capital. Os testes utilizaram análise de dados em painel (painel data analysis) e os resultados corroboraram com as expectativas iniciais derivadas das teorias de estruturas de capital. As regressões apresentaram poder explicativo e significância estatística para diversas variáveis, entre as quais: rentabilidade sobre o PL, lucratividade das vendas, grau de imobilização, perfil do endividamento e principalmente, o custo do capital de terceiros. Verificou-se que quanto maior a utilização de bonds na estrutura de financiamento: (1) maior o retorno proporcionado aos acionistas; (2) maior a lucratividade das vendas, maior o grau de imobilização dos ativos; (3) maior a liquidez corrente das empresas; (4) maior a alavancagem geral da empresa (logo, menor a utilização de capital próprio); (5) maior a utilização de capital de longo prazo (alongamento no perfil da dívida) e, conseqüentemente, menor a necessidade de capital de curto prazo e (6) menor a relação entre despesa financeira e dívida total, conseqüentemente, menor o custo de capital de terceiros. Assim, quanto maior o financiamento por meio de eurobonds (com maior prazo e menores taxas de juros), maior tende a ser o endividamento da empresa e menor o custo da dívida. Logo, se menor custo da dívida, menor tende a ser o custo médio ponderado de capital (WACC) e, considerando essas premissas válidas, maior tende a ser o valor da empresa. |