Anais do XIV Congresso USP de Controladoria e Contabilidade
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RESUMO DO TRABALHO

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Clique para abrir o trabalho de código 252, Área Temática: Track II: História da Contabilidade

Código: 252

Área Temática: Track II: História da Contabilidade

Título: “Teorias da Informação” e Teoria da Contabilidade: Contribuição para Tratamento da Informação Contábil

Resumo:
Propsito do Trabalho:
O objetivo do ensaio te�rico � estimular reflex�es acerca das rela��es existentes entre teorias da informa��o � assim denominadas, nesta pesquisa, aquelas que abordam o processo informacional � e a teoria da contabilidade, principalmente quanto ao processo da informa��o cont�bil. A literatura revela que a preocupa��o com o aspecto qualitativo da informa��o cont�bil n�o � nova e aumenta na medida em que o leque de usu�rios dessas informa��es se amplia, quer seja pela globaliza��o dos mercados, quer pela revolu��o nas tecnologias da informa��o.A revis�o te�rica das teorias da informa��o remete �s mudan�as ocorridas nos padr�es nacionais de contabilidade, uma vez que, dentre os impactos das IFRS observados no mercado de capitais e nas empresas, est� a transpar�ncia e integridade das informa��es cont�beis. Essas transforma��es podem ser oriundas de revolu��es no processo informacional (Porter & Millar, 1985). Segundo os autores, nesse processo, observam-se redu��es de custos, de processamento e transmiss�o de informa��es, e estes fatos trazem novas formas aos neg�cios. Acreditou-se que a ado��o ao padr�o internacional atenderia � busca pela qualidade informacional ao levar aos usu�rios informa��es mais precisa, contribuindo, inclusive, para menores n�veis de custo de capital.Nessa perspectiva, as teorias da informa��o podem ser utilizadas para avaliar a Contabilidade na sua fun��o de comunicar informa��es financeiras aos usu�rios externos. Al�m disso, salienta-se que se essa fun��o n�o for bem realizada, as demonstra��es cont�beis tornam-se in�teis. Para tanto, busca-se a contribui��o de outras teorias no sentido de conduzir o processo da informa��o cont�bil, bem como ampliar a utilidade dessa informa��o.

Base da plataforma terica:
O modelo inicial do ato comunicativo, proposto na Teoria da Comunica��o, � constitu�do de elementos (fonte, emissor, mensagem, canal e receptor) que interagem entre si, influenciando uns aos outros (Shannon & Weaver, 1948). Inserindo a Contabilidade neste modelo, Most (1982) identifica os contadores como emissores que observam os eventos econ�micos (fontes), mensuram seus atributos (mensagem) e os comunicam atrav�s das demonstra��es cont�beis (canal) a diversos estratos de usu�rios (receptores). Para Iud�cibus, (1997), a Contabilidade pode ser conceituada como um processo de identifica��o, mensura��o e comunica��o de informa��o econ�mica, financeira f�sica e social a fim de permitir decis�es e julgamentos adequados pelos usu�rios (receptores) da informa��o. Ressalta-se a comunica��o como um item do processo cont�bil, sendo invi�vel sua an�lise como processo isolado. Os conceitos relacionados � Teoria da Comunica��o atestam que a efic�cia de uma mensagem � medida pela quantidade de informa��o assimilada. Em ess�ncia, a informa��o seria a redu��o de incerteza e, nesse sentido, a sua validade � determinada medindo o n�vel de incerteza do usu�rio entre dois momentos: antes e depois de receber a mensagem (Dias Filho, 2000). Nessa perspectiva, Bedford e Baladouni (1962) posicionam a comunica��o como elementos essenciais ao cumprimento das fun��es da contabilidade e por isso prop�em a utiliza��o da Teoria da Comunica��o para aprimoramento da qualidade das informa��es cont�beis. Pesquisas relacionadas ao poder da informa��o cont�bil t�m foco preponderante no conceito de assimetria informacional que, segundo Healey e Palepu (2001), ocorre quando em determinado modelo de informa��o financeira ou econ�mica, algum agente possui informa��o sobre certa empresa ou ativo em detrimento da informa��o detida pelos demais agentes, gerando a incerteza para a tomada de decis�es. Nota-se que, assim como a Teoria da Comunica��o, a efic�cia da informa��o cont�bil � direcionada pela redu��o da incerteza do usu�rio. Nessa dire��o, remete-se � Teoria da Sinaliza��o que, apesar de desenvolvida para explicar problemas de informa��es (ou sinais) no mercado de trabalho (Spence, 1973), � um fen�meno geral aplic�vel em qualquer mercado com assimetria informacional (Morris, 1987). Segundo Watson, Shrives e Marston (2002), a Teoria da Sinaliza��o pode tamb�m explicar evidencia��es volunt�rias. Essas informa��es volunt�rias s�o abordadas na Teoria do Disclosure, diga-se disclosure volunt�rio, e focalizam, tamb�m, o papel informacional dos relat�rios financeiros para o mercado de capitais. (Healy & Palepu, 2001). Na teoria da divulga��o volunt�ria, a entidade considera a possibilidade de uma divulga��o desde que lhe seja favor�vel; n�o divulgando informa��es desfavor�veis para a companhia. Essa premissa da teoria do disclosure pode ser observada nos conceitos da teoria da informa��o, na distin��o entre informa��o e conhecimento. � que o primeiro como algo externo, pode ser recebido, e o segundo, interno, n�o pode ser recebido e � criado internamente. Dessa forma, a passagem de informa��o para conhecimento corresponde � informa��o compreendida e assimilada pelo receptor. Para Zeman (1970), a etimologia da palavra informa��o, refere-se a uma forma de representar, de apresentar ou de criar uma ideia. � assim que a teoria da informa��o visa a precis�o e a efic�cia do fluxo informativo, procurando n�o beneficiar apenas � �rea da engenharia, mas servir de refer�ncia a qualquer �mbito da comunica��o (Pelegrini, 2009).

Mtodo de investigao:


Resultados, concluses e suas implicaes:
Desde que haja um objetivo a comunicar uma informa��o, uma resposta a obter ou um comportamento a modificar atrav�s do ato comunicativo, espera-se deste a maior fidelidade poss�vel (Berlo, 1960). Na medida em que se reconhece o papel da contabilidade ao comunicar eventos que afetam o patrim�nio das empresas, espera-se que tais informa��es consigam estabelecer uma comunica��o eficaz entre a empresa e os diversos agentes com que ela interage, tais como acionistas, clientes, fornecedores e governo que se ap�iam na evidencia��o cont�bil na tomada de decis�es (Dias Filho & Nakagawa, 2001). Partindo da Teoria da Comunica��o, que analisa o ato comunicativo atrav�s da intera��o dos elementos (emissor, mensagem, c�digo, canal e receptor), uma quest�o parece inevit�vel: a comunica��o como elemento essencial ao cumprimento das fun��es da contabilidade, pode contribuir para o aprimoramento da qualidade das informa��es cont�beis. Segundo Pereira, Fragoso e Ribeiro Filho (2004), esses elementos, no �mbito da contabilidade, podem ser representados pelo contador (emissor); pelas informa��es qualitativas e quantitativas que s�o apuradas pelos registros dos eventos econ�mico-financeiros (mensagem); pelas sintaxes cont�beis num�ricas e a linguagem t�cnica espec�fica da �rea (c�digo); pelas demonstra��es cont�beis e relat�rios gerenciais (canal); e pelos stakeholders (receptores). Quanto ao primeiro elemento, o emissor, Dias Filho e Nakagawa (2001), tr�s fatores podem influenciar o seu comportamento, de modo a influenciar a comunica��o cont�bil: (a) habilidade comunicativa; (b) grau de conhecimento; e (c) sistema sociocultural. Ainda segundo os autores, a habilidade comunicativa influencia a capacidade individual de analisar os pr�prios objetivos e inten��es, assim como a capacidade de codificar a mensagem de forma a expressar o que se pretende. Quanto ao n�vel de conhecimento do emissor, se refere ao conhecimento do emissor sobre determinada informa��o cont�bil, de modo que esse conhecimento influencie a qualidade da informa��o. Quanto � posi��o no sistema sociocultural, Wolf (2008) destaca que os meios de comunica��o (canal) s�o influenciados por um contexto econ�mico, social e cultural, al�m daqueles pr�prios que det�m os meios (emissor) Na �poca da ind�stria cultural, a manipula��o dos p�blicos passa pelos meios de comunica��o e na vis�o que ali � disseminada, no qual o espectador � colocado na condi��o de assimilar as ordens propostas pelas exposi��es midi�ticas.Seguindo a estrutura��o do ato comunicativo, Dias Filho e Nakagawa (2001) asseveram que o conte�do da mensagem � a subst�ncia escolhida pelo emissor para exprimir seus objetivos. O canal de comunica��o cont�bil utilizaria como meio a divulga��o das demonstra��es cont�beis. Segundo Hendriksen e Breda (1999) essa divulga��o deve fornecer informa��o �til � tomada de decis�es racionais de investimentos e de concess�o de cr�dito por investidores e credores. Pela Teoria da Sinaliza��o e do Disclosure, a qualidade da informa��o cont�bil pode representar mudan�as de comportamento, tanto de analistas, na elabora��o de suas previs�es e recomenda��es, quanto dos investidores, na escolha de seus investimentos. Segundo Beuren (1996) a reflex�o sobre o papel da informa��o deve ser estimulada em todas as etapas do processo de gest�o, a fim de contribuir para a efic�cia da integra��o entre a defini��o, execu��o e avalia��o da operacionaliza��o da estrat�gia empresarial. Nessa dire��o, caminharam as mudan�as ao padr�o cont�bil internacional, que traz implica��es relevantes para a qualidade informacional cont�bil para o profissional de contabilidade, para outros profissionais que utilizam essa informa��o, para investidores e analistas do mercado financeiro e demais interessados. As mudan�as de paradigmas inauguram uma nova era econ�mica que envolve novas formas de gerar e transformar conhecimentos e informa��es, produzir e comercializar bens e servi�os, definir e implementar estrat�gias e pol�ticas, assim como mensurar, regular e promover as atividades econ�micas (Beuren, 1996).

Referncias bibliogrficas:
Beuren, I. M. (1996). A informa��o como suporte ao processo de avalia��o do desempenho da estrat�gia empresarial. Revista Brasileira de Contabilidade, 25(102), 52-63. Dias Filho, J. M. (2000). A linguagem utilizada na evidencia��o cont�bil: uma an�lise de sua compreensibilidade � luz da teoria da comunica��o. Caderno de Estudos, 13(24), 38-49. Dias Filho, J. M. & Nakagawa, M. (2001). An�lise do processo da comunica��o cont�bil: uma contribui��o para a solu��o de problemas sem�nticos, utilizando conceitos da teoria da comunica��o. Revista Contabilidade & Finan�as, 15(26), 42-57. Healy, P.& Palepu, K. (2001). Information asymmetry, corporate disclosure, and the capital markets: A review of the empirical disclosure literature. Journal of Accounting and Economics, 31(1), 405−440. Hendriksen, E. B. & Breda, M. F. V. (1999). Teoria da contabilidade. S�o Paulo: Atlas, 1999. Most, K. S. (1982). Accounting theory. Ohio: Grid Publishing. Porter, M. E. & Millar, V. E. (1985). How information gives you competitive advantage. Harvard Business Review, july-august, 1-13. Shannon, C. E. & Weaver, W. (1948). The mathematical theory of communication. Retrieved 18 august, 2013, from http://www.mast.queensu.ca/~math474/shannon1948.pdf

 

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