Não existe consenso quanto aos impactos dos anúncios de novos endividamentos sobre os retornos das ações. Assunto amplamente discutido na literatura estrangeira, no Brasil o tema é relativamente pouco explorado. Dentro das características do mercado brasileiro, que inclusive contraria a teoria de finanças ao apresentar taxas de juros de longo prazo mais baratas do que as de curto prazo, esta pesquisa, em forma de estudo de evento, busca verificar a influência dos anúncios de novos endividamentos de longo prazo nos retornos das ações de empresas brasileiras. Com base em amostra formada por empresas integrantes da carteira IBOVESPA e a partir da mensuração dos retornos anormais, são realizados testes paramétricos e não-paramétrico para as hipóteses de igualdade entre médias e relação entre os eventos e os retornos, cujos resultados apresentam indícios de relação positiva entre endividamento de longo prazo e o retorno das ações de empresas brasileiras, conciliando-se com pesquisas internacionais, tais como: Miller e Rock (1985), Best (1997) e Blazenko (1987). Além disso, os resultados obtidos nos testes F encontram conforto na teoria de que os retornos se revertem à média apresentada por Fama e French (1999). |