Resumo: O objetivo deste estudo é identificar se e o quanto são diferentes os valores de lucro mensurados a partir da aplicação das normas contábeis dos países da América Latina e as normas americanas (US GAAP) reportados pelas empresas desses países com ADRs na NYSE. Para tal foi calculado o “Índice de Conservadorismo”, à luz da abordagem teórica de Gray, que mede o grau de conservadorismo do sistema contábil de determinado país – no caso, Brasil, Argentina, Chile e México – em comparação com o sistema contábil americano, classificando-o como conservador (ao gerar lucros menores) ou otimista (ao gerar resultados maiores). O estudo abrange todas as empresas desses países com ADRs na NYSE no período de 2001 a 2005, com base nos dados publicados nos formulários 20F da SEC e no banco de dados Economática. As medidas estatísticas de média e mediana obtidas neste estudo apresentam indícios de que a contabilidade praticada nos países da América Latina em geral resulta em valores de lucro inferiores aos apurados conforme os US GAAP. No entanto, os testes de média efetuados, bem como a distribuição de freqüência dos dados, mostraram que não existe um padrão homogêneo representativo para o período de 2001 a 2005. Desdobrando-se nos dois sub-períodos, o IC médio foi considerado significativo ao nível de 10% apenas para o Chile nos dois sub-períodos (IC = 1,26 no primeiro biênio e 0,91 no último triênio) e, para o Brasil, apenas no último triênio (IC = 0,84). |