Pesquisas acadêmicas realizadas no exterior, algumas referenciadas neste trabalho, identificam reação do mercado de capitais ao fluxo de caixa das operações (FCO), relativa e incrementalmente ao lucro contábil. FCO é em geral percebido como uma medida de lucro por regime de caixa, que complementa o lucro contábil (LC) por regime de competência. Assume-se que a diferença entre FCO e LC é apenas temporal, desaparecendo ao final da vida da empresa ou de um projeto contabilmente isolável. Contudo, problemas na classificação dos fluxos de caixa pelos três grupos de atividades da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) geram muitas diferenças permanentes entre FCO e LC. Esta pesquisa verifica empiricamente se o alinhamento pleno do FCO com o lucro é relevante para o mercado. Para tanto, são realizados testes da reação do mercado a duas medidas de fluxo de caixa das operações: (1) FCO tradicional, segundo a norma americana FAS-95; e (2) FCO ajustado (FCOaj) das diferenças permanentes com LC. Adicionalmente, é testada a correlação dessas duas medidas com LC em períodos trimestrais e anuais. Os resultados mostram que o mercado reage mais favoravelmente ao FCOaj do que ao FCO tradicional, o que é um sinal importante para o modelo de DFC que o Brasil vier a adotar no futuro. |