Resumo: Desde 2010, bancos brasileiros têm elaborado suas demonstrações em dois padrões – o Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (Cosif) e as Internacional Financial Reporting Standards (IFRS). O propósito deste estudo foi verificar se há diferença entre os indicadores econômico-financeiros dessas instituições para as demonstrações preparadas nos dois modelos contábeis. A realização dos testes empíricos teve por base as demonstrações financeiras de 2010 e 2011 de dezoito bancos, que respondem por 89% dos ativos do Sistema Financeiro Nacional. Foram selecionados indicadores representativos dos blocos de análise da metodologia CAMELS, para os quais foram calculadas as estatísticas descritivas e aplicados testes de diferenças de médias e de mediana entre os dois padrões. Os resultados revelaram diferenças relevantes em relação aos indicadores imobilização do capital próprio, qualidade das operações de crédito, margem líquida, nível de encaixe obrigatório e exposição líquida em moeda estrangeira, o que pode ser justificado pelas diferenças de parâmetros entre os dois modelos contábeis em relação ao reconhecimento e mensuração das operações de arrendamento mercantil, das provisões para perdas, das receitas relacionadas às operações de crédito, dos equivalentes de caixa e da forma de evidenciação das operações em moedas estrangeiras, respectivamente. Em outros indicadores foram encontradas estatísticas descritivas diferenciadas, mas não estatisticamente relevantes. Os testes empíricos evidenciam como a divulgação de uma mesma realidade objetiva pode ser significativamente influenciada, em razão da utilização de modelos contábeis com preceitos de reconhecimento, mensuração e divulgação diferenciados. |